2.22: Routine

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- Não haveria controle - Harry atestou, sentindo seu sangue gelar. Imaginar trouxas como seus tios, que o mataram por ser mágico, andando pelo Beco Diagonal, trazia um tipo diferente de temor para ele.

- Nenhum, e isso vai distrair Tom por um tempo, já que eles terão que lutar essa batalha política. Dumbledore continua muito influente e muitas famílias da luz têm a sua palavra como a razão - disse Daphne, entregando-o uma carta longa com a sessão do dia anterior resumida.

- Vamos ter que mudar essa influência dele, então.

- É o que faremos, começando pela escola, Escolhido.

Harry odiou o apelido, mas podia ver o apelo nele. Com certeza os ajudaria a alcançar mais aliados, e tinha a ironia do fato dele realmente ser o "Escolhido". "Nascido do puro e da serpente, ao fim do mês mais quente, um garoto terá a missão de salvar toda a gente". Esse era ele, e não tinha pra onde escapar.

Rapidamente, a comunal se viu cheia de alunos de todas as idades, e Daphne fez a sua proclamação, instruindo os primeiros anos, reforçando as regras da casa para todos, e anunciando que a presença de todos na comunal após as aulas era obrigatória. Depois de entregarem os mapas do castelo para os novatos, todos seguiam para o café da manhã.

Eles comeram e conversaram, esperando Severus lhes entregar os seus horários. Harry sorriu ao ver que Defesa seria a primeira aula que teriam, e terminou de comer rapidamente, querendo chegar logo na sala.

A verdade era que ele realmente queria ver como era Moody. Barty não era ruim, mas também não era excelente, e ter um auror de verdade os ensinando tinha que ser um sinal divino de que eles aprenderiam alguns bons feitiços pra usar em lutas. Se não, ele não via futuro pra Hogwarts.

Para a surpresa de todos, Moody era bom. Ou melhor, era excelente, se desconsiderassem o seu olho maluco, o mancar, e o jeito que ele parecia neurótico o tempo todo. Sua didática era boa, e ele fazia questão de não distinguir os sonserinos, o que era esperado de um auror que tinha prendido Comensais da Morte durante a guerra toda. Ele era um bom homem, fazendo um bom trabalho, e Harry ficou contente.

É claro que ele não confiaria em alguém que era amigo de Dumbledore, mas ter um bom professor te deixa minimamente feliz.

Eles passaram pelas aulas do dia rapidamente, e logo se encontravam no conforto do salão comunal sonserino novamente, dessa vez com a presença dos seus amigos das outras casas.

Harry estava ao lado de Daphne quando ela subiu no ponto mais alto do salão, precisando esperar somente segundos antes do silêncio prevalecer.

- Quase todos que estão aqui estavam presentes quando nos unimos por uma causa - ela começou, sua voz alta e poderosa ecoando pelas paredes de pedra. Seu olhar recaiu com um certo carinho para o grupo de primeiros anos que parecia deslocado no seu canto. - Eu sei que isso parece assustador, queridos, mas isso, essa reunião, é pra mostrar que somos uma frente unida. Em Junho, na final do torneio Tribruxo, dois amigos nossos foram a-assassinados pelo homem que comanda essa escola.

"Dumbledore não teve misericórdia ao tirar a vida de dois jovens bruxos, e nós não teremos misericórdia com ele. Estamos unidos pra lutar contra a sua palavra, contra o seu julgamento errôneo, contra sua crença de que os trouxas devem viver entre nós, e pra nos vingar, por Terry, por Fleur, por James e Lily Potter e por muitos outros que pereceram nas suas mãos."

Daphne olhou para o moreno, como se pedisse que ele desse a sua palavra. Harry suspirou, mas obedeceu.

- A minha vida toda, eu lutei contra os efeitos das ações de Dumbledore na minha vida. Fui órfão desde que tinha um ano, fui abusado pelos meus parentes trouxas até meu coração parar de bater no peito, e agora eu luto pelas pessoas que eu amo, para que a sua mente perturbada não chegue até quem me protegeu e me amou quando eu não tinha o colo de uma mãe pra chorar.

What you did in the DarkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora