One more marauder | Marauders era

CHAPTER 𝐕.

  Há um tanto de escadas em Hogwarts: largas e imponentes; estreitas e precárias; umas que levam a um lugar diferente às sextas-feiras; outras com um degrau no meio que desaparece e a pessoa tem que se lembrar de saltar por cima. Além disso, há portas que não abrem a não ser que a pessoa peça por favor, ou faça cócegas nelas no lugar certo, e portas que não são bem portas, mas paredes sólidas que fingem ser portas. É também muito difícil lembrar onde ficam as coisas, porque tudo parece mudar frequentemente de lugar.

 Os fantasmas também não ajudam nada. É sempre um choque horrível quando um deles atravessa de repente uma porta que a pessoa está querendo abrir. Nick Quase Sem Cabeça fica sempre feliz de apontar a direção certa para os alunos de Grifinória, mas Pirraça, o Poltergeist, representa duas portas fechadas e uma escada falsa se a pessoa o encontra quando está atrasada para uma aula. Ele despeja cestas de papéis na cabeça das pessoas, puxa os tapetes de baixo de seus pés, acerta-as com pedacinhos de giz ou vinha sorrateiro por trás, invisível, e agarra-as pelo nariz e guincha: "PEGUEI-A PELA BICANCA!", é horrível, pode acreditar. Eu sempre fujo ao escutar sua voz esganiçada.

 Nas aulas temos de estudar o céu da noite pelo telescópio toda quarta-feira à meia-noite e aprender os nomes das diferentes estrelas e os movimentos dos planetas. Três vezes por semana vamos para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Profa. Sprout, com quem aprendemos como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobrimos para que eram usados.

 A aula mais chata é a de História da Magia - todos os estudantes concordam -, a única matéria ensinada por um fantasma. Binns fala sem parar enquanto anotamos nomes e datas e acabamos confundindo.

 O Prof. Flitwick, que ensina Feitiços, é um bruxo miudinho que tem de subir numa pilha de livros para enxergar por cima da mesa. Nas aulas de poções, Lily é boa, Slughorn já a adora.

 Já a Profa. Minerva é diferente. Ela não é professora para aluno nenhum aborrecer. Severa e inteligente, fez um sermão no instante em que nós nos sentamos para a primeira aula.

— A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados.

 Logo olho para o Potter e Black, que sim, sempre querem fazer comentários bobos nas aulas e ficarem rindo das próprias piadas.

 Depois de fazermos anotações complicadas, recebemos um fósforo e começamos a tentar transformá-lo em agulha. No fim da aula, somente eu produzira algum efeito no fósforo; a Profa. Minerva mostrou à classe como o fósforo ficara todo prateado e pontiagudo e deu um raro sorriso para mim. Confesso que fiquei nervosa durante o feitiço, mas ao ver Lily me dando um olhar encorajador que me lembrou o da minha mãe, consegui ter força para fazê-lo.

 Já passou quase três semanas desde o primeiro dia de aula e é quinta feira de manhã.

— Que aula vai ser agora? — pergunto para Lily.

 Estamos no Salão Principal e eu estou comendo minha comida favorita: panquecas. Percebo que Lily está olhando para um ponto da mesa e sigo seu olhar. Lá está James e Sirius brincando de enfiar suas varinhas na comida dos outros.

— Nossa, que engraçado — diz, fazendo uma risada falsa.

— Ah, eles não são tão ruins — diz um garoto, do lado oposto da mesa. Tem os cabelos claros, olhos castanhos e é um pouco acima do peso. Pettigrew.

— Se você acha... — murmuro, sem querer causar intriga.

 Então pego os horários da semana do bolso da minha capa e procuro o primeiro horário da quinta feira e logo me animo.