— posso perguntar o por quê?

— minha mãe quis nos separar — ela achou finalmente a análise psicológica e física de Danny, se arrumando na cadeira interessada.

Indícios de cocaína e uma combinação química não identificada no sangue. E lá estava, o transtorno dissociativo de identidade.

— ele tem histórico de agressão?

— não, só fica irritado e grita um pouco — ela colocou a prancheta na mesa e o olhou.

— se precisou ir embora é porque ele é perigoso.

— não fui embora porque ele era perigoso, fui embora porque minha mãe decidiu — ela disse séria.

O homem se encostou na cadeira, o olhar e a postura dele a irritavam.

— esteve fora por sete anos. As coisas podem ter mudado.

Ela mordeu a língua, contendo a vontade de ser mais ríspida. Estava em uma delegacia e não ajudaria Danny se também estivesse em uma cela.

— Danny não é agressivo.

— ah ele é sim. Ele teve três advertências no último mês — ele disse. — O viram brigando com um grupo de garotos no bairro a poucos dias.

Ela engoliu em seco.

— ele também apontou uma arma pra esse homem — colocou uma foto na mesa e empurrou pra Layla. — o conhece?

Layla negou e o policial a olhou desconfiado.

— sabe onde ele pode ter conseguido a arma?

Sempre tinham armas escondidas onde moravam, nunca sabiam o que podia acontecer.

— não.

— acha que ele pode falar pra você?

Ela deu de ombros e desviou o olhar por um momento, aquilo não estava saindo como planejava.

— ele é o único suspeito do caso.

— ele tem um álibi? — ela perguntou e olhou pra ele.

— ele não lembra. Bem conveniente não é?

— o transtorno dissociativo faz ele esquecer das coisas, se chama amnésia dissociativa — ela disse e ele riu, como se não acreditasse naquele tipo de coisa. Ela se levantou, irritada. — quero ver meu irmão.

— vamos lá então — ele se levantou e a guiou pra fora, andando até uma outra sala, tinha dois policiais na frente da porta. — a advogada já foi?

Um dos policiais concordou e Alexandre indicou Layla com a cabeça. Eles a revistaram e depois a liberaram, abrindo a porta.

— Senhor Marshall — ele chamou ao entrar.

— Alex, já tava com saudade — Danny disse.

Alexandre soprou uma risada e foi pro lado, dando espaço pra Layla.

— você tem visita.

Danny finalmente ergueu a cabeça e seus olhos se fixaram em Layla, sua respiração travando assim como a dela.

Sete anos.

— vou deixar vocês a sós. Estarei do lado de fora, Layla.

Ela assentiu e ele foi até Danny, o soltando das algemas.

— se comporte — murmurou pra ele antes de se afastar e sair da sala.

Layla olhou pra porta fechada e engoliu seco, hesitando antes de olhar pra ele de novo.

— Lay.

— oi, Dan.

Uma lágrima escorreu silenciosamente por seu rosto e ele se levantou devagar, hesitando antes de se aproximar. Analisando cada mínimo detalhe dela.

— você tá linda... — murmurou e mais lágrimas desceram pelo rosto dela. Ele ergueu a mão devagar e tocou o rosto dela, limpando o rastro da lágrima.

— desculpa ter demorado.

Ele sorriu fraco e a puxou pela nuca, a abraçando e tocando seus cabelos. Layla agarrou a camisa dele, apoiando o nariz em seu ombro e fechando os olhos.

— você não era tão chorona assim — murmurou e ela o beliscou, o tirando uma risada fraca. — quero ir pra casa, Lay.

— eu sei... Eu vou te tirar daqui.

Ele suspirou e a afastou pelos ombros, limpando as lágrimas dela.

— eu não matei eles... Eu não matei mas... Eu não consigo lembrar — uma lágrima desceu pelo rosto dele e ela ergueu a mão pra limpa-la.

— tá tudo bem... Tá tudo bem... Eu vou dar um jeito.

Ele tocou a mão dela que estava em seu rosto, a segurando.

— senti sua falta.

— eu também senti a sua.

[Revisado]

Tom Holland é o face claim do Danny. Imaginem a aparência dele como em The Crowded Room.

RED, Jason Todd - NVWhere stories live. Discover now