Amor com fetiche - SeulRene

Constrangimento

Nervosa sem saber como a encarar, sem querer acabei deslizando o dedo pelo botão de enviar. Porra, Seulgi, sua idiota!

Pude ouvir o barulho de uma notificação juntamente de uma porta se abrindo. Coloquei o celular no bolso, e por um instinto, bem idiota, coloquei a cabeça da fantasia de coelho e fiquei estática.

– O quê... – Ouvi a voz de Joohyun, a vi olhar a tela do celular – Porra! Quem é você? O que está fazendo? – Joohyun perguntou assustada com a mão no peito. Não sabia o que responder, fiquei em silêncio querendo desaparecer instantaneamente – Me responda! – Gritou se aproximando com o rosto sério e em passos firmes. Meu coração disparou ao ver ela de forma tão séria.

– Não! Espere! – Gritei tentando correr, mas sem sucesso. Joohyun segurou as orelhas da fantasia e a puxou de uma só vez, consequentemente fazendo com que eu caísse no chão.

Eu poderia passar mais vergonha do que isso?

Abaixei a cabeça e senti uma tremenda vontade de pegar a fantasia e por na cabeça de novo só para não ter que a encarar.

– Kang Seulgi? – Ouvi a voz confusa da mulher, mas não tive coragem de a encarar – Oh meu Deus! Me desculpe! Vem cá – Ela segurou minha mão me ajudando a levantar, quase cai em cima dela nesse processo.

Finalmente levantei o rosto a encarando.

– E-Eu...me desculpe – Falei sem graça coçando a nuca.

– Eu quem peço desculpas por te derrubar. Você está bem? Você bateu a cabeça, precisa ir ao hospital? – Perguntou me olhando de cima a baixo. Meu sangue gelou e eu engoli em seco.

– Estou bem sim. Não precisa disso, a fantasia é acolchoada – A encarei. Ela era tão bonita.

– O que significa isso? – Ela me mostrou a tela do seu celular com minha mensagem.

Porra.

– Eu meio que...queria agradecer por não ter falado nada pra' ninguém.

– Falado? O quê? – Perguntou confusa

– A coleira... – Mordi o lábio inferior nervosa.

– Ah sim – Ela sorriu minimamente e negou com a cabeça – Não teria porque falar, é algo pessoal seu. Eu que peço desculpas por ter aberto a caixa, realmente não sabia que não era minha.

Suspirei aliviada por ela parecer tão tranquila com esse assunto, talvez eu realmente estivesse com medo atoa.

– Mais uma vez, obrigada, Joohyun – Sorri para ela.

– Não precisa agradecer – Ela sorriu de volta, mas logo seu sorriso se desfez e ela soltou um suspiro – Desculpe se fui grosseira e mandona a alguns minutos. É meu jeitinho, acho que sou propensa a ser assim – Ela disse dando de ombros.

– Propensa? – Brinquei apesar de estar nervosa. Me senti quente, pelo ambiente fechado e apertado, mas também por estar próxima da mulher que me atormentava.

– Sim. Me senti estranha, nunca tinha sido assim no trabalho, sabe?... – "Talvez ela seja uma de nós" a frase que rondou minha cabeça enquanto Joohyun se explicava sobre alguma coisa – ...Entende? Posso parecer indiferente, mas quero sempre manter uma boa impressão.

Meu coração se encheu de alegria, eu sorri tão largo que meus olhos se fecharam e eu mal pude ver Joohyun. Ela realmente era uma de nós? Eu estava disposta a fazer uma proposta a ela que jamais tive coragem de fazer.

– Você é realmente incrível, Joohyun. Obrigada por ser honesta comigo – Estava explodindo de felicidade, a mulher que mais me intrigava era como eu – Eu estou muito feliz e aliviada agora – Irene franziu o cenho confusa – No começo fiquei com medo de me achar uma pervertida – Sorri sem graça.

– Jamais acharia que você é uma pervertida – Ela disse confusa.

– Exatamente! – Falei eufórica – O mundo é cruel demais por nos ver assim, como anormais – Ri baixinho – Para ser sincera, quando conversei com alguns colegas e eles cogitaram que você poderia fazer parte da comunidade, eu não achei possível. Depois pensei que, se isso fosse mesmo verdade, você poderia ser uma sub... como eu. Foi um pensamento idiota, vou explicar! – Ela arregalou os olhos e eu me apressei em explicar – Não é porque tem uma aparência delicada que isso signifique que seja uma submissa. Desculpa. Fico envergonhada por ter te julgado assim... mas se não fosse uma dominadora não tinha problema algum – Enfatizei engolindo em seco. Começava a falar besteiras quando ficava muito nervosa – Enfim, o que quero dizer é que, se estiver procurando alguma parceira, estou super disponível. Você pode praticar comigo, Hyun. Para ser sincera seria uma grande honra.

– Praticar? Praticar o quê? – Perguntou ainda mais confusa.

– Você pode me dar ordens, me xingar, me tratar como se fosse sua cachorrinha, eu vou te obedecer! – Começei a enumerar nos dedos – Serei uma boa aprendiz, aliás sua
melhor submissa – Mordi o lábio inferior meio nervosa e segurei suas mãos. Eram suaves e macias – Desejo muito isso, você não tem idéia.

Joohyun ficou quase uns dois minutos em silêncio enquanto meu coração batia tão rápido que temia que ela pudesse o ouvir. Estava com medo de sua resposta.

– Você...? Ooooh! – A boca bem desenhada formou um perfeito O, tirou delicadamente suas mãos das minhas. Meu corpo gelou – Teve um mal entendido aqui, Seulgi. Quando afirmei que tinha uma tendência a ser assim, é porque me entitulam como fria e assustadora. Só tentei explicar que desenvolvi um pouco de complexo por causa disso – Fiquei pálida e com vontade de me jogar do sétimo andar daquele prédio. Tentei arranjar uma desculpa qualquer para sair da situação constrangedora, mas nada saía – Pera...submissa? Cadela...Oh – Ela disse surpresa – Aquela coleira não era para usar em uma garota, era em você mesmo.