Valsinha (ONE-SHOT)

¿Baila conmigo?

Luciano estava em seu escritório, trabalhando. Ele estava sentado, com óculos de leitura que ele sempre usava quando precisava se concentrar melhor. Sua expressão estava fechada, com as sobrancelhas juntas lendo os relatórios dos estados e verificando números do seu país.

Quando de repente, uma batida à porta dele o tira de sua concentração. Ele primeiramente sente uma pontada na sua cabeça, sinalizando a futura enxaqueca que ele teria depois das 17h que ele tinha trabalhado direto, sem parar para descansar. Esfregando os olhos por baixo dos óculos, ele gritou:

- Brasília? Já deveria ter ido embora! Pode entrar minha flor. - Ele se recostou na cadeira de olhos fechados, soltando um suspiro enquanto ouvia a porta abrir. - Não esquenta Lia, daqui a pouco eu- Martín?

Ele arregala os olhos ao ver seu namorado parado ali na sua frente, vestido com uma jaqueta azul-claro e blusa e calça social branca. Estava com os cabelos penteados, e Luciano conseguiu sentir o cheiro adocicado levemente cítricos do seu perfume.

- "Martín"? Desconheço. - o loiro falou, colocando um dos braços na cintura e jogando a cabeça levemente ao lado.

Luciano sorriu - Ah sim, me perdoa. Corazón, o que está fazendo aqui a uma hora dessas ¿mi amor? - Luciano não sabia exatamente que horas eram, mas tinha certeza que era bem tarde da noite.

Martín sorriu, satisfeito, e jogou uma sacola de papel no colo do moreno - Vista-se, vamos em um encontro.

Luciano olhou o pacote no seu colo, perguntando-se de onde o loiro tirou aquilo. Ao olhar o conteúdo do pacote, viu uma camisa social de mangas compridas branca e uma calça preta.

- Corazón? O qu-

- Pare de fazer essa sua cara idiota e vá se vestir de uma vez Luci

Luciano suspirou, sorrindo. - Okay bebê, me dá dois minutinhos.

- Tienes un minuto

- Deja de ser malo con tu novio, idiota. - Luciano respondeu de longe. O melhor investimento da vida dele foi aprender espanhol para poder ter essas conversas bilíngues com seu amado. Assim ambos podiam falar quaisquer uma das duas línguas (português ou espanhol), e os dois iriam entender. Sorriu ao lembrar da reação do argentino quando ele mostrou seu diploma em Espanhol.

Pouco tempo depois, o brasileiro voltou, trajado com a roupa escolhida pelo namorado.

- Excelente. ¿Vamos? - o loiro estendeu a mão para o moreno, que a segurou sem hesitar. O contato das duas mãos fez Luciano sorrir mais uma vez, sentindo a quentura das duas mãos juntas, e seu coração fazendo "ba-dum", mesmo depois de todo aquele tempo com o amado.

- Onde você tá me levando hein loirinho? Eu tava meio ocupado ali. - o brasileiro disse quando estavam saindo do prédio, indo em direção ao seu carro.

Martín fez um gesto pedindo a chave do carro do moreno, que colocou o molho na mão estendida do loiro.

- Um passarinho me contou que llevas días trabajando más de 10 horas seguidas sin descansar ni comer. Así que vine a relajarnos un poco juntos. - Martín respondeu quando entraram no carro, Luciano praguejando qualquer que fosse o estado que o dedurou.

- Lo siento cariño, sé que no debería exagerar así. Mas essa semana tá puxada, eu precisav-

- Não quero saber. - disse o loiro dando a partida e engatando a marcha - já foi, e eu só espero que você diminua essa sua carga horária daqui em diante - Argentina falou com um tom calmo, como se deixasse claro que entendia e não estava chateado, mas ao mesmo tempo brigando e impondo uma ordem implícita, que Luciano percebeu e acatou. Não porque ele era pau-mandado. Quer dizer, também. Mas principalmente porque ele achou seu namorado extremamente fofo se preocupando com ele, e na verdade ele estava certo.