O início do fim

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A sala de espera, espaçosa e iluminada não trazia nenhum conforto para as pessoas que ansiosas e angustiadas esperavam pelo médico de plantão com notícias.  O piso revestido por um material resistente e fácil de limpar, as cadeiras estofadas dispostas de maneira organizada para otimizar o espaço e permitir fácil circulação. Fábio levou a namorada as pressas pro hospital depois que ela tinha passado mal. 

Fábio e Ana namoravam haviam 4 meses. Ele não imaginada que dessa vez o relacionamento ia engatar com força. No auge do relacionamento, Fábio já tinha sido bem vindo pela família da Ana, que o acolheram como se ele fosse um dos seus.

Absorto em pensamentos e memórias dos últimos meses, o barulho das pessoas na sala de espera vai ficando menor ao ponto que o som dos passos do enfermeiro vai aumentando em sua direção. 

- O acompanhante da senhora Ana Brito, por favor me acompanhe - a voz do enfermeiro parece gentil mas fria, de alguém que vê pessoas nessa situação o tempo todo.

Eles percorrem corredores que ao ver de Fábio parecem iguais, ele com certeza vai precisar ser escoltado para fora do hospital, caso a notícia seja ruim. O coração de Fábio bate descompassado enquanto ele segue o enfermeiro pelos corredores impessoais do hospital. Os flashes dos momentos felizes com Ana passam como um filme na sua mente, contrastando dolorosamente com a atmosfera sombria do lugar.

Ao chegarem a uma pequena sala, o enfermeiro pede a Fábio que aguarde ali por um momento. A sala está silenciosa, exceto pelo zumbido constante das luzes fluorescentes. Fábio observa as paredes brancas, sentindo um nó na garganta. Ele teme o que está por vir, uma sensação de angústia que toma conta de todo o seu ser.

O médico entra na sala, vestindo um jaleco branco que parece mais sério do que nunca. Seus olhos, por trás dos óculos, transmitem uma expressão de pesar. Fábio se levanta instintivamente, ansioso por notícias, por qualquer coisa que lhe dê esperança.

O médico suspira antes de falar, como se estivesse carregando o peso de uma triste verdade.

- Senhor Fábio, eu sinto muito. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas as complicações durante a cirurgia foram intensas. Infelizmente, a senhora Ana não resistiu.

O mundo parece desabar sobre Fábio. Ele sente um vazio profundo, uma mistura de incredulidade e dor. As palavras do médico ecoam em seus ouvidos, mas a realidade é difícil de aceitar. Ele balança a cabeça, tentando processar a informação.

- Não... Não pode ser - murmura Fábio, sua voz quase se perdendo no ar. Ele sente as lágrimas chegando, mas está determinado a manter a compostura.

O médico expressa suas condolências e oferece apoio, mas as palavras mal chegam aos ouvidos de Fábio. Ele se sente atordoado, como se estivesse em um pesadelo do qual não consegue acordar.

Enquanto o médico continua explicando os detalhes, Fábio não consegue evitar a sensação de que o mundo lá fora está desmoronando. A sala branca se torna um abismo onde as memórias felizes com Ana se dissipam, deixando apenas um vazio imenso.

A notícia da perda se espalhará pela sala de espera, atingindo não apenas Fábio, mas também aqueles que, assim como ele, esperavam por um final diferente. A luz na vida de todos ali parece ter diminuído, enquanto a sombra da perda se estende sobre eles.

Nós, os próprios deusesOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz