— Já chega! — Evanna berrou. A casa começou a tremer. E não eram somente os móveis. Eu senti os meus ossos estremecendo. A magia da Matriarca crepitava como um relâmpago. — Eu tinha me esquecido dos transtornos que os machos causam.

Vanitas foi atingido por um poder invisível. O demônio foi lançado para o outro lado da sala. E quando percebi o Daren estava se chocando contra uma parede. 
Pelas Minhas Ancestrais. 
Abri a boca, completamente em choque. 
Primeira lição sobre o Coven Walker: não brigar na frente da Evanna. 

*** 

Azlynn.

Eu estava amassando os meus cachos com a toalha quando escutei o estrondo no andar inferior. O meu coração disparou e soube quem poderia estar causando um alvoroço na sala. 
Vanitas e o Daren tinham criado uma certa rivalidade infantil, desde que o Elfo saiu daquele portal não tínhamos paz. A minha euforia não durou muito tempo, tinha que acalmar aquela sensação no meu corpo. Vanitas me marcou e não foi como da última vez, quando ele me mordeu senti a minha pele queimar de prazer, foi um frenesi enlouquecedor. O meu âmago ficou excitado só com as lembranças do corpo dele em cima do meu, mas era o momento para mudar o rumo dos meus pensamentos e me concentrar na pequena convenção que a Evanna solicitou. Desci as escadas, bastante apressada. O meu olhar examinou o cômodo. Daren estava levantando-se do chão. Vanitas começou a praguejar na língua dos mortos. E pela reação da minha família, a briga não foi simples empurrãozinho como da última vez. 

— Lynn. — O som daquela voz fez uma energia extraordinária transitar por minha pele. 

Beanard estava na sala. 
E esbanjando um sorriso radiante que tornou o seu rosto mais deslumbrante. Beanard sempre foi muito bonito. Ele e o irmão tinham certa semelhança, mas era o seu estilo mais introvertido que conquistava o coração de qualquer pessoa que pusessem os olhos nele. 
Ele e o Hátila tinham uma personalidade muito diferente.
O Beanard gostava de ler, começou a treinar king boxing há pouco tempo e sempre preferiu ficar em casa, não tinha muitos amigos. 
Hátila adorava sair. Aproveitar o verão e praticar esportes, sair com os amigos. Ele era muito popular na Universidade. 
E por incrível que pareça, a personalidade do Beanard combinava mais com o Vanitas.
Eu corri para abraçá-lo. 
Pensei que perderia o Bean. 
E não consegui conter as lágrimas. 
Ele estava bem... 
Saiu do quarto e reagiu.
Bean era muito importante para mim, não suportaria outra perda. 
Eu já tinha perdido muito. 
E o Beanard… Pela Mãe Lua, ele havia perdido tudo. 
Os meus soluços ecoavam na sala. Segurei o Beanard com tanta força que sentia o seu corpo tremendo. 

— Azlynn, preciso respirar. 

— Eu pensei que perderia você. — Chorei sem me importar. 

— Estou bem, Lynn. — Ele resfolegou, lutando para conseguir fugir do meu abraço apertado. — Pode ficar tranquila, ainda tenho você e também tenho o Vanitas. 

As suas palavras me surpreenderam. 
Eu me afastei para encará-lo nos olhos. 
Beanard ganhou um rubor nas bochechas e sorriu meio constrangido. Ele passou a mão na nuca, sussurrando para mim: 

— Sanguinis vinculum.

Desviei a minha atenção para o Vanitas. Ele também parecia admirado com as palavras do Bean.

— O que aconteceu aqui? — Quis saber, limpando meu rosto molhado. 

— Daren e o Vanitas começaram uma luta medieval na sala por ciúmes. — Monalisa comentou num tom receoso.

— Ciúmes? — Olhei alternadamente para eles.

— O Vanitas ficou enciumado porque o Daren está namorando o Bean. — Domi explicou toda sorridente. 

VANITAS - Memento mori Where stories live. Discover now