Capítulo 4: De Volta

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— 'Tá pronto?

A voz de JaeHee se fez presente no quarto, Myung estava terminando de arrumar as malas, havia chegado o tão temido fim de semana que Jae queria que não existisse, um fim de semana onde ele teria que voltar para casa, um lugar que ele odiava mais que a própria NBBS, ele podia morar lá, mas lá não era seu lar, lar é onde você se sente bem e é respeitado, lá com certeza não é esse lugar.

— Estou, já posso ir, mas não quero.

— Certo, o seu motorista já está te esperando lá embaixo.

Jaehyun apenas concordou com a cabeça e saiu do quarto, JaeHee sabia o quanto Myung odiava voltar para casa, ele sabia o quanto ele odiava aquela casa, quanto ele odiava o próprio pai, mas ele não sabia o porque, e Jaehyun nunca contava.

Como esperando ali estava o motorista, a viagem seria longa, Jaehyun já colocava os fones do ouvido, não queria ouvir nada, apenas queria dormir mais um pouco, ainda sentia uma leve dor no rosto, se lembrava do dia anterior e da briga desnecessária que havia acontecido, por que ele era assim?

Mas ele não se arrependia.

Há algum tempo atrás talvez Jaehyun tentasse achar algum motivo, mas não tinha, Taesan era assim porque ele era, não tinha motivos ou causas, ele só era.

No meio de tantos pensamentos e musica que tocava alta em seu fone, o garoto dormiu ali mesmo, o sono ganhou, o cansaço falou mais alto.

E naquele sono tão profundo de noites sem dormir direito, ele sonhou, ou se lembrou, não se sabe ao certo, mas ele estava naquela casa, ele bebia, bebia muito, tudo que tinha álcool ele estava bebendo, via de longe JaeHee conversando com o novato, era bom vê-lo fazendo amigos, pelo menos assim ele não se preocupava consigo.

E seu copo estava cheio, e cheio de novo e de novo, se via agora caminhando em busca de um banheiro, mas não achava, sua visão estava turva, não estava de óculos e muito menos usava suas lentes, não enxergava nada, saía tropeçando nas pessoas, mas nem todos ali entendiam a situação.

— Olha por onde anda seu bosta.

Uma voz desconhecida se fez presente, Jaehyun sentiu seu corpo ser empurrado com força, sentiu o mesmo bater contra o chão, aquela dor e desconforto se fizeram presente.

— Tire suas mãos dele.

Foi a única coisa dita, depois disso ele já estava de pé andando pelas ruas do campus, talvez estivesse indo para o seu dormitório, afinal de contas JaeHee sabia onde era e sabia a senha do mesmo.

— Porque você é assim?

Aquela voz era familiar, não era JaeHee , ele sabia que não era, Myung podia estar bêbado , mas não era otário.

Ele conhecia aquele tênis, só tinha uma pessoa que usava all star.

E essa pessoa não era o JaeHee.

— Hey, chegamos.

A voz do motorista se fazia presente acordando jaehyun, ali estava ele, naquela maldita casa, novamente. De novo.

Jaehyun descia do carro, aquela enorme porta de madeira de carvalho escuro, aquela campainha banhada a ouro, aquele som de música clássica que ecoava para fora da casa, tudo era tão luxuoso, mas nem todo o dinheiro do mundo esconde a podridão que aquela casa era, que aquela família era.

A porta foi aberta, ali estava ela, tão linda, tão arrumada, tão bela e gentil, Thanya, a mãe, a mulher mais linda que já existiu em todo o mundo.

Ela tinha a pele alva como a neve, seus cabelos longos e negros como a noite sem estrelas, aquela mulher que lhe deu a vida, por ela, ele também daria a vida.

Garotos Bonzinhos e All Star Bordo (MULMYUNGZ)Where stories live. Discover now