chuva de abril

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Lá chove todas as noites. Lá sempre é noite. 

Não faz som algum, provavelmente porque a chuva é silenciosa e o som que ela faz de quando ela bate contra o solo e lá não tinha com o que ela se chocar. A chuva lá é como finos riscos que caem sem importância em um imenso vazio. 

É apenas mais uma chuva no mês de abril.

Eu flutuo em meio ao nada, lembro de meu coração bater de forma acelerada, abro os olhos com esforço e vejo as gotas caírem sobre meu corpo, mas não sinto nada. Nem por dentro e nem por fora. Sinto que deveria estar caindo agora, caindo como todas as gotas que molham o meu cabelo azul e transborda minhas galochas de amora. O NADA também chora

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