4. 🌊 ⋆ ࣪. .

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Piper Rodrigo

  Eu saí daquele chiqueiro, vulgo quarto, rindo tanto que quase fiquei sem ar.
Voltei ao meu quarto correndo e rindo, senti que Walker corria atrás de mim, o que me fez ir ainda mais rápido.

  — Piper! — Ele gritava enquanto eu corria, preciso contar isso para Dior e Leah, pensei. Eu gargalhava em nível muito alto, minha barriga doía, logo, entrei no cômodo se segurando naquela coisa que ficava ao redor das portas, guarnição? Era isso?
  — Que foi, Pipes? — Leah perguntou tirando a atenção dos óculos escuros novos de Dior.
  — O Walker... — O mesmo surge atrás de mim e cobre minha boca com a mão, me impossibilitando de falar.
  — Fica quietinha, Pipperoni — Senti vontade mandar ele se matar.

  Dior ergue as sobrancelhas.

  — O Walker o que? — Mordi a mão dele para me soltar, deu certo. Ele murmurou algum palavrão e me sentei no chão junto com elas.

  Sussurrei tudo que vi com meus próprios olhos para minhas amigas. Dior ria baixinho, já Leah balançava a cabeça e segurava um risinho, é impressionante como ela realmente era igual Annabeth, às vezes aquilo me deixava incrédula.

  — Nem foi nada demais, Paçoca — Walker diz todo vermelhinho, parecia um tomate. Nem prestei atenção no que ele disse antes de "Paçoca". Puta que pariu, Paçoca? Sério isso?
  — Paçoca?
  — Eu pesquisei coisas típicas do seu país que pareciam com "Piper" — Ele diz ficando mais vermelho a cada segundo. Me seguro para não sorrir, ele foi fofo.

  Dior e Leah trocavam olhares que eu não conseguia reconhecer, então ignorei.

  — Enfim, a mãe de Pipes disse que não tem comida — Dior volta a mostrar os óculos escuros para Leah — Decidimos pedir pizza, que sabor você vai querer?
  — Ah, sei lá. Pode ser quatro queijos, já que Piper não come carne — Ele sorri e saiu do meu quarto.

  — Piper, amiga, disfarça pelo menos — Leah diz rindo com Dior. Franzi o cenho.
  — Como?
  — Amiga, pelo amor de Deus. Você e ele estavam vermelhos iguais tomates, digo, pepperonis — Dior responde dando ênfase no "pepperonis".
  — E daí? — Me fiz de sonsa, já que era claro o que elas tentavam dizer.
  — Assim, com todo respeito — Leah começa — Walker demonstra muito gostar de você desde de que começamos a gravar Percy Jackson ano passado.
  — Nada a ver.
  — Se você diz — Ela ainda não parecia convencida com a minha resposta.
  — É inegável que ele sente pelo menos uma coisinha por você! — Dior diz.
  — Cala a boca, Dior! — Dou uns tapinhas de leve no ombro dela, involuntariamente sorrio meio boba. 

Walker Scobell

  — Já voltou? — Aryan diz, sentado na cama que deveria ter sido minha.
  — Já — Olhei-o de cima a baixo — Ah, fica aí. Ninguém se importa mesmo.
  — Se você diz.
  — Ei — Comecei, me sentando na parte de baixo do beliche — As meninas vão pedir pizza e...
  — Elas te perguntaram que sabor você queria e disse algum sabor que não envolva carne porque a Piper é vegetariana — Charlie diz como se tivesse lido minha mente.
  — Como... Como você sabe?
  — Você é bem pau-mandando, sabe? É sempre assim — Ele diz arrumando o armário.
  — Eu? —Me fiz de sonso, porque na realidade era pura verdade, eu sempre colocava Pipperoni em primeiro lugar, ela é minha melhor amiga.
  — Você é muito tapado — Aryan diz, revirando os olhos.

  Ignorei o comentário e comecei a desempacotar as coisas. Nunca gostei de fazer isso, apenas coloquei as roupas de qualquer jeito dentro do guarda-roupa. Bem melhor assim.
  Eu estava ansioso para conhecer a cidade, mas não hoje, eu facilmente dormiria em pé neste exato momento se não fosse por uma batidinha na porta.

  — Entra! — Charlie diz.
  — Oi, divos — Dior diz abrindo a porta — Estão todos na sala, não querem se juntar a nós?
  — Pode ser — Aryan diz, descendo da cama superior.

  Agora, estávamos todos no cômodo principal. Tinha alguma coisa passando na televisão, acho que era o Jornal, mas logo entrou para os comerciais e... por que tinha uma mulher idosa e um papagaio cozinhando?
  Pipperoni estava jogando Roblox com seu irmão, ela não parecia muito feliz fazendo isso.

  — Puta merda, Felipe — Ela murmura.
  — Que foi? — Eu respondi me esticando para observar a partida do celular dela.
  — Ele não me deu cinco estrelas no Fashion Famous e eu perdi! — Ela diz olhando para o irmão. Ri baixinho, o que foi uma péssima decisão, aliás.
  — Do que você está rindo, hein? — Piper me encarou.
  — Nada, que isso.
  — Bom mesmo, Scobell — Não consigo evitar e dou um sorrisinho quando ela me chama pelo meu sobrenome.
  — Então... Quando vamos à praia? — Felipe pergunta.
  — Amanhã — A mãe deles responde — Todos nós queremos dormir.
  — Ai, que chatice.
  — Vai sozinho então — Pipperoni diz, focada no joguinho — Você irá amar o arrastão.
  — Você vai amar o arrastão — Ele diz fazendo uma péssima imitação da voz dela.
  — Piper, quando vamos conhecer o Cristo Redentor? — Leah diz — Parece ser tão legal.
  — Podemos ir essa semana, se quiser — Ela ainda não tirava os olhos da partida, e eu percebi que a mesma murmurava alguns xingamentos para as criancinhas do jogo.

  O interfone tocou, a comida finalmente tinha chegado. Amém. Olivia desceu lá em baixo enquanto todos nós ficamos na sala.
  Ninguém parecia com energia o suficiente para iniciar uma conversa, então tentei assistir TV. Porém, lembrei que não sei nada de português, não sei nem falar inglês direito, então quem diria português.
  Quando a irmã de Pipperoni voltou, corremos em direção a caixa de pizza igual a animais famintos. Na primeira mordida que eu dei, não consegui lembrar nem da minha própria existência. Era a melhor coisa que já havia comido, era quentinho e saboroso. Nem se comparava às dos Estados Unidos, era mil vezes melhor.

  — Caralho! — Aryan diz em meio de um suspiro — Essa é a melhor coisa que eu já comi.
  — Mil vezes melhor que as outras — Leah diz indo para seu terceiro pedaço, como ela já havia comido três daquela?
  — Se vocês acharam só a pizza melhor, imagine quando comerem as comidas típicas — Pipperoni diz.
  — Por isso que eu vim — Charlie diz dando mais uma mordida na pizza — E, claro, pelas brasileiras. Vai que eu encontro uma Gisele Bundchen por aí.
  — Misericórdia — Piper responde.

  Ficamos ali, comendo e conversando enquanto a mãe de Pipes contava histórias sobre o Brasil de quando era pequena, contando também algumas coisas sobre a infância dos filhos, às vezes me peguei sorrindo para Pipes, o que deixava vermelho. Será que talvez...?  Não, nada a ver, não desse jeito. Tentei afastar esse pensamento, mesmo sabendo que provavelmente ele iria voltar para me assombrar diariamente. Depois de umas duas horas, as meninas decidiram ir dormir, fizemos o mesmo.

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Oioi, divos!!
Desculpem a demora, tenho várias provas essa semana :(
Me sigam no Titkok, @folkloreeera

𝙄𝙥𝙖𝙣𝙚𝙢𝙖 - Walker ScobellWhere stories live. Discover now