CAPÍTULO 2

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— Eu não costumo comer esse tipo de coisa.

Jimin estava com a boca cheia, olhando para o Sr. Ninguém sobre a mesa mal limpa de uma lanchonete, enquanto devorava um cheeseburger com milkshake de baunilha.

— Você tem que me dizer seu nome, sabe? Nós dois estamos fodidos agora.

Sentado na frente do homem que salvou sua vida, ele observou. O moreno poderia ter lavado o rosto e penteado o cabelo no banheiro, mas seu corpo carregava vestígios de violência, e não havia nada que ele pudesse fazer sobre as roupas sujas com rasgos que pareceriam suspeitas para qualquer pessoa que as visse. Seus olhos negros desfocados e um pouco inchados sugeria falta de sono. No entanto, apesar das linhas cansadas, o Sr. Ninguém era extremamente belo.

Por tudo o que Park sabia, o cara poderia ter saído magicamente de algum filme de terror, com seu cabelo preto bagunçado e a garrafa de uísque sem tampa, da qual segundos antes ele havia tomado mais um gole. Ele também tinha uma arma debaixo da jaqueta de couro e apesar de enterrar três homens, estava surpreendentemente calmo, enquanto Jimin estava enlouquecendo.

Os dedos longos e tatuados continuaram brincando com os talheres, e o tremor de suas mãos sugeriam que ele provavelmente estava morrendo de vontade de fumar. Mas ainda assim, em vez de satisfazer essa necessidade, ele assistia Jimin do outro lado da mesa pegajosa.

— Eu não estou fodido. - disse enquanto olhava fixamente nos seus olhos.

Jimin tomou um grande gole do milkshake para acalmar seus nervos, mas isso não estava adiantando. Ele considerou se inclinar para sobre a mesa, mas depois olhou para a garçonete, que pairou suspeitosamente perto, e decidiu que apenas sentar lado a lado garantiria privacidade suficiente para sua conversa. Ele rapidamente se levantou e circulou a mesa para se apertar ao lado de seu salvador.

O loiro foi imediatamente engolido pelo cheiro de licor e algum tipo de colônia terrosa e picante que criou uma mistura tão inebriante que por dois segundos Jimin não conseguia falar. O calor deixou sua cabeça desagradavelmente leve, mas ele de alguma forma conseguiu continuar.

— Você atirou em três pessoas, e eu te ajudei a esconder seus corpos. Tenho certeza de que nós dois estamos fodidos.

O moreno deu de ombros, nem mesmo se preocupando em olhar para o lado.

— Eu tive minha primeira morte aos dezesseis anos. Mais uma, ou três, não faz qualquer diferença.

Todos os cabelos do corpo de Jimin se arrepiaram com aquela confissão, e de repente ele sentiu uma estranha sensação de formigamento.

Calma Jimin...

— Oh. Então... você acha que estamos seguros?

Park falou, pressionando sem perceber a sua coxa contra a do tatuado. A proximidade de repente pareceu muito pessoal, mas ele não se atreveu a se mover quando o Sr. Ninguém olhou para ele.

Ai, apaixonei...

— Não até você me contar o que realmente aconteceu. Não deixe nada de fora.

Jimin engoliu, ainda considerando suas opções quando um carro da polícia estacionou em frente à lanchonete.

— Estamos ferrados. - ele choramingou e rapidamente pegou o copo para esconder o rosto atrás dele. Ficou feliz que o recipiente estava quase vazio, porque com as mãos tremendo como estavam, ele teria derramado o milkshake sobre si mesmo.

O tatuado olhou para o carro da polícia e encolheu os ombros, pegou sua xícara de café e a levou para debaixo da mesa, reabastecendo o líquido com ainda mais uísque.

Uma boa noite para morrer | Jikookحيث تعيش القصص. اكتشف الآن