CAPÍTULO VINTE E UM

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Eu não sei onde estou.

É como se tudo tivesse se perdido dentro de mim. Eu não consigo me lembrar que dia é hoje, saber que horas são, onde eu estou...
Eu sinto uma dor no meu coração.
Sinto uma dor que arde feito o inferno na garganta e eu não sei como fazer isso.

Tento me lembrar de algo que seja importante, que me faça ir a um caminho, que me leve pra casa mas são tudo borrões.

Caminhando pela mata apenas com um blusão que cobre metade de minha coxas tento ir para algum lugar.

Sinto um cheiro bom vindo em alguma direção. Tento me concentrar em meio ao ardor sufocante e como se fizesse isso a séculos, começo a correr.

Pulo entre as árvores não sabendo pra onde estou indo mas que eu precisava ir.

Alguns Km depois vejo dois caras se aproximando de uma garota. Eles parece ter a idade dela e riam com o que iriam fazer.
Minha garganta arde muito mais, eu quero sangue.

Me agarro a árvore pra não fazer algo que me arrepende.
Qualquer pessoa entenderia o que estava acontecendo.
Sem pensar muito pulo em direção a um dos caras o arrastando rapidamente pra longe.
O jogo no chão não deixando que ele me veja.

Ele parece ter se arranhado, sangue desce pelo seu pescoço.

Instintivamente mordo seu braço e me alimento do seu sangue.
Ele começou a gritar pedindo pra parar mas ignoro sua súplica.
Dreno seu sangue até não sobrar nenhuma gota.
Viro seu corpo me certificando que está morto.

A ardência no pescoço parece ter se acalmado mas ainda estou com fome.

Corro em direção ao próximo.

*

Preciso de um banho.

Me sinto nojenta, um lixo depois do que eu fiz.

Eu matei pessoas. Eu matei sem pensar nas consequências, peguei suas roupas e os enterrei como se não fosse nada.

O olhar da garota em minha direção não sai da minha cabeça.

Eu sou um monstro.

Encontro uma cachoeira a alguns metros onde os enterrei e me jogo na água.
Me esfrego até que minha pele sangre. Os cortes se fechavam e eu fazia outros mas a sensação não ia embora.

A água não fazia eu me sentir bem.

Novamente imagens vem na minha cabeça. Eu matando outro e mais outro e mais outro e nunca me sentindo satisfeita.
Não, por favor.

Eu não quero fazer isso.

Me afundo na água me sentando no chão, pessima ideia. Mais imagens na minha mente e são imagens piores do que qualquer coisa.

Os cortes, a dor...

Sai da minha cabeça!

Grito em meio a água e parece que tô sufocando, mas não, até sentir meu corpo sendo puxado por uma garota até a superfície.

- Aí meu Deus! Você está bem?

Não, não. Fica longe de mim.

Me afasto dela correndo em direção a floresta para a proteger. Eu não posso.
Me nego a fazer isso.

Por que parece ter tantos humanos por aqui?

AMOR E MORDIDAS - ROSALIE HALE - POLIAMOR Where stories live. Discover now