Capítulo Vinte

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_Anelise Narrando_

Lucas me falou mais sobre as coisas que ele gostava; cavalgar com certeza era uma delas! Jardinagem e gostava de música, principalmente piano.

_Eu sei tocar piano,quem sabe um dia não toco pra você?_ Sorri, o deixando surpreso.

_Isso seria ótimo. Apenas Sara não deixa ter acesso a essas coisas,o senhor Edgar é muito rígido sobre a igualdade entre os empregados.

_Eu percebi. Creio eu que pisei em um dos calos dele quando dormi num dos quartos mais chiques do castelo!

_É mesmo? Katte te levou para dormir lá?

_N-nao... Foi Sebastian.

_Hupf. Ele está fazendo exatamente como imaginei. Não caia nos truques dele.

_Oque você quer dizer?_ Franzi a testa. Lucas criara rivalidade com Sebastian ou só tentava me proteger?

_Talvez ele esteja te mimando um pouco pra ver até onde isso vai. Ah,deixa pra lá... Mas ele te cintou o porquê de ter a colocado lá em cima?_ Ele se referia aos quartos.

_Eu havia chegado aqui tarde da noite,talvez umas dez ou onze horas. Minha carruagem partiu...atrasada. Quando cheguei aqui Katte estava um tanto sonolenta e Sebastian disse que poderia cuidar de minha estalagem. Eu estava cansada e com minha irmã,que já pedia cama._ Respondi um pouco ríspida,e voltei a andar sem ele, que logo me alcançou.

_Me desculpe,eu não estava querendo ensinuar nada. Do pouco que conheço você sei que é uma mulher descente Mariane. Só não confio em Sebastian,como já lhe disse,conheço sua fama.

Suspirei.

_Me chama apenas de Ane._ Mariane era uma farsa pra mim._ Eu e Sebastian somos apenas amigos_ Disse por fim. Essa conversa já estava me cansando.

_Desculpe-me de novo. Eu não quero te magoar,chega de falar se Sebastian. Esse é um passeio nosso.

_Nao se preocupe em me magoar,fale oque quiser, estou aqui como companhia.

_É que... Eu sempre me perco quando estou com você,não sei oque dizer. Sua presença me desconcerta,Ane.

Senti meu rosto queimar e meu semblante raivoso escorrendo pelos meus dedos dos pés! Céus,oque estava acontecendo comigo?

_Agora sou que lhe devo desculpas._ Sorri,o fazendo rir

_Nao peça desculpas a mim por ser uma mulher tão linda, pois sei que desconcerta muito mais homens além de mim.

_Hah! Quem,por exemplo?_ Brinquei.

_Pedro talvez!_ Ele entrou na brincadeira.

_Nao me faça rir,Lucas.

_Te farei sempre rir,para ver esse seu sorriso perfeito.

_Agora é você quem me desconcerta.

_Gosto dessa cor em sua pele, a delicadeza do rosto envergonhado me dá ainda mais vontade de...

_De...?_ Franzi a testa,já sabendo a resposta dele. Um beijo!

_Senhorita Mayra?

_Hahahaha o-oi..._ Ela riu parecendo sem graça,só então percebi que ela nos observava. Eu ri,colocando a mão nos lábios, tentando não a deixar constrangida.

_Precisa de ajuda,Mayra?_ Perguntei,ainda abafando o riso.

_Nao-não-não-não_ Ela disse rapido_ Continuem o passeio de vocês. Eu estava apenas... Hã... Procurando tapeçarias pra lavar! É... Tapeçarias! Continuem!

_E onde estão as tapeçarias?_ Lucas questionou

_E-eu ainda não as peguei!

_Quer ajuda para pega-las?

_Por favor,me ignorem e continuem!_ Ela sorriu,passando por nós como uma forte ventania._ Bom passeio!

Olhei para Lucas. Rimos e retomamos nossa caminhada.

_Mayra trabalha aqui a muito tempo?

_Desde que fez seus 19 anos. Hoje ela tem 22.

_Nao parece ser tão mais velha que eu!

_Ate me esqueci que você tem 17. É tão mais velha,ou melhor,responsável.

_Obrigada, aprendi a me virar cedo_ Respondi com uma meia verdade. Cuidava de Nessa desde quando ela nascera.

_Falando nisso, você nunca me falou sobre o seu passado.

_É uma história muito complicada para explicar.

_Estamos com tempo!_Ele sorriu,encorajando-me.

_Tem muitos problemas envolvidos_ Pensei em contar a verdade,mas não sabia como ele iria reagir.

_Se for algo que a senhorita não queria contar,eu entenderei.

_Eu e o meu pai não dávamos muito certo. Minha mãe morreu quando eu era bem pequena. Ele se casou de novo, e nesse casamento teve Nessa,eu sempre cuidei dela, até mesmo quando sua mãe foi embora. Cuidei da educação dela e a mantive lote do nosso pai,que não parecia tolerar nós,as mulheres de sua casa._ Parei parar tomar fôlego e perdi a coragem de continuar falando a verdade, então continuei com meias verdades_ Ele morre e eu virei preceptora,sempre por aqui e ali com minha irmã. Eu descobri que tinha uma tia aqui e até pensei em vir morar com ela,então Sebastian me viu em Londres, trabalhando como preceptora e resolveu me dar a oportunidade de vir trabalhar aqui.

_Nao é nada tão complicado assim_já estávamos na área dos empregados

_Falar do meu pai me deixa um pouco angustiada

_Por que?

_ Perdi muitas oportunidades por causa dele...

_ Fique tranquila,aqui você vai conseguir coisas melhores

_Eu também espero!_Sorri de canto._ Vou ver como Nessa está_ Já estávamos na porta do meu quarto.

_Ah,claro. Ane?

_Sim?

_Antes de ser interrompido por Mayra, eu ia dizer que sua cara envergonhada me dá vontade de beijar você_ Uau, eu estava certa!

_Só vontade?_ Provoquei brincalhona.

_Nao_ Ele colocou a mão no meu rosto,de forma carinhosa_ Eu quero executar também._ Então me beijou, apenas selando a própria vontade.

_Hum..._ Pisquei,depois que ele terminou.

_Boa noite,Ane.

Me deu as costas e se foi,me fazendo colocar a mão no meu coração, que batia da mesma forma de sempre.




Meu ProtetorWhere stories live. Discover now