Existiu amor algum dia?

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Oii, mais um capítulo!

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Gabriela tentou processar as palavras de Sheilla, tentando achar algum sentido nelas. Roberta lhe chamara ali porque sugeriu que ela poderia participar do MP3 e agora Sheilla lhe dizia o contrário? E a Castro era o quê? A dona do projeto?

- Como assim não tem espaço? - Gabi perguntou - Eu só preciso de uma sala. O material todo pode deixar que eu trago.

- Gabriela, não insiste. A gente já tem professor de artes, não precisa de mais ninguém - Sheilla rebateu, agora encarando a Guimarães de frente com firmeza e altivez - Não tem porque você se juntar ao projeto, porque a gente não precisa de mais ninguém.

- Aí que você se engana, Sheilla - Gabi também foi firme, como se a enfrentasse - Projeto social funciona na lógica do "quanto mais gente pra ajudar, melhor". Eu posso ajudar a expandir as aulas de arte, trocar ideias com os alunos, aumentar as turmas...

- Ó, isso aí é uma boa - Vitor se meteu.

- Cala a boca, Vitor - Sheilla o cortou sem nem desviar o olhar de Gabi e o rapaz ficou em silêncio - As aulas de arte estão boas do jeito que estão.

- Sheilla - foi a vez de Roberta intervir - Eu acho que se a Gabi quer ajudar, não tem porque a gente recusar. Ela é artista plástica de renome internacional e isso agregaria muito pro projeto.

- Você também é programadora de renome internacional, Roberta. Se for só por isso, nossa cota de profissionais internacionalmente reconhecidos já está preenchida.

- Vem cá, Sheilla - Gabi se empertigou - Qual o seu problema? Eu estou tentando somar numa iniciativa bacana e não entendo esse seu piti. Eu posso acrescentar muita coisa no projeto de vocês e eu quero ajudar. Deixa de birra.

Birra? Ah, agora Sheilla estava com birra? E que tom foi aquele que Gabi usou para se dirigir a ela? Não admitiria aquele afronte, não quando estava em seu território.

- Eu não dou três meses pra você desistir da gente e dizer que precisa focar em outra coisa. Não é isso que você costuma fazer? Começar as coisas e depois largar sem uma explicação plausível sequer? - uma facada teria doído menos. Gabi engoliu em seco ante o olhar penetrante da Castro e se pensou que ela tinha terminado, estava enganada - Eu não quero você se não for sério. Esse projeto não é brincadeira, pra você começar e depois largar na mão. E convenhamos que manter compromisso não é muito sua praia.

- Au! - Vitor soltou - Sheillinha foi sem dó, hein?

- Para, Vitor! - Roberta ralhou, vendo a tensão quase palpável entre Gabriela e Sheilla. Até ela já estava tensa.

- Se eu vim até aqui, é porque eu realmente estou interessada, Sheilla. Você sabe que eu sou a favor de causas sociais, não distorce as coisas e nem vem colocar questões pessoais no meio.

Tinha virado lavação de roupa suja. No meio da quadra do MP3. Na frente de Roberta e Vitor. Péssima escolha de cenário e de figurantes. Aliás, não deveria nem ter figurantes numa situação daquela, tinha que ser só elas duas. Mas Vitor parecia interessadíssimo em ver de quem partiria a próxima farpa. E Roberta... Bom, era bom ter alguém ali para ajudar a separar caso Gabi e Sheilla se engalfinhassem.

- Não é questão pessoal, Gabriela. Só estou falando o que todo mundo aqui sabe. Que você não tem compromisso com nada, que não cuida direito nem de você, imagine de uma turma inteira, que não se importa com mais ninguém além de você - apontou o dedo para ela - E esse seu trabalho estúpido.

Mil Acasos - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora