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A noite havia sido extremamente longa, dormi poucas horas por me ocupar em ouvir as vozes baixas de meus pais no andar de baixo, segurei as lágrimas em cada uma das vezes que escutei meu nome saindo da boca deles, não iria chorar, não por eles

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A noite havia sido extremamente longa, dormi poucas horas por me ocupar em ouvir as vozes baixas de meus pais no andar de baixo, segurei as lágrimas em cada uma das vezes que escutei meu nome saindo da boca deles, não iria chorar, não por eles.

— Senhorita Park? — O professor me chamou, dando um sorriso confortável que eu não hesitei em corresponder. — O que acha de compartilhar seu soneto favorito de Shakespeare com a turma? — Assenti com a cabeça e me coloquei de pé, pronunciando o soneto XIII: 

"Ah, se pudesses ser quem és! Mas, amado,
Tens a vida apenas enquanto ela pertence a ti. 
Deverias te preparar para um fim tão próximo,
E a outro emprestar o teu doce semblante. 
Assim, se a beleza que deténs em vida
Não tiver um fim, então, viverias
Novamente após a tua morte,
Quando a tua doce prole ostentasse a tua doce forma.
Quem poderia ruir uma casa assim tão bela,
Cuja economia em honra se poderia prevenir
Contra o vento impiedoso dos dias frios,
E a estéril fúria do eterno estupor da morte?
Ó, quanto desperdício! Meu caro, sabes
Que tiveste um pai: deixa o teu filho dizer o mesmo."

O professor aplaudiu, junto com o restante da sala, me deixando um pouco envergonhada e desconfortável. 

— Incrível como o esperado, senhorita Park — Ele desviou o olhar para o restante da turma. — Interpretações, quem começa? — Levanto minha mão, mas um dos meninos do fundo é mais rápido do que eu.

— Um soneto que faz menções de mortes da natureza que o inverno causa com sua chegada? — Ele mais pergunta do que afirma e o professor abre um sorriso e assente. 

— Isso é bobagem! — Eu exclamo. — Isso é uma característica de sonetos de Shakespeare, mas esse é exatamente sobre uma declaração de amor! — Meu professor me olha como se me pedisse para prosseguir. — Não sei se meu ponto de vista está certo. — Confesso, um pouco receosa para continuar, tenho a leve impressão de quem além de mim possuí a mesma compreensão do que eu. 

— Sonetos, pessoal — O professor começa novamente, o olhar perdido entre a turma — É uma forma de transmitir emoções, pensamentos e reflexões, refletir uma visão de mundo e se expressar — Ele me olha, como se soubesse exatamente tudo o que estou pensando. — Não existe uma resposta certa porque nenhum de vocês possuem o mesmo tipo de pensamento ou sentimento. — Entendo sua pausa como um incentivo para eu começar meu raciocínio sobre o poema. 

— "Se pudesses ser quem és!" — Recito novamente. — Eu entendo como uma declaração de amor de alguém que ama uma pessoa pelo o que ela é de fato e não pelo o que ela demonstra ser — Engulo em seco. 

— Como uma declaração para alguém que não pode ser exatamente quem é? — Uma das alunas perguntam, completando a lógica. — Para ser sincera, professor — Ela continua —, do segundo ao quarto verso, é como se uma pessoa precisasse morrer para outra viver...

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