BEIJA FLOR • andreas pereira

00 • prólogo

NATÁLIA
Rio de Janeiro, Brasil.

FLAMENGO ENEA CAMPEÃO BRASILEIRO, a festa estava bombando e eu estava orgulhosa do meu time.
Aquele time que eu tanto amava fazer parte, me rendeu ótimas amizades.
David Luiz, meu melhor amigo, ganhou o prêmio de melhor zagueiro do brasileirão, ele estava bebendo tanto que, estava em êxtase. Na verdade todos eles, vou deixar pra mata-los ano que vem.

—— Oi amor, desculpe o atraso.—— a voz do meu noivo preenche o ambiente.—— Nossa, você está linda demais nesse vestido.

—— Relaxa, Edu.—— sorrio dando um selinho em seus lábios.—— Você está maravilhoso. Parece até que combinamos.

O bonito resolveu vim de vermelho que nem eu, parecíamos ter saído da mesma loja.

Meus olhos vão em direção à porta de entrada, estava a procura do David e sinto minhas pernas fraquejarem ao ver quem estava do lado dele.
Andreas.

O cara que mais me magoou nessa vida, a pessoa que fez-me ficar isolada de todo o mundo.
Percebo ele dar um passo pra trás quando me ver, o belga usava roupa social na cor azul marinho.
Não parecia ter mudado absolutamente nada. O cavanhaque e as mechas loiras no cabelo combinavam com ele.

Estávamos à alguns longos segundos num contato visual direto. Ele lambia seus lábios e o entreabria de vez em quando. Só quebramos o contato quando o Eduardo me tirou do transe.

—— Amor?—— praticamente me sacode.—— Estava falando contigo à um tempão. O que foi?

Vejo meu noivo olhar na direção que eu olhava à uns minutos e naquele momento, Andreas já tinha sumido do meu campo de visão.

—— Eu... Eu...—— faltavam-me palavras ao vê-lo ali, o que ele fazia na comemoração do clube depois de anos que foi embora?—— Preciso ir no banheiro.

Praticamente fugi do meu próprio noivo, entro no banheiro numa tentativa inútil se me acalmar, minhas pernas tremiam e as mãos suavam.
Tantas perguntas foram formuladas em minha mente enquanto eu olhava o espelho.

Por que ele está aqui?

Por que me olhou daquele jeito?

Ele queria me dizer algo?

Levo um pequeno susto ao ouvir a porta ser aberta e trancada em seguida.
Era ele.

—— Não. Não mesmo.—— eu sequer conseguia olha-lo, meus olhos estavam pousados para baixo, eu conhecia aquele cheiro de longe, aquelas mãos grandes, automaticamente me vem na memória delas agarrando meu corpo.

Maldito seja o efeito que Andreas Pereira causava em mim.

—— Você não vai chegar aqui depois de ter ido
embora sem se despedir. Não depois de ter mentido pra mim. De ter me usado, você nem deveria estar aqui nesse banheiro. Por favor, saia Hugo.

O observo passar uma das mãos no rosto, ele sabia que sempre que, eu o chamava assim. Era porquê estava completamente irritada.

—— Quando vai me perdoar por tudo? Eu tentei contato contigo por anos, Natália. E você sempre me bloqueava e barrava qualquer resquício de uma tentativa de desculpa minha.