1| Remédios Controlados.

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ASHLEY RAYMOND TURNER
"Por que ela precisa ir e tornar as coisas tão complicadas?!"

   O som calmante da chuva do lado de fora, as cortinas fechadas e todas as demais coisas contribuindo para que hoje seja um dia calmo e relaxante.

   Erro crasso.

   O despertador ecoa aquele seu som estridente que sinaliza que mais uma noite de sono mal dormida de Ashley Turner havia chegado ao seu fim — assim como todas as coisas que me fazem parecer mais viva e saudável.

   Levanto-me, calço minhas pantufas de forma desajeitada e caminho até as cortinas,  abrindo-as logo em seguida, revelando a grande Nova York sob o céu cinza e com gotas d'água finas porém pesadas escorrendo pela minha janela.

   Abro a torneira e a banheira começa a se encher com água morna. Enquanto o nível da água sobe lentamente eu aproveito para escovar meus dentes e lixar uma unha que havia quebrado. Depois disso, entro na banheira e fico 20 longos minutos preparando-me psicologicamente para mais um dia.

   Estava pronta  — vestida com uma camisa social branca e calça de alfaiataria, com um blazer e coturno de cano alto nos pés — segurando minha bolsa em uma das mãos e o meu celular na outra, providenciando a minha agenda semanal com Flora, — a minha assistente — enquanto meu motorista ainda não havia chegado.

   Em questão de 3 minutos, vejo o Bentley preto estacionar em frente a minha casa, próximo o suficiente para que eu não entre em contato com a água gelada da chuva que caía sem parar do céu.

  - Bom dia srta. Turner. — cumprimentou-me o motorista, me olhando pelo retrovisor com o seu habitual sorriso gentil.

  - Bom dia, Henry. Como foram suas férias? — respondo de volta, educadamente, fechando a porta com pressa para que o frio não invada o carro — Ronald se saiu bem, mas não melhor que o senhor.

  - Oh, minhas férias foram magníficas, senhorita. Eu e minha esposa viajamos para Chicago e aproveitamos nossa estadia lá. É um ótimo lugar, a senhorita deveria ir. — ouço ele dizer — E fiquei sabendo que os dias da senhorita estão mais corridos por causa de algumas transições.

  - Sim... Tem sido cansativo, por causa de algumas mudanças de última hora que meu pai resolveu fazer antes das empresas passarem para o meu nome. — eu soltei um suspiro pesado e que exalava cansaço — Mas não quero cansar o senhor com esses assuntos de trabalho.

  - Claro que não, srta. Turner. — Henry solta uma risadinha enquanto seus olhos mantinham-se atentos no trânsito e as mãos firmes ao volante — Eu poderia ouvi-la falar sobre o quer que fosse que eu não me cansaria.

  - Agradeço Henry, eu deveria aumentar o seu salário por me tratar tão bem... — digo, levando a minha atenção para o rosto do senhor de 45 anos, que eu respeito e agradeço por ele estar na minha vida, porque sem ele em 90% dos meus compromissos eu chegaria atrasada.

  - Eu ficaria agradecido, mas é o meu trabalho garantir o seu bem-estar — ele dá outro sorriso gentil e estaciona em frente a sede da empresa aqui em NY. — Tenha um bom dia de trabalho, srta. Turner.

  - Obrigado Henry. — agradeço abrindo a porta e parando para dizer: — Vejo o senhor mais tarde OK? Tenho uma reunião. Flora irá mandar as informações para o senhor, está bem?

Somebody Like YouWhere stories live. Discover now