O frio cortante entrava pela janela, a chuva caía fina lá fora e o cheiro de cigarro pairava no ar.

– Chefinha, o lote de munição deve chegar pela manhã. — Túlio diz olhando para o celular e apagando a bituca de cigarro no cinzeiro.

– Supervisione tudo pra mim, vou resolver umas coisas amanhã. — bebo um gole de whisky. – e já te falei pra parar de me chamar assim. — encaro o homem de meia idade em minha frente

– Eu sei chefinha mas as vezes esqueço. — sorri em tom de provocação e se levanta indo em direção a saída.

Reviro os olhos deixando escapar um sorriso.

Túlio era o braço direito do meu papa, considerado da família. Ele me ajudou muito quando tudo aconteceu... eu, apenas uma menina de 19 anos que se viu tendo que se tornar líder de uma máfia.

Hoje com 23 olho pra trás e nem acredito que consegui passar por tudo... na época, muitos acharam que a máfia dos Santinis iria acabar após a morte de seu líder. Burburinhos se espalharam por todas as máfias Francesas, sobre a jovem garota que assumiu o posto.
Ameaças e ataques eram constantes, pessoas foram "desligadas" por não confiarem em minha liderança, e claro, por se recusarem a aceitar uma mulher como líder.

E como meu pai dizia: "corte o mal pela raiz, ou as raizes destruiram sua casa"

E assim fiz.

Quatro anos depois estou aqui, e tenho certeza que meu papa está orgulhoso dos meus feitos, e da mulher que me tornei. A dor da perda nunca irá sumir, mas tive que abafá-la para continuar firme.

E principalmente achar os responsáveis pela morte do meu papa, e quando eu encontrar...

O barulho de um trovão me assustou, o relógio marcava 01:28 da madrugada. Passei a mão no rosto sentindo o cansaço me atingir.

— preciso de um banho. — resmungo pra mim mesma. – e de férias também. — bufo sentindo meu pé latejar dentro daquele salto.

Recolho os papéis largados sobre a mesa, odiava bagunça e coisas fora do lugar. Ajeitei tudo e sai do meu escritório trancando a porta.
A mansão estava silenciosa, o barulho do meu salto ecoava pelos corredores, e a chuva lá fora aumentava.

Subi as escada indo em direção ao meu quarto e encontrei Lucy no caminho, com uma bandeja de comida em mãos.
Lucy, era mais que uma empregada, tinha um carinho enorme por ela. Ela era a pessoa que me viu crescer, e sempre cuidou desta casa.

– Íris querida – para de andar quando me
vê. – fui ao seu quarto saber se você queria o jantar agora, mas não te achei, ia te procurar no escritório –sorri de lado.

– ai Lucy, to tão cansada que até esqueci que sinto fome – suspiro. – to indo pro quarto, vou jantar lá mesmo, obrigada. – estendo as mãos afim de pegar a bandeja.

– vou levar pra esquentar um pouco, acho que já esfriou. – diz.

vejo o prato de macarrão ao molho branco e um copo de suco de caju, sinto meu estômago apertar.

– não precisa, a senhora já fez muito por mim ficando acordada até agora. – deposito um beijo em seus cabelos grisalhos e pego a bandeja.

– tá bom mon chéri. – murmurou – me preocupo com você, não pode ficar assim sem se alimentar direito. – repreende. – agora vai logo descansar, e coma tudo.

– tá bom Lucynha, Boa noite. – lhe dou um beijo na bochecha e vou em direção ao meu quarto.

Tudo que eu quero agora é descansar, o dia será cheio amanhã.

Tudo que eu quero agora é descansar, o dia será cheio amanhã

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Até o próximo...

Rainha do submundoOnde histórias criam vida. Descubra agora