Meu Planeta me Chama

Capítulo 5 - Entendimento

Assim que Kriska percebe onde está, fica estarrecida:

- Este lugar, eu sei que já estive aqui antes...é enorme...espera, é uma nave?

- Sim, a minha nave espacial. - Responde Way.

Way percebe que a memória de Kriska, começou a "acordar".

"O Rei da Frota Espacial..."

Kriska reflete sobre as coisas que sabe acerca do Way até agora:

- Mas essa nave, está diferente...

- Sim, remodelei ela, para que suportasse sua energia no espaço.

- Eu deveria ter vivido aqui, com você, não era?

- Sim. Por um tempo, até que chegássemos no futuro.

- Me conta o que aconteceu aqui?

- Esta nave foi o ponto de ruptura das suas memórias, por isso, ao voltar aqui, você está começando a se lembrar das coisas.

- Como assim?

- Vem cá.

Way leva Kriska para um cubículo confortável na nave, onde podem se sentar. É um espaço não muito grande, embaixo de uma janela, com um sofá embutido na parede, muito aconchegante.

- Essa nave é muito bem construída. A estrutura é maravilhosa. - Diz Kriska.

- Construí com a ajuda de meus melhores amigos. - Esclarece, Way.

- Quem são?

- David e Alice me ajudaram a elaborar todo o projeto. Depois botamos a mão na massa junto com os engenheiros e soldadores da minha frota.

- Isso é... incrível! - Kriska está estarrecida.

- Se vocês são amigos, porque eles nunca me disseram nada? Nunca os vi conversando. - Diz Kriska.

- Nos afastamos de uns tempos para cá... mas todos ainda estamos engajados na mesma missão: você.

Kriska gela.

- Onde está o fire agora? - Pergunta Kriska.

- Ele está aprisionado, sua energia está contida pela Trend, mas ela não vai aguentar segurá-lo por tanto tempo.

- E você pode? - Pergunta Kriska.

- Sim, minha energia é bem maior que a dela, mas não é isso que vou fazer. Segurá-lo lá é o que ela está fazendo para nós ganharmos tempo, para termos essa conversa e assim você poderá decidir o que quer fazer.

- Então me diga o que preciso saber. - Decide, Kriska.

- Queria ter esse tempo todo, mas você sabe que não temos. - Pontua, Way.

- Então me diga o que preciso saber agora, Way.

Way elabora em sua mente a forma mais rápida de chegar nas vias de fato de toda essa história:

- Você foi enviada do futuro para o passado. Sua versão com três anos de idade. Você foi criada no Reino Peace e depois foi enviada para uma escola de treinamento, aos quatorze anos de idade. Você conviveu com pessoas maravilhosas e aprendeu muitos dos conceitos que lhe fariam não tomar as decisões que tomou no futuro. Assim, um tempo depois de você sair da ilha, fui te buscar. Foi difícil te convencer, mas você acabou vindo comigo, mesmo não querendo, pois não havia tempo para lhe explicar sobre tudo, assim como agora. Você estava revoltada e sua energia, instável. A nave daquela época não era a mesma de agora, que sofreu reformas para aguentar a sua energia. Adicionamos um campo crystal de contenção de energia, para que ao chegarmos no espaço, sua energia não se choque com a energia espacial, como foi da outra vez.

- Como terminou isso? - Kriska pergunta.

- A nave ficou seriamente danificada com uma explosão causada pelo choque de energias. Fomos jogados no espaço. Eu fiquei à deriva, protegido apenas pela minha energia universal. Você foi jogada em um tunelamento dimensional e foi parar na terra. Foi tudo tão rápido que não tive tempo de fazer nada. Quando dei por mim, você já não estava mais lá, porém minha nave auxiliar assistiu tudo, e conseguiram me resgatar assim que aquele choque de energia toda se dissipou.

- Você se feriu? - Pergunta Kriska, pesarosa.

- Fisicamente, não. - Reflete, Way.

- Não foi culpa sua, Way. - Afirma, Kriska.

- Eu sei. Mas agora, será diferente. Estamos preparados. David e Alice estão a caminho. Trend irá para o orfanato cuidar do pessoal de lá, caso surja alguma ameaça. - Afirma, Way.

- Eu entendi, o fire vai se libertar e virá para cá. Você precisa me ensinar a me defender, Way. - Pede, Kriska.

- Infelizmente, não teremos esse tempo. Eu defendo você, fique tranquila. Vou te tirar daqui, e te levar para o futuro. - Diz Way.

Kriska reflete por um momento. Ela se recolhe em um canto e fica calada. Way se aproxima, mas mantém uma pequena distância:

- Você está chateada, lhe disse algo que te perturbou? - Pergunta Way.

Kriska se senta no banco debaixo da janela principal. Ela se encolhe no canto do sofá. Way fica preocupado. Ele vai até ela, se senta ao seu lado, e não diz nada.

- Eu só queria saber... O que posso fazer. Tenho poderes, mas nem sequer sei como funcionam. Fico chateada, por não saber como operá-los. Eles são parte de mim, Way.

- Sim. Eles são parte de você. Eu vou te ensinar tudo sobre eles, quando você estiver segura, no futuro. Mas por hora, vou te explicar brevemente o que eles são e como funcionam.

Kriska levanta a cabeça, surpresa.

- Estenda as suas mãos. - Ordena Way.

Kriska segue conforme ordenado.

- Se concentre nelas. Relaxe seu corpo e deixe sua energia fluir por suas mãos.

Kriska segue as instruções e após alguns segundos, começa a sentir suas mãos formigarem.

Way sorri. Ele sabe o que ela está sentindo.

- Isso que você está sentindo, é a sua energia. É o que cria os seus poderes. Se sua energia estiver fraca, não poderá fazer muito. Com a energia forte, pode criar a parede energética que criou no outro dia. Aquilo que você fez no sonho, você pode fazer normalmente aqui e agora.

Kriska se desconcentra com a informação repentina.

- Way...

- Kriska, não temos esse tempo, por isso serei breve. Por favor, me escute.

- Ok... - Kriska reprime o impulso de querer testar o que ele acabou de dizer.

- Cada powerous pertence a um povo e a um tipo de poder específico. Nós dois somos nascidos no Reino de Lavanda. Você tem poderes de lavanda. Isso nos leva a uma lista, como Gravity Wall, Anti Gravity; que a destrói, Cage, dentre muitas outras técnicas. Fora isso, temos os poderes naturais de um powerous, sendo: primários, secundários e terciários; que você vai dominando conforme evolui no treinamento. Ler pensamentos é um desses poderes. Sentir vibrações energéticas, também.

- Eu posso voar? - Pergunta Kriska.

- Com muito treino, sim.

Way se levanta.

- Way...

- Sim? Ele pergunta.

- Eu tenho um plano. Para vencer o fire. Mas preciso aprender a operar essa nave! - Diz Kriska, se levantando também.

- Você não precisa aprender - Diz Way. - Essa nave, pode operar sozinha.

- Oi? - Kriska fica confusa.