Cap. Sessenta e Cinco

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- Sim, senhor.

- Ótimo. A gente parte daqui a alguns dias.

- Vou precisar de identidade nova?

- Não. Seja tu mesmo.

- Está bem.

- Enquanto estiver comigo e aqui, não poderá sair por aí.

- Antes, posso pegar algumas coisas e me despedir dos meus irmãos?

- Pode.

- Obrigado... Vou para o quarto.

Vou moldar ele a minha imagem.

( ... )

É estranho eu sentir essa sensação ao ouvir a voz dela?

Eu estava com saudades dela. Com saudades de receber a sua visita, as suas comidas e o seu carinho.

Eu falava com o meu pai, até dizer que a Miss Amanda queria falar comigo.

Eu sei que ela é minha mãe, mas não consigo tratá-la dessa forma.

- Eu sei que ainda deve estar chateado com ela..._ ela diz do outro lado. - Mas, não faça nenhum mal à ela, por favor, menino De Luca. Deixa ela em paz e venha para casa.

- Está bem.

- Não me diga que está bem, prometa-me que virá para casa sem chatear a menina Maia... Ela já sofreu bastante.

- Eu não vou fazer nada... Prometo...

- Obrigada e por favor, venha para casa vivo...

- Preciso que prepare um outro quarto.

- Para quem?

- Um amigo.

- Está bem.

- Tenho de ir agora, adeus.

- Tenha cuidado.

Desligo o telemóvel e sento. A porta foi aberta e eu olhei para quem entrou.

Horus trash uma mochila.

- Obrigado._ ele diz ao Asaf.

- O que tem aí?_ pergunto.

- Algumas coisas que ganhei do meu pai e que acho importante. Quer ver?_ concordo com a cabeça.

Ele senta ao meu lado e coloca e abre a mochila.

- É uma t-shirt autografada pelo Lebron James._ ele me mostra a t-shirt desportiva.

- Quem raios é ele?_ ele me olha como se eu tivesse dito alguma blasfémia.

- Você não conhece o Lebron? Um dos melhores jogadores...

- Deixa-me adivinhar, de basquetebol.

- Exatamente. Esse é o meu troféu, ganhei há uns anos, tem algumas medalhas... _ peguei numa foto onde estava ele com o que penso serem os seus irmãos. - E isso..._ olho para o que mostrava. - Meu pai me deu quando eu fiz 7 anos.

- Um canivete?

- Ele ganhou do pai dele quando tinha 7 anos também.

- Interessante.

- É... _ começa a arrumar as suas coisas.

- Vou para o quarto.

Desvio o meu olhar dele e deito o meu corpo no sofá. Olhei para a TV e fiquei ouvindo as notícias.

Sinto-me ofendido por eles não terem pensado na possibilidade de eu escapar, quer dizer, sou o Greco De Luca, deveriam ter se precavido melhor.

O dinheiro fala muitas línguas, e até o mais honesto pode ser iludido pela ganância.



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