Acordei e não tinha nada pra fazer, como eu não consigo ficar quieto vim malhar.
Comecei com o cardio e depois fui para os outros exercícios.
A academia está sendo uma forma de distração e também uma forma de tentar aliviar minha culpa sobre toda aquela história.
É, eu sei que a culpa foi minha e não me orgulho disso não, ou talvez não...
Por mais que eu tenha sido um escroto, eu não me arrependo de nada que foi vivido (só as partes ruins).
Mas eu vou deixar o tempo falar, se for pra eu voltar pra ela, ou ela voltar pra mim vai acontecer.
Minha vida, minha mente e meu coração tá a maior bagunça e porra... só queria a Anna aqui comigo, sinceramente só ela me acalma de qualquer coisa.
Só ela tem o dom de me estressar e me acalmar.
E até dos estresses eu estou morrendo de saudades...
Eu penso sempre nela...e me dói muito pensar nela todos os dias, desde quando acordo até quando eu me deito.
Essa distância está me matando aos poucos.
Mas se ela escolheu isso, teve seus motivos, e eu sei muito bem quais são esses motivos!
Passagem de tempo...
- aqui Sr. Filipe Macedo!- o gerente do banco me entrega a maleta.
- tirou tudo mesmo...? Vou precisar de tudo que tem na minha conta.- digo a ele
- bom, você sabe que cada conta tem um limite, não é? E a sua não é diferente, só podemos retirar vinte mil por dia.- diz e eu o olho sério.
- não tem nenhum jeito de retirar tudo não?- pergunto e ele nega.- ok, amanhã eu volto pra tirar mais vinte mil, até o dia que os duzentos mil acabarem.- digo e saio.
Andei pensando em abrir minha própria empresa, mas eu queria a Anna na minha equipe.
Espero que daqui um tempo, quando a ideia tiver fora do papel, ela aceite.
Enfim, entro no carro e vou até o apartamento da minha mãe ver o que ela quer.
Ela me chamou pra ir almoçar lá mas não deu tempo, mesmo assim insistiu que eu fosse.
E cá estou eu, indo pra o apartamento dela.
Depois de dirigir por um tempo chego nele.
Passo pelo hall do prédio e entro no elevador indo pro andar dela.
Toco a campainha assim que chego, ela abre a porta e me olha.
- boa tarde, mãe.- digo e entro.
-o seu pai só veio me informar agora sobre você ter se desligado da empresa.- ela diz se sentando no sofá.
- foi necessário- digo e respiro fundo me sentando também, ao seu lado.
- filho...- ela fala me fazendo olhar pra ela.- eu nunca me meti nos seus assuntos com seu pai, mas, vocês sempre foram carne e unha, o que aconteceu com vocês?- ela perguntou.
- mãe, ele mandou você falar alguma coisa comigo?- pergunto e ela nega rápido.- é o que tá parecendo.- digo
- não meu amor, eu que estou curiosa mesmo. Venho notado o comportamento de vocês dois. Ele tá mais arisco, explosivo... já você tá mais distante, não que você fosse presente, mas, você vive nas nuvens meu bem, o que está acontecendo?- ela perguntou me olhando.
- mãe eu não quero falar sobre a minha vida pessoal, você sabe que é difícil pra mim desde sempre.- digo a ela.
- eu sei que nunca fui tão presente na sua vida, sempre preferi deixar a responsabilidade de cuidar de você pro seu pai, mas você pode se abrir comigo filho, talvez seja isso que você vem precisando depois de anos apenas absorvendo tantas coisas.- disse com uma expressão preocupada.
Será que esse é mais um dos meus problemas? Ser calado e guarda as coisas pra mim?
Agora isso vai ficar na minha cabeça...
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