Capítulo Três.

Mulai dari awal
                                    

     Estava envergonhado de avisar então peguei um guardanapo e me aproximei limpando o local sujo, pude observar seus olhos fixos em mim e eu engoli em seco ao que ele desceu o olhar para meus lábios fazendo com que ficasse apreensivo sobre o próximo passo.

— Prontinho, você é um porquinho comendo, em. — Brinquei e o vi gargalhar ao que roubava uma colherzinha do meu sorvete. — Ei!

— Hahahaha, esse sorvete é realmente gostoso! Estou surpreso.

— Nunca julgue meus gostos, lindinho!

      Não demorei a roubar uma colher do seu sorvete e evitei demonstrar reações deixando ele tenso antes de gargalhar e apertar aquela bochecha macia.

— Hum! Seus gostos também são excelentes. Eu odeio sorvete de creme mas provando agora, talvez eu odeie menos.

— Estou te fazendo provar coisas que odeia?

— Sim, você está.

— E você gosta? Tipo... gosta de experimentar coisas novas?

— Gosto se você estiver junto comigo, gosto de tudo que você esteja envolvido.

     Arregalei os olhos ao que percebi o que tinha dito, Pete também me encarava surpreso e tive que enfiar uma enorme colher de sorvete na boca para evitar dizer algo ainda mais vergonhoso.

— Então você... — Por favor não termine, não termine Pete... — Você gosta de ficar comigo?

PORRA!

     Desejei profundamente que tivesse um buraco para eu enfiar a cabeça e fingir que eu não existia por que... caralho! Tinha falado demais e agora ele estava me encarando de uma forma diferente das outras vezes, seus olhos pareciam opacos e por mais que sua bochecha estivesse corada, aquilo não devia ser um bom sinal.

— Gosto, mas não é como você pensa, eu te juro. Tipo, eu não tenho interesse em você, por mais lindo, perfeito, interessante, gentil, fofo e carismático que você seja... não faz meu tipo.

     O nervosismo tem a capacidade de foder com tudo e eu percebi isso no momento em que Pete desviou o olhar de mim e pegou a rosa que havia entregado a ele, seus olhinhos que antes estavam brilhosos como diamantes não passavam emoção alguma e bem, estava em pânico com as palavras que saíram de minha boca. Era uma maldição, só podia ser amaldiçoado, por Deus, eu era tão idiota.

— Desculpa... você me deixa nervoso, eu não quis dizer o que eu disse.

— Como não?

— Pete, já se olhou no espelho? É tão belo que eu entro em pânico e falo coisas que não devia dizer. Você é meu tipo sim, na verdade... eu nunca senti isso que eu sinto quando estou com você por mais ninguém. — Mesmo envergonhado toquei meus dedos na pele macia da mão dele, levei até meu peito e coloquei bem encima do meu coração que batia rapidamente. — Sei que é estranho, nem me conhece direito e conhecer um homem como eu... não deveria estar nos seus planos mas não consigo controlar meu coração quando estou perto de você.

    Observei os olhos surpresos do homem a minha frente caírem sobre nossos dedos entrelaçados e vi ele recolher a mão lentamente e segurar ela em seu próprio peito, parecia receioso e engoli em seco sabendo que as próximas palavras dele seriam de rejeição, estava notório pela forma como Pete me encarava.

— Vegas, isso é impossível. Você não pode me amar, isso não pode acontecer por que... bem... nós não sabemos absolutamente nada um sobre o outro e não quero me entregar a alguém para depois acabar com o coração partido.

— Mas eu nunca partiria seu coração.

— Você não sabe quantas vezes ouvi isso e no fim terminei com o coração partido. Não quero me machucar e muito menos machucar você.

       Quando observei ele se levantar para sair não evitei segurar o pulso dele e assim que nossos olhos se encontraram pude enxergar além daquelas íris castanhas, era como se eu pudesse ver sua alma quebrada e partida em várias pedaços, Pete assim como eu era uma alma sem brilho, alguém que sofreu demasiadamente no amor. Engoli em seco ao que abaixei o olhar e soltei seu pulso lentamente, era como estar vivendo um dos milhares de contos melancólicos que escrevi na adolescência porém sentir na pele era cruel, cruel demais. Até mesmo para mim.

— Me desculpe, me perdoe, Pete. Eu queria ter controle do meu coração mas eu não sei como impedir ele de bater intensamente por você.

   Não estava nos meus planos ser rejeitado muito menos ficar sozinho nessa sorveteria com a rosa roubada caída ao chão e Pete saindo pela porta apressadamente. Me sentei no banco novamente e passei as mãos pelo rosto completamente entristecido, Pete não havia me permitido conhecê-lo e nem mesmo quis me conhecer. Era como se toda a admiração e carinho que sinto fosse jogado pelo ralo. Suspirei fundo, era uma situação complicada para mim e para ele.

    Não podia cobrar nada dele e nem mesmo gritar ou espernear pedindo para ele corresponder meus sentimentos. Era platônico, o que sentia vinha apenas da minha parte e não existia nada do lado dele, soltei uma risada sem humor ao que pegava a rosa no chão e a rodava em minha mão, acabei pagando os sorvetes e indo dar uma volta no parque. O que planejei ser a dois virou a um, e até mesmo o dinheiro que guardei pra comprar qualquer coisa idiota que ele quisesse ainda estava dentro da carteira sem ao menos ser usado para algo, sentado no banco da pracinha tirei uma foto da rosa com o fundo sendo o lago iluminado pelo pôr do sol.

     Não demorei a enviar a foto para Pete  com a legenda: Você podia estar comigo aqui, eu queria que estivesse aqui.

      Mas claramente ele não respondeu. Chateado, frustrado e levemente magoado segui caminho para casa parando em frente a uma senhora sentada no ponto de ônibus e então sorri para ela ao que lhe entreguei a rosa e passei a andar satisfeito por ter feito o dia de alguém melhor, mesmo que o meu estivesse a cada segundo pior. Sentia como se um hipopótamo tivesse passado por cima de meu coração e o esmagado com suas patas grandes, quando cheguei em casa estava tudo silencioso Matias não estava ali e aproveitei para caminhar em direção a cozinha onde abri uma cerveja e passei a tomar, o gosto forte e azedo fez uma careta surgir na minha cara e eu gargalhei lembrando o motivo de ter aquela cerveja a semanas.

     Peguei o meu caderno que separei para meu novo livro e abri o notebook encarando a tela em branco. Creio que muitos escritores descarreguem suas frustrações, angustias, decepções e medos na maior parte do livro e eu sou assim, escrevo o que sinto, escrevo o que minha alma sente e minha boca não diz, e naquele momento eu escrevia com agilidade uma histórias cruel sobre um amor platônico e o maldito sentimento de nunca ser correspondido de nenhuma forma, amizade, amor ou lealdade nenhum desses sentimentos nunca foram sentidos por uma das partes.
Quando fechei o notebook eram 04:40 da manhã, o sol começava a nascer e então eu sorri jogando a lata de cerveja no lixo, não bebi mais de um gole pois o sabor era horrível. Com seis capítulos prontos fechei o notebook e caminhei em direção ao banheiro precisava de um banho e claro, um  bom dia de sono.

    Pete havia me ajudado a sair do meu maldito bloqueio mesmo que a história não fosse promissora, ainda assim era um belo livro de amor. Um livro onde não importa o que aconteça, o amor sempre prevalecerá independente de brigas, discussões e rejeições o protagonista nunca deixaria de amar o garoto de olhos castanhos e sorriso de covinha.

    

   

𝐒tories 𝐂afe × VegasPeteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang