Capítulo 2

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"Um passo à frente, Lucius," Voldemort sibilou, sua voz baixa e ousada, desafiando o homem a não obedecer. Narcisa observou enquanto seu marido caminhava em direção à silhueta pálida e iminente de um homem que ele seguia. Ele se manteve equilibrado, mas Narcissa ainda conseguia ler seus nervos. Depois de tantos anos de casamento, seria triste se ela não conseguisse. "Diga-me, o que seu filho fez?"

"Acredito que ele simplesmente caiu em seus nervos infantis, meu Senhor," Lúcio disse, curvando-se enquanto dava um passo à frente, antes de se endireitar novamente, com cabelos longos e claros caindo sobre os ombros. "Ele ainda é tão jovem. Mesmo que ele seja maior de idade, isso não significa que ele tenha plena maturidade. Eu entendo que você o esteja punindo assim. Acredito que uma semana lá embaixo com a imundície lhe ensinará a lição que ele precisa." Houve um silêncio que caiu rapidamente sobre a sala, como se todos tivessem chegado à mesma conclusão em um momento preciso.

Uma semana. Uma semana em que seu filho dormia com a garota sangue-ruim de sua turma. Aquela de quem ele sempre reclamava, apenas em segredo para ela, para que seu pai não pensasse menos dele. Aquele que ele disse sempre parecia vencê-lo em todos os aspectos, exceto no vôo. Ele costumava reclamar dela nos primeiros anos, embora Draco tenha ficado muito mais quieto na adolescência. Mais introspectiva, Narcisa gostava de pensar. Ela mal suportava pensar em como aquela semana poderia afetá-lo. Ela desejou que eles pudessem pedir um dia, talvez apenas uma hora, mas não haveria como o Lorde das Trevas o deixaria escapar tão levianamente. Ela sabia disso. E por causa desse conhecimento, sua resposta foi agora surpreendente.

"Uma semana?" O Lorde das Trevas começou a rir, algo que parecia semelhante ao vidro sendo quebrado. "Você me acha um idiota, Lucius?" Suas palavras eram como óleo, escorregadias e escorrendo. Houve um silêncio na sala, tão silencioso que era possível ouvir um alfinete cair. Lucius curvou-se novamente e começou a murmurar profusamente que é claro que não se achava um tolo. "O único tempo que será medido será medido pelo seu próprio fracasso contínuo - pois você falhou em ensinar-lhe uma fortaleza mental. Ele e fraco. E então a punição deve ser compartilhada com todos vocês. A Família Malfoy como um todo deve expiar esses pecados."

Narcissa praticamente podia ouvir o martelo cair. Até Bella ficou chocantemente imóvel ao lado dela.

"C-claro, meu Senhor," Lúcio gaguejou, mantendo-se abaixado em sua reverência. "Posso perguntar qual seria a nossa expiação?" Narcissa queria balançar a cabeça para frente e para trás, envergonhada. Que pergunta boba e boba de se fazer. Ela sabia que Voldemort teria oferecido essa informação voluntariamente, se seu marido tivesse permitido que ele continuasse a falar. Ele nunca foi de medir palavras. Nunca.

Voldemort sorriu para si mesmo enquanto pensava, se alguém pudesse classificar isso como um sorriso. Seu olhar se voltou para Narcissa por um momento e o sorriso se espalhou ainda mais. "Traga-me o menino. Se você conseguir isso... tudo será perdoado."

Narcissa se viu balançando a cabeça para cima e para baixo, levemente em concordância, embora seu coração batesse forte no peito como um pássaro enjaulado. Harry Potter. Ela teria que trocar Harry Potter pela vida do filho. Isso seria impossível. Voldemort e seu grupo tentavam capturá-lo há anos, sem sucesso. Como ela e o marido deveriam administrar essa tarefa? É verdade que ambos eram puros de sangue e tinham uma forte linhagem mágica, mas se o Lorde das Trevas não conseguia resolver as coisas sozinho, como eles poderiam fazer melhor?

Foi porque Voldemort condenou os três, ela percebeu. Isso fazia parte de um plano maior e mais elaborado. Desde que Draco falhou em matar Dumbledore, ela pensou, ele havia planejado encontrar uma maneira de garantir que eles falhassem. Foi um longo golpe para colocá-los nessa situação, e Draco infelizmente desempenhou um papel desconhecido, mas fundamental, na queda de sua família.

The Trivial Consequences of HopeWhere stories live. Discover now