chapter 1

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A floresta fedia a sangue, meu corpo estava dolorido, minha cabeça doía e girava, meus olhos, lentamente se abriram, encontrando o chão, me levantei me apoiando na terra,que por algum motivo estava meio molhada, cambaleei para frente e logo para trás, tentando me ajustar a luz pálida da manhã que atravessava os pequenos buraquinhos entre as folhas das árvores.
Minhas mãos foram instantaneamente para o meu nariz, porém logo o deixou, minhas mãos também fediam, aquele lugar fedia a ferro e uma mistura de sangue, minha visão estava turva, e meu estômago revirava, me segurava para não vomitar.
Olhei grogue para o lado, e meu corpo ficou tenso, não movia um único músculo, minha voz não saia, o mundo pareceu parar, o cheiro de sangue ficou mais intenso, tão intenso que dominou meus sentidos, infectando meu nariz, e minha saliva que parecia ter gosto de remédio, desviei o olhar para baixo, minhas vestes sujas de sangue, meu corpo inteiro sujo daquele líquido vermelho,meu coração acelerou e o medo e desespero surgiram tanto nas minhas feições, quanto nas minhas emoções, um grito estridente que veio do fundo da minha garganta finalmente foi liberado, cambaleei para trás, trêmulo, encarando aquela visão, Darcy, com aquela parte da roda gigante que tinha se rompido e perfurado o chão, aquela mesma que Darcy desviou antes de subir a roda gigante,... totalmente atravessada no estômago dela, uma poça de sangue em volta daquele mesmo local,os olhos abertos ainda, encarando o nada, e sem vida, a boca ensanguentada junto com as vestes, a camisa branca totalmente manchada de vermelho,tive que desviar o olhar, e cuspir a saliva no chão, a vontade de vomitar ficou maior do que esperava, passei a mão pelos cabelos, sem saber o que fazer, enfiei a mão no bolso para pegar meu celular, ele não estava no bolso, o procurei meio desorientado, e o achei perto do local onde eu e Darcy tínhamos caído, o liguei, sem sinal.
Antes que eu possa achar um local de sinal de telefone, barulhos vieram da floresta, como se fosse um animal correndo na minha direção, com ele trazia o cheiro de carniça, eu parei e observei, o medo pairava no ar, logo, uma criatura preta invadiu o local, com apenas um olho, um olho totalmente branco, era imensa, tinha seis pés, quatro usava para se locomover e os outros dois, pegaram Darcy, a cheirou, e começou a colocar lentamente a perna dela na boca sem dentes, meus instintos logo entraram em ação, e a primeira coisa que fiz, foi correr.

𓆩✧✦✧✦𓆪

Eu corria e corria, minhas mãos indo para o instinto se apoiar nas árvores Pinheiros, minha mente fervida de quente, e a cena de Darcy não parava de disparar em minha mente, escutei um barulho logo atrás, mas não me atrevi a olhar, o desespero falava mais alto.
A floresta de pinheiros finalmente acabou, me levando a estrada que levava ao bairro de Aruna, estava tudo estranhamente calmo, o cheiro de sangue infectou o ar, mas, apenas pensei que fosse meu próprio cheiro, afinal, eu estava deitado no sangue de Darcy a pouco tempo atrás.
Andei mais um pouco, e o cenário estava me assustando, a calmaria, o cheiro, eu não conseguia enxergar direito pela adrenalina que corria no meu corpo, esfreguei os olhos, tentando recuperar a compostura,e acabei xingando baixinho, tentando limpar as pálpebras do sangue que acabei espalhando, pisquei várias vezes até enxergar claramente, tateei o bolso para pegar o celular, outro xingamento veio, aquele barulho atrás, provavelmente era meu celular que tinha caído.
Finalmente olhei em volta, parecia um cenário de filme de terror, coloquei a mão sobre a boca para não gritar de novo, sujando meus lábios do mesmo vermelho.
Aquelas casas iguais, todas, todas, manchadas de vermelho, corpos nas estradas,e nas cercas sem graça, agora, servindo como uma grande flecha para enfiar pessoas, outras mortas com adagas de ferro, outras comidas com as tripas para fora, senti meu coração disparar, minha respiração ficou pesada e irregular o suor escorria do meu rosto enquanto eu andava pelas ruas reviradas, minhas mãos permaneceram nos meus lábios por um bom tempo, horrorizado e torcendo para isso ser um pesadelo.
Depois de andar bastante, meu corpo ainda estava tenso, quem iria descansar em um cenário desse?
Minha pele empalideceu quando lembrei dos meus pais, um frio percorreu meu corpo,então, como um cervo, eu corri.

𓆩✧✦✧✦𓆪

"Por favor, estejam bem.."
Era isso que eu pensava, enquanto corria com todas as minhas forças de volta para casa.
Mas antes de atravessar a rua, lembrei de Percy,olhei em direção a casa da festa de antes, a garagem ainda estava aberta, mas nenhum jeito normal como se alguém tivesse estraçalhado o portão, eu me esquivei  para dentro e de novo meu estômago embrulhou,os corpos de Melinoe e Leonard, os pais de Darcy e caia, boiando na piscina, o estômago foi devorado.
Desviei o olhar daquela cena, e entrei dentro da casa.

𓆩✧✦✧✦𓆪

abri a porta com cuidado, adentrando a casa, estava escuro e o local fedia, fedia a sangue, não queria me arriscar a gritar o nome de Percy, então apenas segui para dentro da casa, chegando a sala, e levando a mão até o garfo grande de ferro, que até hoje não sei o nome, mas mamãe usava muito para ajustar a lareira.
Peguei na parte do cabo, o ferro ainda estava quente, queimaria se eu tocasse, o mantenho distante, porém perto.
Subi ao segundo andar, tentando ser o mais cauteloso possível, andei pelo corredor e espiei pela porta do quarto de caia, que estava entreaberta...
Caia estava encolhida no canto do quarto, parecia fazer o possível para não fazer nenhum barulho, parecia desejar ficar invisível, o rosto estava sujo de sangue, e o corpo trêmulo, dei o primeiro passo para entrar, mas logo hesitei quando minha irmã, Percy, se aproximou de caia, ela estava diferente...os dedos estavam pretos e esse preto subia pro braço, fazendo veias roxas, como se tivesse enfiado a mão em uma lata de tinta, ela parecia sangrar.
-Percy...você está me assustando..-ela disse entre lágrimas, a voz empoeirada, logo, Caia gritou, quando algo invisível começou a estrangular caia conta parede, ela se debatia e gritava, eu me assustei e um suspiro alto demais saiu dos meus lábios, e quase de imediato, a cabeça da minha irmã se virou até mim, o pescoço quebrando para me olhar do mesmo lugar, a porta se abriu, como se ela abrisse, mesmo longe, consigui ver o cenário mais detalhado, a cama de princesa da Disney, ensanguentada e com um líquido preto, brinquedos quebrados, e o quarto antes rosa agora só se via preto e vermelho sangue.
Os olhos de minha irmã estavam complemente pretos, como uma gosma que descia dos olhos para o rosto, caia foi jogada no chão e finalmente o corpo de minha irmã se virou para mim, porém logo um som de osso quebrando se instalou por um breve momento, olhei em direção a caia, e ela estava morta, a cabeça dela deslocada do pescoço, sangue saia da boca dela, eu apertei o cabo do garfo de ferro de lareira, lágrimas brontando nos meus olhos, dei um passo cauteloso para trás tentando ao máximo não ser brusco, e logo, fui jogado na parede do corredor, o ferro quente caiu, mas logo o recuperei, me levantei com toda rapidez que eu consegui, mas logo me peguei sendo enforcado contra parede, pelas mãos de minha irmã, que agora, não eram mais dela.
Ela flutuava, e possuía uma força enorme, aos poucos foi me levantando, já estava ficando sem ar, tentei de maneira humilhante acertar aquele demônio com o ferro quente, que logo, minha 'irmã' segurou, assim a mão dela ficou vermelha, ela gritou,um grito anormal, como o de um morcego, me soltando, eu me levantei rápido, enquanto ela se afastava, me mantendo em postura defensiva, a criatura rangeu e pulou em cima de mim, instantaneamente a acertei como uma bola de beisebol, a jogando na parede, fazendo derrubar uma mesinha com um vaso bonito em cima, o vaso de cerâmica se partiu em pedaços.
A criatura se levantou, e começou a se contorcer, logo ficou de quatro, os ossos começaram a aparecer, os dentes ficaram maiores, a criatura pulou em cima de mim novamente, me fazendo cair escada abaixo com ela, eu segurei o ferro quente com força contra a criança, que tentava a todo custo me morder.
Então, empunhei o ferro, como uma espada, e perfurei o pescoço de minha própria irmã.
A criatura gritou, o ferro deixava o pescoço dela totalmente roxo, aqueles olhos pretos, começaram a se transformar em gosma preta, que lentamente iam se tornando os olhos de minha irmã, ela me olhou assustada, lágrimas nos olhos, ela olhou o ferro enfiado no pescoço, e logo para mim.
-O que...-ela parou de falar, quando novamente aquela gosma voltou ao seus olhos, a criatura voltou, e eu enfiei o ferro mais fundo, atravessando a garganta daquele ser, fazendo os olhos ficarem brancos e sem vida, fazendo o sangue jorrar em minhas mãos, desejei ter morrido junto.

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-Nathan}

ᴏ ᴀssᴀssɪɴᴏ ᴅᴀ ᴘʀɪɴᴄᴇsᴀ✧ (em andamento)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin