Um furacão em minha vida

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Bruce olhava ela ir embora e nem acreditava em tudo o que viveram em apenas uma noite.

- Brigitte, onde te encontro?

- Por aí, pelo mundo, fui!

Ela acelerou a moto e se perdeu em meio aos carros, a chuva não parava de cair. Bruce saiu caminhando até o carro e só conseguia pensar naquela tempestade que acabava de entrar em sua vida, causando estragos irreversíveis.

- Ela conseguiu em poucas horas, o que ninguém jamais havia nem sequer tentado. Que mulher louca! Vou para casa, ela deve ser aquelas assombrações que saem das catacumbas para aterrorizar os vivos, só pode ser isso.

Ele seguiu para casa e os pensamentos estavam apenas nela. Até os sorrisos bobos conseguia dar, em meio aqueles acontecimentos inusitados.
Tomou um banho e só queria esquecer de tudo, mas quem disse que ele conseguiu?

- Atchim, não acredito! É tudo culpa daquela doida, nunca mais eu sigo os conselhos da senhora Lia, foram os piores.

Quase não conseguiu dormir, a cabeça doía e a gripe parecia querer atacá-lo.

- É isso que dá falar com estranhos, deveria ter seguido os conselhos da minha mãe.

Ele desceu até a cozinha, fez um chá e tomou um remédio, no dia seguinte precisava estar ótimo, a empresa esperava por ele.

- Como era porca, nem eu jamais conseguiria soltar um arroto tão alto.

E os pensamentos mais uma vez estavam nela.

- Eu quero outro!

- Meu Deus, aqui deve ser o inferno, e o demônio acabou de chegar.

As lembranças de alguém que aterrizou em sua vida sem pedir licença, e que deixou marcas onde ele jamais iria conseguir alcançar para cicatrizá-las.

- Melhor eu dormir, por hoje já deu.

O dia amanheceu rapidinho, mal deu tempo para descansar. A cabeça era formada por uma orquestra de sinos, e a febre estava alta.

- Não vou conseguir trabalhar, peguei um resfriado, tudo culpa daquela sem educação, arroto de elefante, bafo de leão, mulher barbada, que ódio daquele ser!

Ele tomou outro chá e bebeu um remédio, só queria dormir.
O telefone tocou e o barulho parecia mais alto que o normal.

- Bom dia, o mocinho não virá trabalhar? Está atrasado.

- A senhora me lembre de nunca mais seguir os seus conselhos.

- E essa voz, está doente?

- Uma gripe horrível conseguiu me pegar.

- Não acredito que ficou naquele temporal de ontem?

- A senhora está demitida, quero uma secretária nova e atraente.

- Vá tomar um chá e durma um pouco, seu mal é cama.

- É tudo culpa sua.

- Viveu novas emoções?

- Vivi o próprio inferno, e o capeta era feio como pintam.

- A noite foi boa, então?

- Quando eu chegar aí, te levarei ao lar dos velhinhos, quero outra secretária.

- Vai dormir e depois nos falamos, se cuida e bebe os remédios, depois passo para deixar uma sopinha.

- A senhora não ouse me incomodar, o que vivi é culpa sua.

- Pelo visto acertei.

- Me deixa e cuida de tudo por aí, abelhuda, seus conselhos são os piores, péssimos!

A rosa e seus espinhosWhere stories live. Discover now