Prólogo

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"Eu tenho ouvido Sinfonias
Antes, tudo o que eu ouvia era o silêncio
Uma rapsódia para você e para mim
E cada melodia é atemporal"

[....]

Muitas pessoas conhecem o seguinte ditado: "Você só dá valor a algo (ou a alguém) quando se perde."
Porém, poucas pessoas sabem na pele o significado dele.

Vendo por fora é bem banal. É simples, e todos sabem que se deve aproveitar enquanto os que amamos estão aqui, juntos, seguros, bem e conosco. Poucos praticam tal ato, mas mesmo assim, querendo ou não, sabem.

Contudo, pouco se fala o que se percebe após perder tal pessoa amada. Quando não se pode mais dar o valor que merecia, o vazio que sente que é difícil descrever, o amargor na boca que fica sempre que menciona seu nome, e os pensamentos que vêm de repente em um dia qualquer de como faria tudo diferente se tivesse uma segunda chance.

E é assim que Dean se sente.

Ele se sente, vazio e sentindo que faria tudo diferente se pudesse. Dean só têm ouvido o silêncio, o amargo e trágico e vazio silêncio em sua alma incompleta. E claro, apenas sentiu tais sensações, após perder Castiel em meio a aquele rio após ele ser praticamente tomado pelos leviatãs.

Castiel, por mais que tenha agido errado de certa forma, pensava ter agido certo. Tentou e nossa, como tentou fazer o que achava melhor para humanidade do seu jeito, mas os leviatãs tomaram o controle, e ele tentou sobreviver e sua forma de se redimir - tanto com a humanidade quanto com os seus amigos - foi indo até o fundo do rio e explodindo, fazendo os monstros irem para lugares diferentes, mas que ainda assim o libertassem.

E foi nesse momento que Dean percebeu a falta de melodia em sua vida. Sim, tinha Sam, tinha Bobby, mas não tinha Castiel, isso já fazia embrulhar o estômago. Estava faltando alguém em sua vida, alguém muito importante e amável.

Os dias sem Castiel foram muito bem aproveitados para a reflexão, por outro lado. Fazendo o Winchester mais velho perceber sentimentos nunca ditos nem aprofundados pela agitação de sua vida - Ou talvez por ele mesmo negar-se várias e várias vezes, porém, deixou isso de lado para parar de se sentir um idiota completo - e os constantes problemas que insistiam em voltar.

Mas não nesses dias, sem Castiel. Precisavam dele, não só para resolver tudo e salvar o mundo mais uma vez, mas também para que Dean se sinta vivo novamente ao lado do homem que ama. E sim, era estranho e novo pensar em amar Castiel muito mais do que um amigo livre e abertamente, contudo, não podia negar que é libertador.

O loiro apertou o volante de seu Chevrolet Impala 1967, respirando fundo sentindo um pouco do sol esquentar-lhe a pele, hesitando em sair do veículo para bater na porta, insistindo em ainda pensar na morte de Castiel, mas não, não podia deixar isso consumi-lo para sempre, precisava de ajuda.. Ele não poderia acreditar que um homem fazia o trabalho de um anjo por aí, como se fosse algum tipo de curandeiro da alma.

Emanuel.

Nome bíblico, claro, não poderia ser diferente. É sempre assim! Já não aguentava mais coisas bíblicas a sua volta.. Mas bem, seu irmão literalmente se chama Samuel e ambos são caçadores, ou seja, as figuras celestiais e bíblicas são seu escudo.

Dean respirou fundo, tomou coragem em seu peito e abriu a porta do Impala, observando melhor a casa.. Havia uma pequena cerca com pedras e um pequeno portão de grade preto já aberto, bem meigo em sua opinião, a típica casa de família feliz.

Ele respirou fundo, fechando com calma a porta de seu carro e deu a volta, passando pela passarela de concreto. O jardim é médio, bem cuidado com algumas árvores em volta, Dean aos poucos teve flashes de lembranças de quando um dia desejou isso, porém novamente não era hora para refletir, e afundou tudo dentro de seu subconsciente. O caçador bateu a porta.

Passos foram ouvidos e a porta de madeira bruta escura foi aberta, mostrando um homem que... Bem, não era realmente quem Dean esperava que fosse. É um cara estranho, casaco cinza e camisa de botão azul claro, algo normal, mas sinceramente sua imaginação era um cara com faces joviais e vestido com um suéter de mauricinho.

- Oi.. Essa é a casa de... Daphne Allen? Eu estou procurando o Emamuel. — Falou Dean, olhando os detalhes da frente da casa. Em volta da porta, a parede era branca, em cada lado janelas de vidro.

- Sou eu mesmo. — Disse o homem, dando uma espécie de sorriso.

Dean respirou fundo, o olhando de cima abaixo. Algo nesse homem não o fazia convencer de que era realmente Emanuel.

- Bem, ela está dormindo.. Se não se importa. — O "Emanuel" deu alguns passos para frente.

- Claro, Claro.. — Balbuciou o loiro, afastando-se um pouco. Esperou um pouco antes de continuar. — Eu.. Eu tava querendo..

Começou, e realmente ia falar seu problema, contudo olhou de relance para uma janela que parecia ser da sala. Uma mulher de blusa roxa, cabelos marros e caucasiana estava amarrada em uma cadeira, um pano azul em sua boca. Dean franziu a testa em espanto e olhou para o homem que poderia ser qualquer pessoa, menos Emanuel.

Os olhos espantados da pobre mulher, que deduziu ser a própria Daphne Allen, encontraram os de Dean pedindo um socorro silencioso e ele iria atender esse pedido. Mas antes que fizesse qualquer coisa, seu  casaco foi agarrado pelo falso Emanuel, girando-o e o colocando contra a porta, fazendo sua cabeça ir direto no vidro.

- O que você dizia, Dean? — Questionou o outro, com um sorriso irônico fazendo-se presente em seus lábios.

- Se eu fosse você pensaria duas vezes. Ou você não sabe que seu chefe me deu o abiascorpus? — Dean o olhou com fogo em suas íris. Desejava enforcar aquele demônio, mata-lo e corta-lo aos poucos..

- Ah, por favor. O que tem feito por ele? — O demônio riu novamente. — Seja quem for Emanuel, Crowley vai quere-lo... Então..

Dean deixou-o falar. E esse era o problema dos demônios, falavam demais e nunca percebiam realmente o que estava acontecendo ao seu redor, ou seja, o loiro legando furtivamente a faca demoníaca do cós de sua calça e imediatamente o perfurando na barriga. O demônio brilhou aos poucos de dentro para fora e Dean o empurrou, fazendo o corpo desfalecido cair pelos degraus até o chão, nos pés de alguém.

O caçador deu alguns passos para frente, olhando com desdém, mas congelou quando notou mais um par de sapatos.. Seu coração acelerou e o corpo parou, o olhar subindo notando as calças cinzas, o suéter azul.. Até parar naquele par de íris azuis extremamente familiares para si. Seu coração de repente errou uma batida.

- O que foi isso? — Perguntou, os olhos azuis alternando entre o corpo morto e Dean.

"Essa voz..." Dean pensou, um arrepio correndo por todo o seu corpo, aquela sensação de estar ouvindo uma música extremamente boa, uma sinfonia. O azul encontrou o verde, ambos brilhando em confusão, a garganta de Dean ficou seca sem saber o que falar. Porém.. Houve uma única coisa que saiu de sua boca, sua voz rouca e quebradissa como se quisesse chorar, seus olhos lacrimejando..

- Castiel...

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Sinfonia | DestielWhere stories live. Discover now