IV Padre Dante

301 60 27
                                    

Hostilidade e repugnância eram sentimentos que um homem em sacerdócio não poderia sentir, mas lá estavam esses e inúmeros sentimentos conflitantes no peito de Dante. Era como se ele estivesse desnorteado por aquele detestável encontro que teve com Elena, não entendia a razão dela o acusar de traição, isso soava como uma ofensa para ele, o mesmo que jurou amores a ela inúmeras vezes em diversas ocasiões.
Sendo uma delas quando eles estavam assistindo um lindo pôr do sol em uma tarde de primavera, a lembrança o atingiu tão forte como um clarão que ele poderia jurar sentir o aroma das flores e o calor em sua pele. Inegavelmente surgiu uma tristeza fria e densa em seu coração, ele nunca trapacearia em cima de Elena.
Com os ombros caídos, lá estava ele sentando em sua cama em seu quarto na casa paroquial. Sentiu-se sozinho, sentiu a solidão se alastrar em sua alma formando uma sombra que ele jamais tinha sentido. Ele ensaiou em sua mente inúmeras vezes possíveis encontros com Elena, mas nunca imaginou que tomaria proporções pavorosas, não era para ter acontecido assim mas aconteceu.

- Não imaginei que a sua volta Elena, iria me trazer tanta dor que eu jurava que não existia mais em mim- Dante murmurou para si mesmo olhando nos próprios olhos através de um espelho.

E lá estava resquícios de lágrimas em seus olhos, teimando para desabar sob seu rosto, um respirar fundo se fez e por um breve momento teve um deslumbre que essa situação não poderia continuar assim. Se esconder desses sentimentos o fazia criar um monstro cada dia mais forte dentro de seu coração.
Com o terço nas mãos sobre os joelhos no assoalho de madeira da casa e olhando para um crucifixo na parede, Dante resolveu que o melhor que poderia fazer naquele momento seria rezar.

- Senhor, me sinto perdido em minha própria história mal resolvida, não sei o que fazer para deixar que essa angústia deixe meu peito, com Elena por perto é como se eu estivesse queimando em meu próprio inferno particular. Por favor senhor alivie minha alma e não me deixe cair em tentação, amém!

O dia tinha sido exausto, com cabeça doendo e após um banho demorado. Decidiu por vez que o melhor seria se esconder de sua realidade por pelo menos mais uma noite, se esconder sobre as asas de um sono profundo, parecia ser uma tentação na qual ele não lutaria para não cair. Se deixou levar, como o vento leva as nuvens e se foi ao paraíso de um sono profundo e calmo.
Uma batida na porta o despertou.

- Quem será? Pelo horário Olívia e minha mãe já estão dormindo em suas casas. - murmurou Dante!mas ao abrir a porta ele teve uma surpresa, que fez seu coração parar em seu peito por milésimos de segundo.

- Elena o que faz aqui? - perguntou espantando ao vê-la ali em sua frente.

- Eu vim te ver Dante, qual o problema nisso? - a voz de Elena estava carregada de malícia. Ele a conhecia muito bem ela, para saber seu jogo de sedução.

- Elena sei onde esse seu jogo acaba, mas devo lembrá-la que sou um padre, então eu peço que... - Elena o interrompe com um beijo, não queria saber de suas desculpas, já sabia que ele era um padre mas isso não a impedia de sentir desejos carnais por ele.
Ela não conseguia parar de beija - lo, tinha uma necessidade ardendo dentro do seu corpo, era como se ambos estivessem em combustão.

- Elena você não deveria fazer isso - contestou o padre ao seu antigo amor. Na verdade ele queria mais, cair cada vez mais em tentação sobre os beijos e o corpo de Elena.

- Você quer o tanto quanto eu! - Elena tinha uma cara de anjo mas quando se encontrava com tesão era impossível fazer ela parar.

- Para de tentar negar a si mesmo Dante, quero que você fode comigo e me faça gozar o resto da noite - disse Elena que foi de joelhos ao chão, tirando a parte de baixo da roupa do sacerdócio, ela estava sedenta por aquele pau que fazia anos que não tinha o prazer de sentir o sabor em seus lábios.

- Sua boca pode negar a vontade que sente por mim Dante, mas seu pênis não.

Dante que já não conseguia pronunciar nenhuma palavra, apenas tombou a cabeça para trás ao sentir o contato da boca de Elena em seu pau, como ele amava todos as sensações que somente ela poderia proporcionar a ele, ela era tão irresistível, isso ele não poderia negar, que simplesmente deixou se cair em tentação por aquela mulher que o fazia ficar quente como as chamas do inferno.

-Quero que goze na minha boca Dante, quero tomar tudo o que tem para me oferecer - Elena o chupava com maior intensidade, poder ver ele gozar em anos era uma dádiva que ela buscava.

De repente um bater forte na sua porta o acordou, com a mente nublada pela presença e tensão por Elena viu que não passava de um sonho, ela iria atormenta- lo até no seu subconsciente.
O sonho não era real, mas sua ereção sim, o bater na porta se fez novamente e por breves segundos desejou que fosse Elena ali, mas sentiu um desapontar bem no fundo de sua mente ao ver que era Olívia.

-Padre, resolvi chamá-lo. O senhor vai perder o horário da missa- Olívia estava quase desesperada pelo atraso do padre.

- E que horas são? - perguntou ele ajeitando o roupão em seu corpo.

- 7:25 - Olívia disse dando as costas a ele

- Droga a missa começa às 08:00, Elena me atrapalha mesmo estando longe.

08:02
A missa teve apenas dois minutos de atraso mas Dante que sempre foi pontual se culpou por ter se levado por um sonho sexual.
A mente dele estava lenta e focada no sonho que teve antes, e para piorar sua situação lá estava Elena, no primeiro banco junto com sua avó, pela expressão facial dela, ele deduziu claramente que estava ali apenas para fazer companhia a ela, já que ele sabia que ela não era nada religiosa.
Foi difícil manter sua mente focada depois daquele sonho erótico e foi mais difícil ainda ele ter que administrar uma missa encarando ela bem a sua frente sendo que sequer ela poderia imaginar o sonho que teve com ela, foi tão real que ele poderia jurar que sentiu os lábios dela sobre sua pele e somente por lembrar ele sentia seu pênis querendo criar vida.

Laços do Passado (Padre Dante) Degustação completo na Amazon Where stories live. Discover now