Capítulo sem título 2

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Capítulo 02

Voltamos a estaca zero, quer dizer, eu não pude acreditar que aconteceu de novo. Não poderia

Mas aconteceu

Quando o elevador parou eu não sabia onde estava, não era mais o hotel onde estávamos hospedados mas lá estava ele, meu pai, em uma casa que eu nunca estive antes, no terraço gramado de costas observando algo enquanto segura uma xícara de café. Não pude evitar, saio correndo do elevador em direção a ele e.

-Claire! Você acordou cedo filha, pesadelos de novo?

Ele não se lembra, não se lembra de nada, é como se nunca tivesse acontecido. Nunca esteve em Moonshine, nunca esteve hospedado no Elliot's e nunca, nunca mataria o meu melhor amigo.

O encaro com uma expressão séria em meu rosto, que o faz acompanhar o olhar para trás de mim, onde o elevador de onde eu acabei de sair deveria estar, mas óbvio, não tinha elevador nenhum.

Condado de Sherman (Oregon) "1995"

Algo relativamente estranho aconteceu dessa vez, não sei explicar, meus pais ainda são os mesmos, Hellen e Leonard Wood, em uma versão mais amáveis e atenciosos que me lembram um pouco da vida com meus pais de verdade em Saint Louis. Aqui o Leonard não bebe, pelo contrário, ele vai a igreja em todos os domingos e trabalha como detetive particular. A Hellen o acompanha á todas as celebrações e é quase uma devota fiel de Jesus. Mas esse lugar é curioso, realmente me faz lembrar da vida de antes, a primeira claro, antes das viagens começarem a acontecer.

Passei cerca de 2 meses inércia e isolada dentro de casa, tentando entender tudo que aconteceu, e porque aconteceu. Cheguei a conclusão de que eu jamais vou conseguir entender. As viagens sempre me pegam de surpresa em um momento inoportuno, não tenho tempo pra raciocinar, logo sou jogada a outra realidade e tenho que lidar com ela. Não posso mais me apegar, não posso mais arriscar cometer um erro que colocaria a vida de alguém que amo em risco. Sei que jamais verei ou terei Kevim de volta, e nunca mais ouvirei a risada da Sally, talvez nunca mais volte a ver meus pais de verdade, então tento ao máximo me adaptar a vida em que estou no momento. Não posso culpar os meus pais daqui, e não posso tentar fazer com que acreditem na história em que viajei no tempo e fui parar ali, seria loucura, de certa forma eu fazia parte daquele tempo, da vida daquelas pessoas, eles tinham lembranças e muitas fotos, quadros faziam parte da decoração da casa e continham fotos minhas desde bebê.

Where's the coffee, Joyce?Where stories live. Discover now