𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹

VINTE E DOIS

— Sim, foi eu que esfaqueei o otário do meu ex namorado porque simplesmente peguei ele na cama com outra— diz e eu passo a mão no rosto, querendo xingar o Gabriel.

— Desculpa por isso ele tem probleminhas.— digo.

— Não tenho não.

— Tem sim, agora vaza— empurro ele pra frente.

— Você vai ficar aqui?— ergue a sobrancelha.

— Sim, já vou lá.

— Tá bom então né.

Ele diz um "cuidado" sem emitir som e se afasta.

— Você já tá indo embora?— pergunto pra ela que se encosta na parede.

— Um garoto me perguntou se eu pintei o cabelo com o sangue do cara que eu esfaqueei, essa foi a minha deixa.

Perdão, Deus, eu quero rir.

— Pode rir, vai— ela diz e eu caio na gargalhada porque não tem condições— é foda, todo mundo que me conhece por essa história me olha como se eu fosse uma assassina, eu só meti três vezes a faca no braço dele!

— Pois é, menina, bem tranquilo isso.

— Foi só pra me vingar da traição porque eu amava aquele filho da puta, não era pra matar.

— Que bom, né? Mas não liga pra isso, pô, bora voltar lá.

— Se eu continuar lá aí sim que vou matar alguém de verdade porque estão me irritando já.

— Sendo assim...

— Tô brincando, eu vim achando que ia ter alguém bonito aqui, tipo algum outro jogador do flamengo.

— Pois não tem, né?

— Tem nada, só aqueles amigos feios dele.

— É foda.

Não sei qual a sensação já que eu peguei o mais gato. Que ele nem ouse sonhar que eu pensei nisso porque o ego vai multiplicar.

Como ela estava decidida a realmente ir embora, nos despedimos e observo ela se afastando antes de voltar pra área externa onde tem muita gente.

Procuro pelos meus amigos e encontro eles sentados na mesma rodinha em que os amigos do Gabriel estão. Como ela não está lá, vou.

— Tava aonde, retardada?— o Igor pergunta e eu dou um tapa em sua cabeça.

— Abra a perna aí que eu vou sentar no teu colo.

— Ai credo— faz uma careta e eu nem ligo, só me sento em seu colo— eca, que nojo.

— Cala a boca, cara— bagunço seu cabelo.

— Tava com o gostoso do Gabi, né?— cochicha e eu olho pra ele de um jeito que responde a pergunta— que safada, arrasou, queria ser você.

Ele é gay, na maioria das vezes ele julga os caras que eu pego, mas pelo jeito foi com a cara do Gabriel.

Não sei como a mangueira de um dos narguiles que eles estão fumando chega na minha mão e eu passo pro Igor, não curto muito.