— Boa sorte, Els. - Penelope sabia que ela arrasaria, era modéstia sua dizer que não sabia dançar.

— Obrigada, Pen.

A festa estava animada, alguns outros amigos da escola estavam presentes, Colin estava perto da mesa com as comidas.

— Pen, boa noite! Ainda não havia visto você, achei que não viesse.

Penelope riu graciosamente.

— Fui quase a primeira a chegar, perdendo apenas para os Bridgerton, que já moram aqui. Você não me notou, porque não há nada à sua volta que tire sua atenção quando está rodeado de comida.

— Você tem razão. - Disse Colin com a boca cheia, terminou de mastigar e ofereceu a ruiva um prato cheio de doces e salgados.

— Colin, você não acha que eu vou conseguir comer tudo isso, acha? Está quase caindo!

— Tudo bem, o que você não conseguir, eu como para você.

Penelope riu.

Colin não tinha jeito mesmo. Ainda assim, para ela, ele era o mais elegante, bonito, gentil e inteligente Bridgerton, Não que os outros não fossem, mas Colin sempre teria o seu coração.

Será que algum dia ela seria capaz de dizer isso para ele? Ele sentia o mesmo? Se não sentisse, ela lidaria bem com isso? Ele reagiria bem para não machucá-la, ou faria o completo oposto? Conhecendo Colin, as opções positivas venciam em sua cabeça, entretanto, é errado colocar expectativas nas pessoas, porque às vezes elas não as cumprem, mas as expectativas eram todas nossas. Penelope sabia que colocava Colin num pedestal como personificação da perfeição, e tinha muito medo de se decepcionar. Mas sempre com a cabeça erguida, e um pé após o outro para estar preparada para possíveis decepções, nada poderia abalar a jovem. Nada.

Bem, era o que a Penelope de 15 anos pensava ser: Forte, determinada, destemida, sensata, segura, estável; e bem, até certo ponto era tudo isso mesmo. Mas ninguém é tão forte o tempo todo, em relação a tudo. Alguns fingem ser forte, Penelope gostaria de conseguir pelo menos fingir, mas havia um problema: Ela era péssima em esconder seus sentimentos, fossem eles bons ou ruins. Se estava triste, chateada, era nítido, principalmente quem a conhecia bem, já sabiam como ela estava, e por conhecê-la, sabiam se ela queria espaço, ou se precisava conversar, mas às vezes algumas pessoas eram lerdas demais para perceber seus sinais. Algumas pessoas, lê-se: Colin Bridgerton.

Todos sabiam que ela era apaixonada pelo terceiro filho de Violet Bridgerton, inclusive a matriarca sabia e torcia muito para que em algum momento desse em algo, porém, ela não queria interferir, o amor deveria nascer de forma espontânea, embora Violet soubesse em seu íntimo, que Colin nutria sentimentos pela garota ruiva, mas nunca dissera tal afirmação em voz alta, Colin se assustava facilmente, as coisas que ele descobria por si só tendiam a ser mais emocionantes para o mesmo.

Penelope sempre se achou esperta, pelo menos mais do que a maioria, principalmente os colegas de classe, porém, nunca fora esperta o suficiente para perceber que o rapaz que ela amava, também a amava, de certo modo, ela estava certa em esperar ele tomar a iniciativa, caso se sentisse da mesma forma; a resposta dela seria positiva, já a dele, ela não tinha tanta certeza. O que ela esqueceu de considerar, é que ele poderia estar com o mesmo pensamento.

— Pen? Você não vai comer tudo? Pode me dar! - Ele afirmou outra vez. Ela estava tão perdida em seus pensamento que esquecera de continuar comendo.

— Ah, tome aqui. - Ela estendeu o prato para Colin.

— Obrigado, Penelly, você é um anjo.

Penelly? Sério isso?

Colin adorava colocar apelido nas pessoas, fora o primero a chamá-la de Pen, e hoje todos a chamam assim, até mesmo a própria família.

Lembrou-se de quando a irmã, Prudence, descobrira que ela estava apaixonada por Colin, deu todo o apoio do mundo, juntou-se com Philippa, Penelope sonhava em ter as irmãs unidas, mas quando eram crianças brigavam tanto, que achava que não teria jeito, porém, Portia sempre as manteve unidas, e na adolescência, as brigas eram menos frequentes e o apoio maior, o elo se tornou mais forte quando o pai delas faleceu, eram apenas elas no mundo, umas pelas outras. Um elo fraterno tão lindo quanto o dos Bridgerton, pensou Penelope. Philippa e Prudence queriam contar a Colin, começaram a tramar planos mirabolantes para ele cair nas graças da irmã, a ruiva apenas ria, adorava as irmãs e é claro, não deixou nenhum dos planos irem para frente, porém, adorava o apoio delas. (Felicity foi a única que não precisou descobrir sozinha, ela contou à irmã, embora todos percebessem isso em sua face, exceto, é claro, o Bridgerton lerdo), na escola, se descobrissem que ela nutria sentimentos por algum Bridgerton, Seria vítima de bullying, ela mesmo o fizera consigo mesmo, dizia que ele jamais ficaria com alguém com um corpo ou rosto como o dela, aprendera a gostar de si mesma, mas entendia quem não gostava.

Colin não sabia que ela pensava essas coisas, pois se soubesse, diria que amava não só o rosto ou o corpo de Penelope, mas também sua mente brilhante.

— De nada, Colin, o que seria de você sem mim? - Ela brincou.

— Eu poderia ser muita coisa, Pen, mas sempre faltaria você para complementar. E haveriam as coisas que só você por inteiro, preencheria no meu mundo. Ah, veja! A valsa vai começar. - Ele disse terminando de comer e colocando o braço ao redor do de Penelope a fim de conduzi-la para mais perto do salão para verem a dança.

Ele tinha noção do que acabara de dizer? Foi da boca para fora? Penelope estava queimando, ainda mais ao toque dele. Ele com certeza não tinham noção do que falara, tampouco do poder que ele tinha sobre ela. Ou do que ele significava para ela.

Ele olhava orgulhoso para Benedict e Eloise dançando, seus olhos verdes brilhavam e isso fazia Penelope se apaixonar ainda mais, a ternura com a qual ele olhava, cuidava e tratava seus irmãos...

— Se você é o irmão favorito - disse ela tentando desvencilhar do braço do homem ao seu lado - Por que a Els escolheu Benedict como príncipe?

— Porque Ben é um príncipe, não vê? e eu sou um sapo. - Ele riu. Penelope odiava as piadas depreciativas que Colin fazia sobre si.

Piadas depreciativas só são engraçadas para quem as faz. - Ela Disse.

— Mas você ri. - Ele se defendeu.

— Por pena.

— Amo o Benedict, e a Els, mas a verdade é que eu não sei dançar, e Anthony dançaria, se não estivesse tão interessado em negócios, veja. - Ele apontou Anthony conversando com alguns senhores que pareciam ricos e chatos.

— Então quer dizer que o Benedict foi a última opção?

Colin deu de ombros.

— Primeira, na verdade.

Penelope lhe lançou um olhar confuso mas não perguntou nada.

— Só queria parecer importante também.

Ele era, e sabia que era. Penelope também sabia, afinal, ele era importante para ela também. Esta era apenas mais uma de suas tentativas de fazê-la rir com suas piadas ruins.

A valsa acabou.

Com Benedict.

Era a vez de Colin, mesmo que não soubesse dançar, não negaria uma dança à irma. Eloise estendeu a mão e Colin a aceitou.

Penelope já sabia que ele iria dançar, mas adorava provocá-lo.

— Me deseje sorte. - Ele sussurrou para Pen.

— Deseja a mim, ele vai pisar no meu pé esta noite mais do que gostaria. - Disse Eloise.

— Eiii! Eu não gostaria de pisar no seu pé em momento algum.

Colin disse, e no primeiro passo, já pisou e a ruiva ouviu um "AIIII."

Colin estava pegando o jeito da dança e Penelope os olhava admirada, amava a familia Bridgerton e como eles eram calorosos uns com os outros, e com as pessoas de fora, como eram com ela. Amava a melhor amiga, Pen sempre tinha um elogio na ponta da língua para fazer sobre Eloise Bridgerton.

Ah, e amava Colin... Como amava... Mas ela tinha 15 anos... era um amor adolescente.

Esse amor iria desaparecer, certo?

Glorious - Polin, A Bridgerton StoryWhere stories live. Discover now