Nier Automata: Jornadas no 12° Milênio

Intervalo 6 - O Que Não Faríamos Por Amor?

Jogando a torneira fora eu corri em direção à privada e arranquei sua caixa fora com um chute, a mandando para o outro lado do banheiro onde se quebrou ao lado do armário que arremessei anteriormente.

Olhei em volta em busca de algo para destruir, mas lentamente, minha respiração se acalmou, ajustando minha postura. Eu finalmente percebi o que acabei de fazer, eu vi a destruição que causei aqui, mudei meu foco para minhas mãos enquanto as abria e fechava lentamente.

Mas que porra eu acabei de fazer?!?

Desde quando eu sou tão forte?!? Eu destruí o banheiro, mas não me sinto cansado com o esforço que fiz e não me machuquei em nenhum momento! Não estou dizendo que não conseguiria fazer isso, mas eu esperava ter mais trabalho e me ferir no processo!

Eu saí do banheiro com passos apreçados, e do lado de fora, eu encontrei Manah me encarando com um grande sorriso travesso.

"Vejo que você descobriu um dos efeitos de nosso pacto." Manah falou de forma provocadora.

"Benefícios? Do que diabos você está falando? Você não passa de uma alucinação! Esse tal pacto não mudou nada em mim!" Eu retruquei.

"É mesmo? A marca em seu peito diz o contrário." Manah respondeu em um tom divertido enquanto andava ao meu redor.

A marca em meu peito? Puxei a gola de minha camisa e arregalei os olhos com o que vi. Eu não tinha uma tatuagem antes, mas lá estava ela. A tatuagem representava duas crianças tocando suas bochechas, com seus rostos se fundindo no centro, os rostos eram cercados por um círculo e de ambos os lados do círculo saía um par de asas.

"Mas que porra é essa?" Eu sussurrei para mim mesmo, mas julgando pela resposta de Manah, ela me ouviu.

"Essa é a sua marca de pacto, a prova de que você sacrificou algo valioso para você em troca de poder." Manah finalizou, abrindo os braços e girando em minha frente.

Eu levantei meu boné e alisei meu cabelo nervosamente, enquanto ria secamente "Hahaha! Boa piada! Se o que você diz é verdade, então que tipo de poder eu ganhei?"

"Seus sentidos foram elevados a níveis sobre-humanos, você também está mais rápido, forte e resistente. Mas não saia por aí achando que é um deus, se tentar o suficiente você pode derrubar uma parede, entortar metal, talvez até levantar um carro pequeno, mas você ainda pode ser morto por uma multidão furiosa ou por alguém com balas o suficiente." Manah deu de ombros.

Eu recuei alguns passos, apoiando uma mão na mesa da sala para me manter de pé.

"Seriamente? E o que mais eu posso fazer? Atirar bolas de fogo?" Eu zombei.

"Sim, outra vantagem de nosso pacto é que agora você possuiu grande poder mágico."

"Besteira! Magia não existe!" Eu exclamei, balançando meu braço restante. Mas no momento que fiz isso, eu senti um formigamento em meu braço esquerdo, como se eu tivesse tomado um choque.

Esse formigamento aumentou, seguido de um calor extremo. Subitamente, meu braço esquerdo foi coberto de chamas vermelhas até o cotovelo, no momento que parei de balançar meu braço, uma bola de fogo do tamanho de uma bola de basquete saiu de minha mão e atingiu uma estante cheia de livros do outro lado da sala, criando uma explosão de chamas.

"Puta merda!" Eu gritei enquanto a estante de madeira e os livros eram transformados em cinzas.

"Você acredita em mim agora?" Manah perguntou com um sorriso infantil.

"Isso... Isso não pode ser real! Magia não existe! Deve haver uma explicação para isso!"

"Se você acredita em magia ou não, não importa, pois a prova está em sua frente." Manah respondeu, apontando para minha mão.