04. Sai Da Frente!

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Lee Know




         

Analisei a fachada do colégio e desviei os olhos para o panfleto em minhas mãos. O colégio parecia simples e tradicional, completamente diferente da descrição do papel colorido. 




— Bem... Não é exatamente o que eu estava esperando... — Resmunguei.




— Tem certeza que estamos no colégio certo? Pois não é exatamente o que falava no papel que nos entregou. — Minho murmurou cuidadosamente, parecendo tomar cuidado com as próprias palavras. 




— Tenho certeza que não errei o caminho, é exatamente aqui que vocês vão estudar a partir de hoje. — Sorriu admirada e abaixou o vidro do carro. — Eu não sei vocês mas esse visual realmente me agrada e me traz segurança. 




— Eu tenho que admitir que o colégio é realmente muito bonito, mas não era isso que eu estava esperando. — Minho sorriu sem graça para ela e desviou o olhar para o prédio.




— Minho está com pena de falar que achou o colégio uma porcaria e que quer voltar agora mesmo para casa. — O provoquei, sabendo que o tiraria do sério e ele me beliscou. — Aposto que ele está se sentindo ainda mais intimidado.




— Não é isso, mamãe. Só estou surpreso. — Se apressou em dizer.




— E assustado. — Cantarolei irritantemente. — Na verdade, isso não tem nada a ver com a aparência do colégio, Minho ficaria assustado em qualquer um que nos colocasse.




— Quando é que você vai parar de fazer as suas piadinhas de mau gosto com a minha timidez e vai me deixar em paz? Lembra quando você tinha uma vida e não precisava cuidar da minha? — Puxou a mochila que estava no banco de trás, ao meu lado, quase me atingindo.




— Ei, eu não quero mais ouvir discussões e nem reclamações, estou farta de vocês brigando como cão e gato o tempo todo, e Lee Know... — Suspirou cansada e eu senti uma pontada de culpa. — Dessa vez, tente não fazer piadas com o seu irmão no meio das pessoas, não quero que incentive esse comportamento. Se não pensa em ajudar o seu irmão na convivência com as pessoas até o fim do ano letivo, é melhor não atrapalhar. — Estreitou os olhos.




Mamãe sabia exatamente que eu estava tentando largar o hábito de incentivar Lee Minho por meio de desafios e que o sermão que estava me passando era completamente diferente. Foi um aviso para que eu o deixasse por conta própria.




— Deveria aconselhar Minho a se sentir mais confiante e a não ligar pra que outros pensam dele. Acho que seria muito mais útil do que colocar a culpa do fracasso de seu filho favorito em mim. — Bufei audível e ajeitei meu cabelo.




— Você sabe muito bem que eu não estou colocando a culpa em você, só estou dizendo para não ser mais um problema na vida do seu irmão. — Suspirou, parecendo extremamente cansada e frustrada por ter de ter paciência comigo. — Se não vai fazer isso por ele, faça por mim.




— Eu não preciso da compaixão dos dois, até porque isso não me afeta tanto quanto vocês pensam. A única coisa que eu preciso é paz para fazer o que se é para fazer em um colégio, que é estudar. Já estamos atrasados, temos dezoito anos e ainda não nos formamos por conta das mudanças. Não estou preocupado com reputação ou seja lá o que acham que é importante, estou preocupado com o meu futuro. — Respirou fundo depois de desabafar.




— Nerd! — Cantarolei.




— Eu sei que não vai adiantar nada ficar aqui conversando com vocês, até porque não vão me ouvir. Então saiam do carro e entrem no colégio, espero não receber ligações por conta da travessura de vocês. — Mamãe destravou as portas e se inclinou para abrir a porta ao lado de Minho, o empurrando pelo ombro.




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