Lucifer fez uma careta e Alastor paralisou no lugar, deixando a incredulidade tomar conta de sua expressão.

— Impossível. — Eles falaram juntos.

— Sim. É possível. — Charlie afirmou. — Esse é um exercício de confiança especial para vocês. E se não cumprirem, eu vou querer os dois fora do meu hotel!

— Charlie, querida, isso é, ele é... — Lucifer tentou argumentar. Toda a sua adrenalina havia sido sugada dele pela filha, e agora suas emoções eram um misto confuso.

— Pai... — A princesa mudou para uma expressão triste e compassiva. Ela se aproximou de Lucifer e parecia realmente decepcionada. — Por favor, não vamos estragar tudo de novo.

Charlie pegou as mãos dele, que estavam tremendo pela simples hipótese de ficar longe da filha novamente. Ele não poderia aceitar.

Seu estômago embrulhou e as palavras ficaram presas na garganta. Se ele não estivesse se esforçando ao máximo para manter a compostura, teria chorado.

— Charlie... — Sua expressão suavizou. Ele suspirou fundo e encarou-a com ternura. — Tudo bem.

— Não, pera, o que... — Alastor se interpôs. — Me perdoe Charlie, mas isso-

— Isso vai acontecer, Alastor. — Ela o repreendeu novamente, mas logo desfez a severidade. — Por favor...

O demônio do rádio encarou-a. A estática tornando-se mais presente conforme os segundos se passavam.

— Uma semana. — Ele cedeu. — Eu vou aturar isso por uma semana.

Tão rápido quanto uma estrela cadente, o sorriso de Charlie se expandiu. Instintivamente ela puxou Lucifer e Alastor para um abraço, apertando-os tanto que ficou difícil de respirar.

— Aaaah, estou tão animada para ver como as coisas vão melhorar depois disso!

— ...

— ...

Bom, Lucifer, e pelo que ele sabia, Alastor também, não tinham tanta certeza sobre isso.

× × ×

— Muito bem. Charlie disse que para esse exercício funcionar, temos que ficar o máximo de tempo juntos. — Lucifer falou. Ele estava sozinho com Alastor em seu quarto, arrumando um pouco da bagunça de patos para deixar o local mais apresentável. — Temos uma lista, e um dos itens é fazer uma festa do pijama.

— Não é como se já não tivéssemos dividido a noite algumas vezes antes. — Alastor deu de ombros, usando seu usual sorriso zombeteiro.

Um arrepio percorreu a espinha de Lucifer quando ele se lembrou de todos os encontros desafortunados que teve com Alastor durante a madrugada, e de como todos terminaram de uma forma ruim para ele.

Ele deveria estar pagando por ter jogado pedra na cruz, não era possível.

— Charlie quer que nos demos bem, e isso significa que você também tem que cooperar. — O rei disse, fazendo surgir um edredom vermelho em suas mãos e entregando-o a Alastor. — Eu não entendo muito de festas do pijama, mas o lado direito da cama é meu.

O demônio levantou uma sobrancelha, um pouco surpreso.

— Há quanto tempo Vossa Majestade não visita o mundo humano? — Alastor se sentou na cama, jogando o lençol de qualquer jeito.

— Uns quatrocentos ou quinhentos anos. — Ele dá de ombros. — Mas isso não é da sua conta.

Alastor semicerrou os olhos. Ele suspirou fundo, deixando o rei um desconfortável com sua reação.

Corações Partidos | RadioappleΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα