A vida não é como um livro

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  Os livros. Sempre me atraíram, não falo de livros como os da escola. Sabe, nunca fui do tipo intelectual, nem perto disso, mas as histórias que me deixavam intrigada, elas sim são do que estou falando.

 É como ver um filme, só que bem melhor. Nossa mente pode ser poderosa, as palavras certas podem nos levar a criações arrebatadoras. É como uma via de mão dupla, entre o escritor e o leitor, ele dá as palavras, nós as damos vida!

 Sobressalto com o barulho repentino da pequena senhora que joga um livro sobre a mesa à minha frente.

— Senhorita Else! — Aperto o livro de capa bonita que estava observando antes do leve susto.

— Me desculpa, estava distraída. — Sinto minhas bochechas esquentarem de vergonha.

 Certeza que estava igual a uma retardada sonhando acordada encarando essa capa florescente.

— Percebi. — Ela me estende o livro que antes havia jogado sobre a mesa. — Esse veio com defeito em uma página, mas é na última e não atrapalha a leitura. E ah, já estou com os pedidos de alguns que esgotaram em menos de um mês, a garotada tem gostado de romances, né? — Assinto enquanto a senhora se afasta.

 Esse mês a caixa de livros para doação veio bem pobrinha, mas esse livro defeituoso me tirou um sorriso.

 Um romance. As meninas do orfanato se amarram, vão pirar com ele.

— Aqui, senhorita, a lista. — diz a senhora de cabelos brancos ajeitando seus óculos de modelo bem antigo.

 Adoro quando ela faz isso, acho um charme, talvez porque lembre minha avó tentando enxergar a agulha de costura.

 Observo os pedidos bem formulados.

— Tudo certo. Entrego hoje ainda lá na editora. Os pedidos mesmo devem chegar depois de amanhã, o serviço de entrega só funciona as quintas aqui por Nova york. — Justifico.

 Ela acente, mas parece se lembrar de algo.

— Se não for abuso poderia me fazer um favor? 

— Como não, dona Tary? — Digo achando um absurdo, sua pergunta.

Ela doa livros com tanto carinho para o orfanato, estou até devendo um favor a ela.

— Como você sabe, eu gerencio a biblioteca do governo, além dessa em que os vendo junto do café, mas estão querendo privatizá-la. — O desapontamento em sua voz é nítido. 

— Ah, não. Ouvi que era uma proposta do novo governo, mas não sabia que colocariam em prática, e ainda Nova york.

 Livros são caros, as bibliotecas públicas são como uma mão na roda pra muita gente.

— Pois é minha filha, sabe como é, as pessoas perdendo o interesse na leitura cada vez mais e a venda chama a atenção dos empresários. É o útil ao agradável, na visão deles. — Diz organizando livros em uma caixa.

Meu romance de livroOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz