Liriel passou parte da sua infância e adolescência sendo criada no castelo do rei feerico a fim de aprender a arte da cura. Seu objetivo deveria ser servir o futuro rei de Aldoria. Ela e seus companheiros, que também foram criados e treinados no rei...
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Ainda não conseguia acreditar que eu havia entrado no quarto de Icarus, ou da Arwenia. A essa altura eu já não sabia mais.
Levou muito tempo até eu me virar e dar de cara com o príncipe. Eu o encarava boquiaberta, já que ele estava coberto com um roupão e estava com o cabelo molhado. Ele havia acabado de sair ou entrar no banho, e aparentemente eu estava no banheiro. Ouvi um ruído do outro lado no exato momento em que ele ia abrir a boca para dizer algo. No entanto, fui mais rápida e cobri os seus lábios com a minhas mãos. Se eu fosse pega em uma situação semelhante a essa, não gostaria de pensar nas consequências.
Alguns minutos se estenderam de forma muito monótona e a pressão dos lábios gelados do príncipe contra a minha palma fazia eu me sentir muito desconfortável.
Infelizmente não tive muito tempo para pensar sobre como eu me sentia, nem mesmo me afastar. Notei tarde demais que eu estava inclinando sobre o príncipe por ele ser mais alto que eu e consequentemente me fazer impelir meu peso todo sobre ele.
Meu pé escorregou e Icarus agarrou a minha cintura ao decorrer do instante em que caíamos em direção a banheira. Por reflexo levei minha mão em sua nuca, com receio de que ele batesse na borda da banheira. A traição do meu equilíbrio, a imagem da expressão congelada de pânico de Icarus em seu rosto e nossos corpos colidindo contra a água... tudo parecia ocorrer em câmera lenta. Rapidamente a névoa perfumou o ar e senti o pano do meu vestido grudar em meu corpo. A água não poderia estar mais quente que meu rosto ao notar que o meu queixo estava fincado contra o ombro direito do príncipe, e sua pele era macia e perfumada. Esse pensamento veio tão rápido que me deixou tonta.
— Que interessante! Nunca vi uma garota se dedicar com afinco para me calar! — Seu tom zombeteiro estava levemente arrastado e senti um pouco de cheiro de álcool. Me afastei o suficiente para encarar seu rosto.
— Você bebeu? Uma hora dessa da manhã?!
Ele abriu um sorriso todo abobado para mim.
— Eu estou bebendo desde ontem a noite. Mas a Greta achou melhor eu tomar um banho gelada porque o rei todo poderoso deseja que eu esteja presente em sua reunião com um bando de abutres! — Ele falou tudo de forma tão rápida que imaginei que o efeito da bebida estivesse se perdendo. Ele voltou a prestar atenção em mim. — Porque queria calar a minha boca? Está brava porque eu não fui vê-la?! Olha, eu juro que tenho um motivo verdadeiro para-
