VI Padre Dante

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Padre Dante se sentia incapaz de manter um controle sobre sua própria mente. De todas as missas celebradas essa foi de longe a mais difícil, ter Elena por perto e após um sonho carnal com ela, não o ajudou em nada.
O sonho se fazia presente em sua mente de forma constante que apenas por lembrar ele jurava que poderia sentir sua boca molhada o envolvendo completamente e se deixasse levar por esses pensamentos, muito provavelmente ele terminaria a missa com seu pênis ereto.
Durante a missa ele tinha notado uma sútil mudança no comportamento de Elena após ela voltar do banheiro viu em seu rosto um rubor que não via há 7 anos, seria isso loucura da cabeça de Dante?
Mas ele ainda guardava detalhes sobre Elena que talvez a própria nem sequer tenha percepção deles. Mas lá estava se fazendo presente o rubor em sua face de sua pele bronzeada, rubor esse que Dante sabia que vinha sempre após o quando ele a fazia gozar. Mas naquele momento não tinha circustância para ela se encontrar daquela maneira.
Deu-se um breve suspiro e começou a oração final da  missa, não adiantava levar em diante algo que ele nem sequer começou direito, precisava de um tempo sozinho para acalmar seus pensamentos que faziam questão de não sair de sua cabeça.
O cântico final começou a tocar e por uma ação de instinto ele se direcionou para Elena e sua avó.

- Bom dia dona Iolanda e bom dia Elena - ele estava nervoso era como se falasse com Elena pela primeira vez, aquela sensação de borboletas nos estômago era real naquele momento.

- Bom dia padre - as duas responderam uníssono. Mas dona Iolanda decidiu que queria estender aquela conversa.

- A missa foi mais curta hoje menino - disse em um tom beirando a curiosidade, enquanto Elena apenas observava o interação dos dois.

- Creio que o senhor foi direto em sua palavra hoje, então não adiantaria ficar postergando - Dante se sentiu mais culpado ainda por mentir ele sabia muito bem que não conseguiria seguir com a missa por muito tempo, devido a sua falta de concentração.

- Não imaginei que tinha se voltado para a igreja Elena - O padre fez questão de trazer Elena para a conversa, no fundo ele queria puxar ela pela mão e sair correndo desse lugar e se afugentar para uma terra onde só existiria os dois.

- Eu? Não, não. Estou apenas acompanhando minha avó. Eu ainda mantenho as mesmas convicções religiosas Padre. - algo dentro dele doía sempre que ela o chamava assim, não era para esses sentimentos conflituosos existirem dentro dele, ele tinha certeza de seu chamado, não tinha?

Assim que Dante iria proferir à Elena o quão importante é a vida religiosa, uma voz muita conhecida se fez presente. Dante sabia da aversão de sua mãe para Elena, mas sabia que isso era apenas ciúmes que ela sentia dele. Ora a maioria das sogras reagem assim para com suas noras.

- Bom dia mãe - Dante estava de olho em todas as reações que Elena tinha e ele ouviu um respirar fundo vindo dela assim que sua mãe chegou na presença deles.

- Bom dia filho ou melhor padre - Padre Dante iria se despedir de Elena e sua avó, quando sua mãe tomou a frente da conversa.

- Então o boato de sua volta Elena não era falso - Lá estava a mãe ciumenta que ele não via há anos, ele sabia que quando sua mãe operava nesse modo, era difícil fazer ela segurar a língua.

- Como pode ver, é verdade. - Elena claramente não queria seguir adiante com essa conversa, Dante ficou mais aliviado ao ver que a igreja já estava praticamente vazia, pois se algo saísse dali viraria a fofoca da semana naquela cidade.

- E como você pode ver, meu filho virou padre depois que você o abandonou.

- Eu não o abandonei, a senhora sabe muito bem disso no dia em que fui a sua casa. - Dante nunca tinha visto Elena responder na maneira que fez com sua mãe e definitivamente não gostou de sua atitude.

- Eu sei? Não venha querer por a culpa em cima de mim Elena, eu conheço muito bem essa história de que você tinha ido à minha casa e perguntado por Dante e o pior, saiu afirmando para as pessoas que eu tinha confirmado uma traição - certamente a mãe dele estava se divertindo com toda aquela situação - eu sempre fui categórica em relação a você e avisei ao Dante para manter distância de você e de toda a sua família, e quer saber  Elena, fugir dessa cidade foi a melhor coisa que fez para o meu filho. Antes ele ser um padre do que se sujeitar a ter um relacionamento com uma mulherzinha como você, que aliás é igualzinha a vagabunda de sua mãe.

- Mãe pare agora - Dante estava surpreso pois ele também nunca tinha visto sua mãe falar assim com alguém. - Precisa respeitar a casa de Deus.

- Deus há de me perdoar filho, pois eu sou apenas uma mãe preocupada com seu filho, e você Dante abre o olho com essa aqui - disse apontando para Elena que se encontrava com os olhos marejados e sem reação tentando digerir tudo o que acabou de ouvir - abra o olho antes que caia em tentação e pior ainda se cair com essa dai.

- Vamos embora vó - disse Elena puxando sua avó a caminho da saída - Elena não queria que sua avó tivesse ouvido isso, ela temeria por sua saúde, não queria que ela passasse por esse estresse logo pela manhã.

- E você vai deixar ela falar assim com você? - dona Iolanda se encontrava perplexa com que foi ouvido por ela e com muita raiva por tais humilhações que sua neta havia passado.

- Não adianta vó, eu sempre serei a vagabunda que o abandonou nessa história. - Dante pode ver Elena secando algumas lágrimas que teimaram em cair, ele odiava a ver chorando. Sentiu sua garanta queimando mas não conseguia dizer sequer uma palavra, estava parado assistindo tudo como se estivesse invisível ali. Por mais que a dor do abandono ainda era grande, se sentiu pena de Elena e culpa por deixar sua mãe humilhar ela e não fazer absolutamente nada.

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