10 • Propaganda De Shampoo

344 62 144
                                    

Primeiro capítulo narrado pelo Satoru,
Espero que gostem!
(não revisado)

{Satoru's point of view}

Sua recepção ao meu toque em seus fios me causou uma satisfação inexplicável, continuei com aquele contato até que o elástico que prendia suas mechas se tornou um incômodo, puxei o mesmo, o que fez com que seus cabelos caíssem sobre seus ombros.

Suas mechas eram macias, sem nenhum nó ou parte embaraçada, tive vontade de sorrir com deleite ao entrelaçar meus dedos alí.

As poucos notei a expressão em seu rosto se suavizar, o mais baixo parecia fazer de tudo para manter o foco no filme e não em meus dedos que tocavam sua cabeça tão delicadamente em uma espécie de cafuné estranho.

Fiquei surpreso quando a mesma tombou para o lado, indicando que Suguru havia caído no sono em meus braços, arregalei os olhos desacreditado.

Deveria acorda-lo ou...?

Voltei a prestar atenção no filme como se nada tivesse acontecido, ainda mantendo aquele cafuné meio desajeitado em seu cabelo.

Sinceramente, Geto poderia fazer parte de uma propaganda de shampoo.

Por que tão lindo? Pensei comigo mesmo, quase que de uma forma irritada.

Assim que aquele romance extremamente tosco se encerrou, voltei minha atenção para o outro garoto adormecido ao meu lado com os lábios entreabertos.

Observei os mesmos em silêncio por alguns instantes, sua respiração saia levemente entre eles de forma delicada, suas sobrancelhas estavam levemente franzidas como se o moreno estivesse concentrado.

Cutuquei seu ombro para lhe acordar, gesto que foi extremamente fácil já que Suguru abriu os olhos como se tivesse tomado o maior susto de sua vida, se afastando de mim com as orbes arregaladas.

-Quando eu dormi?! -Exclamou em questionamento, se sentando de forma ereta e removendo a franja dos olhos.

-Faz alguns minutinhos -Respondi em um tom baixo, tossindo para disfarçar meus gestos anteriores e me afastar.

-Preciso voltar ao meu dormitório -Resmungou, notando que os créditos desciam pela tela da televisão.

Franzi o cenho, sacando meu celular no braço de sofá e não me surpreendendo ao ver que já haviam se passado das onze.

-Tá muito tarde para andar pelo campus, pode passar a noite aqui -Ofereci, dando de ombros de forma indiferente -O segundo quarto está meio bagunçado, mas tem o colchão de lá, pode usar ele.

-Muito fofo da sua parte, mas não vai rolar -Respondeu, se levantando do estofado e fazendo um gesto em direção a porta -Já vou indo.

-Só aceita logo o meu convite, franjinha -Insisti, o mais baixo bufou meio irritado, cruzando os braços sobre o peito.

-Não estou aceitando porquê você pediu mas sim porquê estou cansado, só para esclarecer.

-Ótimo -Resmunguei, me levantando.

-Ótimo -Repetiu, voltando a se sentar no sofá.

Adentrei o quarto reserva em meu dormitório, obviamente ele estava muito bagunçado já que me servia quase como uma dispensa, simplesmente peguei o colchão que estava sobre a cama e segui com ele até meu próprio quarto.

O mais baixo observou tudo com o cenho franzido em questionamento, arrumei o lugar onde Suguru iria dormir com um cuidado tão grande que comecei a me questionar o porquê de estar fazendo isso, colocando até algumas almofadas para deixá-lo confortável.

-Já arrumei tudo -Anunciei, voltando a sala de estar, o moreno ergueu ambas sobrancelhas.

-Eu não posso dormir no sofá? -Quis saber, quase que surpreso, ou talvez ele realmente estivesse surpreso.

-Não...? -Respondi simplista, apontando para meu quarto que possuía a porta aberta, exibindo o colchão ao lado da minha cama -Aqui fica muito frio a noite.

Geto soltou um murmuro, finalmente caminhando até o outro cômodo e se sentando naquele colchão com uma expressão ilegível. O segui até lá.

-Erm... Boa noite, então -Resmunguei, coçando minha nuca em um tentativa de me manter calmo, já que meu coração parecia querer saltar para fora.

-Boa noite.

Apaguei a luz e me joguei em minha cama, me cobrindo até a altura dos ombros, o outro garoto fez o mesmo, mas se virando e ficando de costas para mim.

Observei seus fios espatifados pelo travesseiro e soltei o ar que nem notei estar prendendo ao me recordar de que seu elastiquinho ainda estava em meu pulso, e para a minha surpresa, eu não estava com vontade de devolver.

Tive vontade de cutucar suas costas, fazer alguma piada sem graça como sempre, algo que fizesse eu me sentir melhor do que ele... Mas não consegui pensar em nada, ainda mais quando ele estava alí, dormindo tão indefeso.

Alí naquele quarto escuro, uma pequena parte de mim só conseguia pensar em quanto aquele cara era encantador, sempre tão focado, inteligente e carinhoso com quem se importava, do seu jeitinho particular.

A forma que ele estava me ajudando ultimamente sem nem se dar conta mexeu comigo.

Era como se tudo virasse de ponta cabeça do dia para a noite.

Senti meu rosto se ruborizar quando Suguru rolou no colchão, o rosto adormecido e as bochechas estufadas.

Era a primeira vez que o via com os cabelos soltos, e certamente não queria que fosse a última.

Não pude fazer nada a não ser apreciar seu rosto até sentir o sono chegar.

Merda, eu acho que gosto dele.

Não vi Suguru naquele dia depois que ele foi embora alegando que precisava ligar para a mãe dele.

Não insisti para que o mesmo ficasse, ainda não tinhamos esse nível de proximidade já que estávamos bem longe de nos considerarmos "amigos".

Nesse tempo, fiquei entendiado em meu dormitório sem vontade de fazer nada, apenas encarando o teto e checando qualquer notificação em minhas redes sociais.

Até que me lembrei: o trabalho.

Suguru estava fazendo ele sozinho, já que eu mais o atrapalhava do que qualquer outra coisa.

Talvez eu pudesse fazer algo bom por ele uma vez na vida.

Me sentei em minha cama enquanto pensava a respeito, resmungando preguiçosamente para mim mesmo até tomar coragem de me levantar, sentando na cadeira em frente a minha escrivaninha e abrindo o notebook.

Os slides estavam sem decoração alguma e com as letras meio desorganizadas, apesar das informações estarem todas corretas e bem estruturadas.

Talvez ele estivesse tão cansado na noite anterior por ter feito tudo sozinho.

Me senti um pouco mal com esse pensamento, mas não deixando de fazer uma careta: achei que Suguru fosse do tipo bem-organizado.

Modifiquei as cores dos textos e dos planos de fundo, deixando tudo em tons de marrom e preto, abrindo um sorriso satisfeito ao fechar o Notebook.

Ele iria me agradecer depois.

___________

Oii xuxus!!! uma leitora me deu a sugestão de fazer uma atualização dupla e aqui estou eu! vou postar esse capítulo agora e o 11° por volta das oito da noite! espero que tenham gostado e até lá 💗💗

★ Second Place | SatoSuguOnde as histórias ganham vida. Descobre agora