Sempre que eu fazia alguma coisa mal a minha mãe gritava comigo, mas Han não era assim. Eu acalmei-me e abracei-o com força. Era tão bom abraça-lo, era reconfortante e aconchegante.

Tocou para ter-mos a próxima aula. Tivemos as nossas duas aulas tranquilamente. Estava na hora de almoço, então fomos almoçar.

Fomos para a fila na cantina e esta estava gigante, mas gigante num ponto absurdo. A fila ia desde da parte onde serviam a comida até á sala dos professores que era do outro lado do refeitório. Eu estava a sentir-me como se tivesse um monte de gente em cima de mim e era como se o refeitório tivesse diminuido de tamanho. Inspirei o inalador e senti a mão do Han a entralaçar-se na minha mão.

Olho para ele e este estava a sorrir com um sorriso lindo de morrer. Todo o meu medo desapareceu, só por ver aquele sorriso.

Depois de cerca de quinze minutos fomos servidos. Quando ia para o nosso lugar com o meu tabuleiro nas mãos, sinto alguém a empurrar-me. Eu caio quase de cara no chão deixando o meu tabuleiro cair.

Nesse momento a única coisa que se ouviu foi o barulho do meu prato e do meu copo a partir-se contra o chão. Sinto uma dor bem forte na minha mão esquerda, olho para esta e vejo que tinha caído com a mão nos vidros. Esta estava a deitar sangue e tinha vários vidros espetados.

Olho para cima e vejo que quem me tinha empurrado tinha sido Choi San. O refeitório estava todo em silêncio e a única coisa que se ouvia era risadas e alguns sussurros. Estava toda a gente a olhar para mim, eu estava com tanta vergonha, queria enterrar-me num buraco a cinquenta metros de profundidade.

Inspiro o inalador rapidamente. Nem um minuto tinha passado desde que eu tinha caído, mas o Han apareceu rapidamente ao meu lado, logo seguido dos outros seis. Han tinha uma expressão preocupada.

-Minho, estás bem?-ele pergunta. Não, eu não estava nada bem, a minha mão estava toda cortada e doía muito e eu tinha acabado de cair á frente da universidade toda ou quase toda. Eu senti as minhas lágrimas a quererem sair dos meus olhos.

-Estás bem?-pergunta Chan. Eu não conseguia responder, sentia um nó a formar-se na minha garganta.

-Quem é que te empurrou?-pergunta com raiva o Changbin. Eu não conseguia responder, mas o Han respondeu por mim.

-Foi aquele idiota do Choi San.- A cara de preocupado do Han mudou para uma de raiva. Ele levanta-se rapidamente e vai até ao Choi San.

Toda a gente estava a prestar atenção para os próximos movimentos de Han. Ele vai até á mesa daquele idiota, ele puxa Choi San pela camisola fazendo-o levantar. Han o empurra e avança dando-lhe um murro com tanta força que o fez cair no chão.

Ele parecia que ia espumar de tanta raiva. Ele olhou para mim e no mesmo segundo a expressão dele suavizou. Ele veio até mim e a sua expressão mudou para uma preocupada.

-Uau, Han, belo murro-Diz o Changbin impressionado.

-Obrigado-diz o Han orgulhoso.

Ainda ninguém tinha reparado que eu tinha a mão toda cortada, mesmo estando a sangrar muito. O Han olha para a minha mão e diz:

-Minho, estás a sangrar, e não é pouco- ele estava preocupado e um pouco chocado pela quantidade de sangue. A minha mão sangrava bastante e deitava muito sangue para cima do tabuleiro e dos cacos de vidro no chão.

-Anda para a enfermagem-ele diz enquando me ajuda a levantar com cuidado.

-Nós limpamos isto não te preocupes-diz o Felix. Eu acinto e continuo a andar lado a lado com Han. Vi que a minha mão estava a pingar, então pus a outra mão por baixo para não pingar no chão. Vi o Han a olhar preocupado.

-Doi muito?-ele pergunta.

-Sim-digo com sinceridade. Doía muito mas eu não queria mostrar, pois não o queria preocupar mais.

Chegamos até á enfermaria e vejo a enfermeira a olhar chocada para a minha mão e para a quantidade de sangue que estava a deitar e que estava na minha outra mão pelos pingos da outra.

-O que se passou?-ela pergunta chocada.

-Eu cai com a mão em vidros partidos.-digo.

-Uhm, estou a ver. Senta-te aqui.-ela diz apontando para uma cadeira e indo buscar o ki de primeiros socorros. Ela começa a tentar tirar os vidros espetados na minha mão. Doía tanto que não podia deixar de fazer algumas caretas de dor e soltar alguns gemidos de dor.

-Tirei os maiores, mas ainda deves ter muitos pequeninos que não consigo tirar.-diz ela. A minha mão ainda estava a sangrar bastante, então ela diz:

-Estás a perder muito sangue, tenho de parar essa hemorragia rápido- ela vai buscar alguns itens. Eu olho para o Han e vejo que este estava a olhar para mim com um ar preocupado e meio nervoso.

-Eu estou bem-Digo tentando fazer com que o Han ficasse menos preocupado.

-Não estás nada, se estivesses, não estavas a sangrar-ele diz sentando-se ao meu lado.

A enfermeira voltou e pôs vários produtos para parar a hemorragia e aquilo ardia muito. Quando ela começou a pôr um dos produtos e peguei na mão do Han e apertei com força e tremendo um pouco pela dor. Quando ela parou a hemorragia, começou a desinfetar e pôs uma ligadura.

-Todos os dias de manhã e á noite tens de mudar a ligadura até sarar. Infelizmente, não tenho ligadura para te dar, tens de comprar.

-Ok, obrigada-digo levantando-me e saindo da sala com o Han.

Vamos até ao recinto e vemos os nossos amigos a conversar uns com os outros. Vamos até eles e quando eles nos vêem, levantam-se e vão para pé de nós.

-Estás melhor?-Pergunta o Jeongin.

-Sim-digo. Inspiro o meu inalador e sento-me num banco ao lado do Han e do Chan.

Continuamos a conversar normalmente até dar o horário de irmos cada um para a sua sala. Eu, Han, Felix, Jeongin e Seungmin vamos para a nossa sala.
Temos três aulas seguidas e quando deu o horário de ir embora. Arrumei as minhas coisas com um pouco de dificuldade pela minha mão.

Quando estávamos no portão da universidade o Han pergunta:

-Posso acompanhar-te a casa? Está a ficar tarde.

-Está bem. Ainda tenho de passar na farmácia para comprar a ligadura.

Entrámos no autocarro e saímos na minha paragem.

Caminhamos um pouco, até encontrarmos a farmácia. Entramos e compro dois inaladores, ligadura e água oxigenada para não ter de ir lá tão frequentemente. Quando saímos da farmácia, ele dá-me a mão e começamos a conversar sobre coisas aleatórias.

Continuamos a andar até a minha casa. Quando chegamos a esta, eu dei um abraço forte e um pouco demorado, depois dou-lhe um beijo rápido na bochecha. Digo adeus e corro para dentro de casa timidamente.

Inspiro o meu inalador e vou até ao meu quarto. Eram exatamente seis e quarenta da tarde e a minha mãe tinha ido fazer o seu expediente ás seis da tarde, então estava sozinho. Pus música alta e comecei a cantar e a dançar.

Quando eram cerca de oito horas, vou comer alguma coisa que havia no frigorífico. Como rapidamente e vou para a sala de estar ver um filme. Decidi ver um filme de terror, vi no catálogo que havia muitos interessantes, mas um tinha me chamado a atenção.

Midsommar, O ritual.

Parecia muito fixe, então assisti. Quando estava quase a acabar o filme, sinto os meus olhos pesados e uma grande vontade de dormir. Sem perceber, já estava a dormir no meu sofá tapado por uma manta e com a televisão acesa.

Love in the air- •°Minsung°•Where stories live. Discover now