• CAPÍTULO 3 •

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Pela noite no escritório.


- Lila? - sua voz saiu embargada pelo choro.

Só podia ouvir o choro abafado de Amélia, mas seu olhar transbordava esperança.
A jovem Duquesa permaneceu estática por alguns segundos, realmente não queria acreditar que o que via, era real, mas teve a realidade batendo em sua porta quando Amélia consegue cuspir a corda que estava amarrado em sua boca e chamá-lo pelo seu nome.

- Lis, m-me ajuda, o seu pai, ele... ele - sua fala sai dolorida - ele me trancou aqui, até mesmo a Lilla

Lis rapidamente desce os nove degraus de madeira já desgastada, pisando suavemente esperando que isso faça com que o ranger da madeira seja menos estrondoso.

Rapidamente desamarra sua amiga, o pulso de Amélia está totalmente vermelho, dando um alívio enorme quando as amarras são desfeitas.

Lilla ainda está sob efeito da magia temporária do pergaminho, mas é muito mais forte agora, até mesmo Lis que é humana consegue sentir a onda dos feromônios pelo cômodo empoeirado, mesmo ela que não entende sobre isso, percebeu o ar pesado.

Mesmo em um estado difícil, Amélia ainda consegue andar, então as duas vão correndo desamarrar Lilla, que por sua vez, tem hematomas em todo seu corpo pálido, alguns roxos, indicando alguma quantidade de tempo, outros mesclados entre arroxeado e vermelho vivo.

- Meu Deus Lilla, meu Deus. - Lis soluça sem conseguir segurar o choro. - Eu quero muito acreditar que não foi aquele desgraçado que fez isso com vocês minha querida.

- Não tem como não ser ele. - Amélia tenta falar de uma forma menos dolorida, mas seu corpo ainda está cheio de hematomas que Lis não notou ainda. - E quem sabe o que ele iria fazer conosco se tivesse ainda mais tempo Lis.

- Maldito. - amaldiçoou. - vamos, o mais rápido possível, consegue carrega-la comigo? - pergunta ajeitando Lilla imediatamente no seu ombro esquerdo.

- Saberemos se eu tentar, vamos.

- Não, deixe que eu a levo nas costas, Lilla é menor que você. - dita sem dar espaço para Amélia falar mais nada.

Lis sobe os degraus sem incômodo algum com o peso extra.

- Amélia, consegue disfarçar essa bagunça. - fala olhando em direção a entrada do porão totalmente bagunçada.

- Sim.

Enquanto Lilla arrumava o carpete de forma desajeitada, algo que elas temiam, aconteceu, o ranger da porta sendo aberta soou pelo ambiente que ficou silencioso em segundos.

Quem havia entrado no ambiente era exatamente a pessoa que menos deveria entrar, o Duque.

Os olhos arregalados dos que estavam ali dentro transmitiam muitas sensações, e uma delas, era o medo.
Menos o de Lis, ela tinha ódio e rancor encravado em seu olhar, e sem pensar, pousou Lilla suavemente sobre a poltrona de couro.

- Seu velho maldito, doente. - um grito feroz saiu de sua garganta.

- S-sua pirralha, como ousa falar assim com seu pai? - uma fala pouco confiante sai, mas rapidamente se recompõe. - O que pensa que está fazendo no meu escritório.

- É isso que tem para me dizer seu monstro. - indignada responde.

- Lis, precisamos ir, creio que não aguentarei muito tempo em pé . - Amélia interrompe a discussão escorando-se na mesa central.

- Vamos.

Decidida a engolir toda a raiva que estava sentindo, Lis caminha em direção a Lilla, para voltá-la a suas costas, mas é interrompida com um grito assustador da pessoa que até então estava desacordada.

NAERIONWhere stories live. Discover now