— Não fiquei com Leanne.

— Não trouxe nenhum cara para casa.

Ficamos nos encarando, uma mistura de alívio e confusão pairando entre nós.

— Não tinha ninguém na sua casa naquele dia?

— Você não ficou com a Leanne?

A perplexidade cresce enquanto nossas palavras se misturam, criando um emaranhado de revelações. Solto uma risada e ela também.

— Eu falo primeiro — digo, inspirando profundamente. — Me perdoa por ser tão lento quanto uma lesma na pista de corrida. Eu deveria ter te contado há muito tempo, desde que entendi o que se passava dentro do meu coração.

— Contar o quê? — ela dá um passo à frente.

— Estou apaixonado por você, Alana Moore! — revelo, e é como se um peso tivesse sido retirado de cima da minha alma. — Estou perdidamente apaixonado por você, ou melhor, acho que sempre fui desde o primeiro dia em que te vi, desde aquele dia em que me defendeu daqueles idiotas. Acredito que esse sentimento sempre esteve adormecido, porque eu não suportaria te perder, e ser rejeitado... droga, eu poderia viver na rua, como um mendigo, mas não consigo viver sem você. Poderia dizer que prefiro viver sem o ar que respiro do que sem você, mas tecnicamente, não dá para viver sem ar, eu morreria em questão minuto. Então, prefiro morrer esfaqueado em mil pedacinhos, bem pequenos, para pagar por todo sofrimento que te causei do que viver sem você. Você é o coração que bate dentro de mim, Moore!

Tento recuperar o fôlego. Alana me encara, os olhos cheios de emoção. A tensão no ar é quase palpável enquanto aguardo a sua resposta.

Finalmente, ela quebra o silêncio.

— Rhavi, eu... — ela hesita por um momento, olhando nos meus olhos.

Meu coração parece congelar por um instante, mas antes que a insegurança se instale, Alana sorri, um sorriso que ilumina todo meu coração.

— Sua lerdeza chegou, se acumulou e ficou, hein? Ainda bem que ela deixou você pensar um pouquinho — solta como um desabafo. — Eu sempre fui louca por você, desde sempre, seu bobo! — Ela se aproxima, colocando as mãos no meu rosto. — Mas quando te beijei pela primeira vez, meu objetivo era fazer você se apaixonar por mim, ou melhor, meu objetivo era pegar você para mim.

— Por que você virou o tapetinho?

Ela hesita e inspira.

— Quando vi aquelas fotos... pensei que tinha te perdido, só que ao mesmo tempo, tive que colocar na minha cabeça que você estava feliz com ela, que finalmente conquistou sua vizinha, mesmo que me doesse, a dor se espalhando como câncer, tinha que te mostrar que também segui em frente e... que estava tudo bem.

— Não estava tudo bem.

— Eu sei... — ela sussurra.

Encosto minha testa na sua.

— No final, Alana, eu realmente conquistei minha vizinha — digo, capturando seus olhos com os meus.

— Sério?

— A vizinha que eu sempre quis era você — sorrio de lado. — Líder de torcida, popular, desejada por todos, cabelos escuros e olhos castanhos... porra, você é minha vizinha!

Ela abre um sorriso enorme.

— Agora que você percebeu isso?

— Foi.

Alana ri, e sinto uma emoção tão grande me consumir que tenho dificuldade até de respirar, e um sorriso nervoso escapa dos meus lábios.

— Eu também estou apaixonada por você, Clark.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAWhere stories live. Discover now