01. Tal moço educado.

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Maria Elisa bocejou o mais disfarçadamente que conseguiu quando sua pálpebra tremeu mais uma vez

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Maria Elisa bocejou o mais disfarçadamente que conseguiu quando sua pálpebra tremeu mais uma vez. Estava com tanto sono que mal conseguia formular um meio pensamento. As pernas ameaçando falhar, a cabeça pendendo para ambos os lados, antes dela despertar sobressaltada. A mulher olhou para seus pés embaixo da mesa e arregalou os olhos por alguns segundos, em uma tentativa totalmente medíocre de se manter acordada.

— Mare, está tudo bem? — Mais um espasmo percorreu o corpo de Maria Elisa quando escutou seu apelido ser entoado ao fundo.

— Sim, certamente. — Ela endireitou-se à mesa e encarou Francesco com firmeza. O rapaz jovial, com seus cabelos e barba em um tom brilhante de castanho, a encarou de volta, cheio de dúvida no olhar. Mare o odiou naquele momento, afinal, não queria parecer esgotada, no entanto, Francesco evidenciou ainda mais o fato.

— Precisa de um tempo? Imagino que a viagem tenha sido cansativa. — Cheio de compreensão, o mais novo dos irmãos del Schizo, lhe lançou um olhar de preocupação. Talvez um tapa na nuca controlasse sua intromissão, pensou Mare, internamente.

— Vamos acabar logo com isso. — Maria Elisa se levantou com graciosidade surpreendente, depois de ter praticamente babado em sua camisa de grife diante de tanta fadiga. — Temos um impasse aqui. Qual foi o faturamento do mês de setembro?

— Oitocentos milhões e oitocentos mil, senhora. — Veronica Languez, assistente de financeiro de Francesco, expôs os números ao encarar fixamente o iPad em suas mãos. Parecia inquieta ao tocar a tela com mais precisão que o necessário.

— Cravado? — Mesmo com a luta irreverente contra os bocejos que lhe atingiram, Maria Elisa conseguiu formular uma careta, à cerca dos números do faturamento mensal.

— Sim, senhora. — Languez concordou, as mãos agora caídas no colo, iPad repousado em seu espaço na mesa, e o semblante denunciando cansaço. Mare, encucada, tentou não denunciar que a analisava minuciosamente.

— Há uma discrepância de cem milhões e duzentos mil. — A temerosa "senhora del Schizo", como era popularmente conhecida entre os funcionários da multinacional, estalou a língua no céu da boca e encarou o nada, como se aquela fosse uma discussão casual. — Alguém pode me dizer onde está esse dinheiro?

Mare analisou com mais atenção que seu cansaço permitia, cada feição de cada encarregado do setor administrativo da Del Schizo Finances. Galão Baptista, o senhor de meia idade responsável pelo setor de compras portava um semblante de desinteresse, tão prestes a cair no sono quanto Elisa. Sebastian Calderón, assessor financeiro, não parava de digitar um segundo sequer em seu Macbook, tal como, Martina Ivens, analista de finanças, grifava uma quantidade absurda de papéis na ponta da mesa de reuniões. Ambos, os de papéis cruciais naquele ponto sem nó. O resto da sala era irrelevante, no entanto, Maria Elisa não culparia seu cunhado por agilizar o processo.

Kefi Mare • Jude Bellingham حيث تعيش القصص. اكتشف الآن