1. 🇧🇷 ⋆ ࣪. .

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Piper Rodrigo

- Acorda, sua esquisita! - Acordei em um pulo, ouvindo a doce (infernal) voz do meu irmão. Ele estava me sacudindo e claro, já me irritando sem nem abrir meus olhos.

- Já acordei, caralho! - Digo irritada.

- Olha a boca - Olhei em direção a voz tentando distinguir quem falou isso, mas eu ainda estava sonolenta. Parece que Walker estava igual eu, dormia igual pedra. Porque não acordaram esse menino e eu sim?
Logo percebi que a voz era de minha irmã.

- Se mata - Digo para Olivia enquanto tentava ignorar meu irmão.

- Piper! Piper! Piper! - Ele falava meu nome como se a vida dele dependesse da minha atenção.

- Que foi, pirralho? - Consigo finalmente me levantar.

Observo os assentos do avião, Leah estava vendo algum filme com Dior, Charlie estava batendo fotos zoadas de Walker enquanto ele dormia e Aryan ria igual uma hiena, e...

- Acorda Walker! - Aryan dizia rindo.

Cadê a minha mãe? Rapidamente a avistei do lado de Olivia, ela estava ajudando Olivia? Ou mandando em Olivia? Não sei, a segunda opção parece mais realista. Minha mãe, como sempre, estava "coordenando" quem pegava as malas de mão, contava os adolescentes, verificava tudo 50 vezes antes de sair, etc.
Olhei para frente e vejo que Walker acordou. Ele olhava confuso para Aryan e Charlie.

- Pips? - Ele diz com a voz meio sonolenta.

- Sim, é a Piper - Aryan diz irônico.

- Piper! Piper? Piper!!! - Meu irmão ainda me chamava, por quê eu fui dividir o assento com ele?

- Que foi, caralho? - Digo olhando irritada para ele.

- Compra robux para mim? - Ele força um sorriso e mostra a tela do tablet dele.
Eu enterro o rosto entre as mãos.
- Você é esquisito.
- Olha quem fala.

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa para ele, eu escuto minha mãe falar, três assentos atrás de mim.
- Pessoal? - Ela chama, intercalando o olhar entre os meninos, eu e o resto de aborto, e Leah e Dior - Peguem suas malas de mão e verifiquem se não deixaram nada.
Eu tinha tirado poucas coisas da minha mochila. Só uma coberta, meu celular, fones e carregador. Já meu irmão, só faltou ele tirar um boi de dentro daquela mochila. Ele ia demorar muito, bem feito.
Logo eu já estava pronta e fui até o assento das meninas, que também já estavam quase lá.

- E aí, Pips? - Dior diz sorrindo e se levantando do banco.
- E aí - Digo ainda bem sonolenta.
- Tá com sono? - Leah pergunta, rindo.
- O que você acha? - respondo ela com um sorriso pequeno.

Finalmente meu irmão arrumou tudo, logo ficamos em fila indiana de frente para minha mãe.
Eu não faço a menor ideia de qual temperatura está lá fora, dentro do avião estava congelando por causa desse ar condicionado, estamos todos de moletom. Walker tinha uma aparência mais sonolenta que a minha, mas, Aryan estava normal, uma disposição de invejar. Como ele dormiu bem em um vôo de mais de 12 horas? Percebi que eu encarava Walker, instantemente me arrependi.

- Que foi, peperonni? - Ele diz sorrindo para mim.
- Peperonni?
- É, parece seu nome.
- Não parece não - Dou uma leve risada.
- Parece sim. Preciso te dar apelidos relacionados ao Brasil.
- Mas peperonni não é brasileiro, é?
- Não, preciso achar outro.

Ele sorri e vira para frente, empurrando Aryan de propósito. Infelizmente, eu sinto uma mãozinha cutucar meu ombro.

- Piper - Felipe me chama.

Respiro fundo para não surtar, eu não sou amigável quando certas pessoas me acordam.

- Que foi? - Tento falar no meu tom mais amigável possível, porém falho miseravelmente.

- A gente já está chegando?
- Que? A gente nem saiu da porra do avião ainda.
- Mas... A gente já tá chegando?
- O que você acha, seu filhote de cruz credo? - Percebo que minha mãe olhou seriamente para mim - Digo, o que você acha, meu lindo irmão mais novo?
- A gente está longe, eu acho.
- Então para de encher meu saco.

Olivia se vira e olha para todos nós.
- Beleza, a mãe me mandou contar quantos de vocês estão aqui. Então, vocês vão seguindo ela - Olivia aponta para minha mãe - enquanto eu conto vocês.
- Que informação inútil, Olivia - meu irmão diz.
- Fica aqui no avião do Rio de Janeiro, então - Digo secamente.

Ele finalmente se cala, sinto que preciso fazer uma oração de gratidão a essa vitória.
A fila finalmente começou a andar. Quando eu passei na frente do Olivia, senti um tapasso na minha cabeça com uma doce voz dizendo:
- Quatro!
E em seguida, até o número sete.

Nós seguimos em direção ao aeroporto. Depois de um tempinho fazendo toda aquela burocracia de passaporte com os estadunidensinhos, a gente finalmente passou para aquele lugar de pegar as malas. Demorou uma eternidade, uma eternidade mesmo. Nunca vi tanta mala junta na minha vida. Nós estávamos se matando para pegar nossas malas enquanto meu irmão jogava Adopt Me pela 10° vez só hoje.
Logo que pisamos para fora do aeroporto eu já vi que ia dar merda. Aquele calor do inferno, aquilo tanto de gente e mendigo, eu amo o Rio, mas puta que pariu.
Graças a Deus que a minha mãe alugou dois carros para nossa estádia na cidade. E ela me deixou responsável por cuidar de mim e dos adolescentes na puberdade e, infelizmente, aquele espermatozóide mal desenvolvido que eu chamava de irmão. Eu tive que ficar gritando com todo mundo toda hora, eu sinto que eles nunca saíram da bolha estadunidense nada vida. Eu gritava coisas como tipo:

- Não encara!
- Não pega o celular aqui fora!
- Não senta no chão, Felipe!
- Tira o dedo do nariz, Felipe!

Só comprovando meus pensamentos anteriores, eles nunca devem ter saído da bolha estadunidense.
Finalmente a minha mãe chegou com Olivia.

- Sinto informar vocês, não existe carro que caiba todos nós e todas as malas. Vamos ter que nos dividir - Olivia diz, abaixando o vidro do carro e começando a colocar a bagagem no porta-malas.
- E você vai dirigir? - Digo erguendo as sobrancelhas.
- Ué, vou.
- A gente está morto.
- Nada a ver, Piper. Não é porque eu repeti várias vezes no teste para tirar a carteira de motorista que hoje em dia eu sou ruim!
- Se você diz.

Ajudei minha mãe a colocar as malas no carro.

- Tá, mas quem vai com quem? - Dior pergunta ajudando a colocar a última mochila no carro.

Silêncio absoluto.

- Vai eu, Olivia, Walker, Leah e Dior em um carro. E, no outro, Charlie, Aryan, Felipe e minha mãe. Tudo bem por vocês?
Ninguém me contestou, logo em seguida entramos todos no carro.

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𝙄𝙥𝙖𝙣𝙚𝙢𝙖 - Walker ScobellOnde histórias criam vida. Descubra agora