𝐼 𝑊𝑜𝑢𝑙𝑑 𝐷𝑖𝑒 𝐹𝑜𝑟 𝑌𝑜𝑢

Capítulo 6

O escritório da doutora Laura era um local aconchegante, com cores suavem e um cheiro de sementes de lavanda. Havia uma mesa grande e um sofá de couro preto, onde a doutora se sentava e recebia os pacientes. Havia ainda uma estante com livros e revistas, além de uma janela grande que permitia que a luz do sol entrasse.

Laura é uma mulher bonita, alta, com corpo de modelo. Cabelo ruivo e olhos verdes.

— Olá Alyssa,eu sou a Laura , e estarei te acompanhando - ela diz apertando a minha mão.

— Olá - eu digo apertando a mão dela.

Nós duas nos sentamos , ela se senta na minha frente . Enquanto ela segura um caderno na mão e usa um lápis para escrever . Ela começa a falar  — Primeiro, me conte uma coisa sobre você? Qual é o seu nome completo, idade, onde você mora, o que você estuda?

— Meu nome é Alyssa Marie Grayson,tenho 18 anos, atualmente moro em Thunder Bay com os meus pais.  E em breve começo o primeiro semestre na Trinity em direito.

— Direito? Por que ? - ela diz curiosa

— Eu quero me formar em direito porque eu quero justiça fazer, eu quero ajudar as pessoas que estão em uma situação ruim, principalmente quando elas estão sendo tratadas injustamente. Eu acho que com uma graduação em direito, eu teria a oportunidade de fazer uma diferença na vida das pessoas.

— Isso é muito bom de se ouvir,ver que alguém realmente se preocupa com as pessoas que sofreram e que ainda sofrem . Isso é muito inspirador. - ela diz sorrindo, antes de anotar em seu caderno. — Agora me conte o que você gosta de fazer em seu tempo livre. - ela anota em seu caderno.

— Eu gosto de ler

Ela escreve e então olha para mim— Ler? Por que?

— Ler para mim,é uma forma de eu escapar da realidade.  E esquecer dos problemas - digo mexendo em meu colar,uma das manias que adquiri com o tempo .

— Então você simplesmente se desconecta dessa realidade e vai para outra completamente diferente?

— Sim

— E como você se sente quando faz isso? -ela termina de anotar em seu caderno e olha para mim novamente

— Quando eu me desconecto da realidade , eu sinto como se eu estivesse em outro mundo . Eu esqueço de tudo o que está acontecendo na minha vida, e eu sinto que estou vivendo uma vida completamente diferente, em um outro lugar. É como se eu pudesse me mudar pra essa história, e viver ali por um pouco. Eu sinto liberdade e paz quando eu leio, e isso me faz muito bem.

— Isso é um sinal de escapatismo. Você está tentando fugir dos seus problemas ao se desconectar da realidade e tentar viver uma vida diferente. Você precisa aprender a lidar com os seus problemas diretamente, e não tentar simplesmente fugir deles, porque eles sempre vão estar esperando por você de volta. Se você continuar se desconectando da realidade, você nunca vai aprender a lidar com o que acontece na sua vida real. - ela explica com uma voz calma.

— Eu entendo que preciso lidar com os meus problemas, mas eu não sei como. Eu sempre me vejo fugindo dos meus problemas e tentando viver outras vidas, porque isso me dá a sensação de que minha vida real está se tornando menos real, e que minhas outras vidas são as que estão realmente acontecendo. É como se eu pudesse usar minhas outras vidas para viver com um sentido de propósito, porque minha vida real parece não ter nenhum sentido. - eu digo.

— Então você precisa começar a procurar sentido em sua vida real, porque essa é a sua vida genuína, a que realmente vai definir quem você se tornará. As suas outras vidas são fugas, e isso nunca vai te levar a nenhum lugar de verdade. Você precisa encontrar um propósito para você mesma, um motivo para viver que seja genuíno e real. - ela diz anotando. — A consulta acabou, mas eu espero que você leve alguma coisa para casa hoje. Lembre-se, é importante que você lembre-se dessa conversa e que você faça algum esforço real para mudar a sua perspectiva sobre o mundo real , caso contrário você vai ficar presa em um ciclo sem fim. - ela diz.

Nós duas nos levantamos, e então ela me acompanha até a saída da sala. Laura diz — Se você tiver mais alguma dificuldade e quiser me perguntar algo, não espere para dizer na próxima consulta, você pode me mandar uma mensagem . Até a próxima .

Eu aceno para ela e então saio da sala. Assim que saio percebo que Jesper está sentado me esperando para sairmos.

Nós dois saímos do prédio, e entramos no carro. Quando eu percebo que há uma mensagem de meu avô — "Oi,soube que estava na consulta hoje. Pode passar em meu escritório? preciso falar com você, é urgente"

Eu olho para Jesper e pergunto — Jesper, você pode me levar até o escritário do meu avô? .

Ele me olha, e fica quieto por um momento, mas depois concorda.

Jesper começa a dirigir quieto, enquanto está concentrado no trânsito. 

Assim que chegamos no prédio do escritório, Jesper para o carro na entrada do edifício. Eu saio do carro, e começo a andar, enquanto ele me segue. Nós entramos no edifício, e então entramos no elevador, e eu aperto o botão para o andar onde meu avô está.

Quando saímos do elevador, nós passamos pela secretária do vovô. Jenny que está sentada em frente a um computador. Jenny , é uma mulher baixa, loira e com a idade próxima a de meu avô.

Assim que ela me vê, ela me dá um sorriso , e ela diz — Olá, Alyssa . Seu avô está te esperando

— Tudo bem,obrigada Jenny

—Alyssa, eu ficarei aqui te esperando - Jesper diz ,e eu agradeço e sigo em frente.

Assim que entro no escritório de meu avô, o cheiro de café, e cigarro invade meu nariz.

Meu avô no auge dos seus cinquenta e sete anos, mesmo com os seus fios grisalhos, ele continua lindo.

Quando eu era mais nova, achava que ele e Jenny namoravam,mas era apenas imaginação de criança.

Ele estava sentado na frente de uma mesa de madeira, com um tabuleiro de xadrez. Ele estava muito concentrado, arrumando as peças.

Eu pigarreio para chamar a atenção dele — Vovô? -eu o chamo .

— Oh, Alyssa eu não te vi aí, venha se juntar a mim -ele diz, com uma expressão sorridente no rosto.

Eu vou até ele , e me sento na frente dele, em frente ao tabuleiro de xadrez.

— O senhor me chamou ? - Eu pergunto.

— Sim, eu te chamei -ele diz movendo o peão dele para o E2 — Descobri algo que vai te interessar.

Eu olho para ele antes de colocar no E4 — O que é?

— Depois que você saiu da cidade, eu descobri o nome do garçom que drogou a sua bebida - ele olha para mim — Mas infelizmente ele acabou saindo do país.

— Como você descobriu? - eu digo surpresa

– Basicamente, um colega dele viu ele colocando a droga. E veio até mim . - ele diz dando de ombros.

— Meu pai sabe?

Ele nega com a cabeça — Não, eu preferi te falar primeiro.

— E o que vamos fazer?

Ele abre um sorriso — Vamos atrás desse filho da puta .

Dois capítulos em um dia só!

Jesper e Laura terão um papel muito importante na história,então fiquem ligados.

Bjs,até a próxima