Capítulo 01

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Você acredita no destino? Antes eu não acreditava, até encontrar o meu destino e mudar minha vida completamente. Eu me chamo Sherry, antes minha família era uma família feliz, eu, meu irmão Skyler, meu pai e minha mãe, vulgo rei e rainha. Mas minha mãe simplesmente desapareceu não deixando nenhum rastro para trás no meu sétimo aniversário em busca das minhas flores favoritas que só cresciam no reino dos humanos. A partir daí meu pai mudou completamente comigo e com meu irmão. O mesmo enviou o Skyler para um internato de treinamento de príncipes herdeiros, o pior lugar para mandar seu próprio filho. Quanto a mim, ele me manteve estudando nesse castelo por nove longos anos.

[...]

Estava escuro, olhei ao meu redor e logo percebi onde eu estava, era a floresta onde minha mãe desapareceu. Mas estava diferente, as flores estavam mortas. Olhei para frente e tinha um espelho, cheguei mais perto e me vi de cabelos brancos e tudo ao redor começou a congelar. Entrei em desespero rapidamente e acordei assustada.

— Era um sonho. Que bizarro. — suspirei aliviada.

Logo ouço a porta do quarto sendo aberta, era a Tine, minha empregada, ela faz questão de não me deixar sozinha por nenhum momento, exceto quando estou no banheiro ou dormindo. É claro, no momento ela é a única pessoa que dá para conversar nesse castelo.

— Bom dia, princesa. O rei está esperando lá em baixo para o café da manhã - disse ela, abrindo a cortina e, logo em seguida, a janela.

— Por que você continua dizendo que ele está me esperando? — levanto da cama, vou em direção ao guarda roupa e o abro.

Ela sempre diz isso, desde a minha infância. No início, eu demonstrei esperança ao conversar com ele, mas ele continuou me ignorando, aí percebi que, no final, ele não estava me esperando. Então perdi as esperanças.

— Ele parece não se importar, mas ele se importa de verdade, ele é o seu pai. Por que ele não se importaria? — interrompo ela antes de terminar a fala.

— Porque ele não age como um pai, somente como um rei estúpido. Não é atoa que mandou meu irmão para um internato por não aguentar mais ele o questionar sobre nossa mãe, idiota!

— Em falar no seu irmão, tenho uma ótima notícia, direi quando a senhorita sair do banho. — diz enquanto eu entro no banheiro.

Não ouvi direito, passei um tempo no banho, para quando eu descer meu pai não estar mais lá. 20 minutos depois eu saí.

— Demorou bastante, princesa, pensei que você iria sair rápido, já que a notícia envolveu o príncipe Skyler. — murmurou.

Faz bastante tempo que eu não ouço alguém citar o nome do meu irmão, já que o mesmo não pode ligar ou mandar mensagem pois lá no internato não é permitido nem em horários vagos. Lá é inferno, então foi automático eu pensar o pior.

— Como assim? — me aproximo de Tine preocupada. — Ele está bem? Aconteceu algo que me preocupa?

Tine ficou um tempo em silêncio me deixando mais preocupada ainda, a pior coisa que alguém pode fazer para uma pessoa ansiosa, vulgo eu, é ficar em silêncio.

— Na verdade... — coloco as mãos nos seus ombros e a sacudo insistindo para que ela fale logo. — Calma princesa, eu irei falar se a senhorita sentar e se acalmar.

— Foi mal, Tine. — solto ela e sento na cama super preocupada — Agora diga, por favor!

— A notícia é... — fez um intervalo dramático. — O príncipe Skyler vai voltar para casa!

— Sério? — levanto da cama e começo a pular de felicidade, soltando raios de luz pelas mãos.

Eu não sei como faço isso na verdade. Esses raios não são como meus outros poderes, eles simplesmente começam a surgir quando estou com qualquer sentimento forte. Da última vez que isso aconteceu, queimei alguns livros da biblioteca só porque no livro que eu estava lendo, os protagonistas se beijaram. Enfim, quem está perto de mim nesses momentos deve tomar cuidado.

— Cuidado, princesa. — diz enquanto se desvia dos raios.

Ouvi os portões se abrirem no andar de baixo e sai voando para ver se era meu irmão, literalmente voando, já que tenho asas. Percebi que era ele. No entanto, ele foi consideravelmente diferente em comparação com a última vez que o vi. Seu cabelo era longo, e ele continuava mais alto do que eu, mas já não era mais aquele menino magro. Agora, ele está bem mais forte, parecendo ser bem mais velho do que realmente é, considerando que tem 17 anos. Ao contrário de mim que sou uma anja do fogo, tenho cabelos vermelhos longos e olhos azuis. Ele estava com muitas malas, então vi que ele iria ficar.

— Sky, você está de volta! — sorri enquanto corro para abraçá-lo.

— Sherry? Então você realmente sentiu minha falta, pensei que tinha dito que não sentiria. — ironiza enquanto eu o abraço e logo em seguida o solto.

Nunca nos demos bem desde criança, brigávamos pelas coisas mais fúteis possíveis. Uma vez, discutimos para ver quem iria descer para tomar o café primeiro. Eu o empurrei e desci, ele se vingou cortando o cabelo da minha boneca, e eu me vinguei fazendo um feitiço para que o cabelo dele sumisse. Foi hilário, mas admito que, sem ele aqui para brigar, sentia sua falta. E como não tinha notícias dele, fiquei ainda mais preocupada.

— Palhaço, não sinto falta de ninguém como você aqui, vai ficar? — digo apontando para as malas dele.

— Vou sim, aliás precisamos conversar a sós, agora.

A expressão dele estava realmente muito séria, ele quase nunca fica sério dessa maneira, foi ai que eu percebi que ele não estava brincando. Fomos para o antigo quarto dele para conversarmos.

— O que houve? — perguntei a ele enquanto ele trazia as malas para o quarto.

— Não surta com o que eu vou falar, ok? — Sky coloca as mãos em meus ombros me deixando assustada.

— Fala logo, está me assustando. — a expressão dele me faz pensar o pior.

— Eu... acho que nossa mãe está viva. — o que ele disse me deixou muito confusa.

— Do que você ta falando? De novo com isso? — digo nada surpresa, já que ele já veio com essa teoria diversas vezes. Da última vez ele sonhou com ela no porão do castelo e me obrigou a explorar com ele e no final ficamos presos lá por 3 horas.

— Dessa vez não foi um sonho. Sabe a pedra de esmeralda que ela colocou em minha espada? — aceno que sim. — Eu estava dormindo no internato e, de repente, ouvi a voz dela chamando meu nome. Achei que estava sonhando, mas ouvi novamente e acabei acordando. A voz ainda persistia, e então percebi que vinha da esmeralda. Assim que a toquei, minha consciência pareceu se teletransportar por alguns segundos. Vi-a em um lugar escuro, mas ela não conseguia me ouvir.

— Provavelmente deve ter sido um sonho, me preocupei atoa. — saio do quarto mesmo ele me falando para esperar. — De novo ele com essa maluquice. — resmungo.

[...]

Horas se passaram e quando vi era noite. Hoje não vi meu pai o dia todo, o que não é tão ruim, pois assim que ele me vê, mal conversa comigo. Depois da minha aula de piano, fui dormir. Enquanto estava dormindo, algo começou a brilhar dentro do meu closet. De repente, ouvi a voz da minha mãe, acordei e continuei ouvindo. Fui diretamente ao closet e encontrei o que estava brilhando: a coroa que minha mãe criou para mim. Assim que a toquei, foi como Sky havia dito. Minha consciência foi para outro lugar, através da coroa, como ele através do cristal da espada mas, eu não a via, só conseguia ver uma escola enorme e li o seu nome: "Etherium".

Contos de Etherium Vol I : Asas do DestinoWhere stories live. Discover now