Capítulo 2 - quando a oportunidade bate na porta

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Finalmente era sábado, o dia que eu podia ficar o dia todo atirada na minha cama jogando video game ou assistindo séries.

A única coisa ruim do final de semana, era o fato de não poder ir à escola para admirar Enid.

- Wednesday! - ouvi minha mãe me chamar do andar de baixo e bufei triste. Já tinha arrumado tudo para começar a assistir minha série.

- Já estou indo! - gritei de volta.

Eu estava só com uma blusa mais comprida e calcinha, e como não estava achando o short, desci assim mesmo. Minha mãe é do tipo de pessoa que não gosta de esperar, então eu só iria ver o que ela quer e ia subir novamente. Fora o fato que ela não se importaria em me ver assim rapidamente, afinal, ela trocou as minhas fraldas e tal.

- Wednesday! - ela chamou novamente.

- Já vai! Eu estav... - parei no meio da escada assim que vi uma figura estranha parada na porta.

- Ah filha porque a demo... - arregalei os olhos e olhei para a minha mãe, ela fez o mesmo e logo desviei o olhar para Enid que estava ali parada me encarando porque provavelmente dava para ver a minha calcinha.

Foram segundos tensos até que Enid começou a falar:

- Mas o qu...

- VAI SE VESTIR MENINA! – minha mãe atirou o chinelo na minha direção e eu corri na velocidade da luz para o meu quarto e fechei a porta com força - QUE POUCA VERGONHA! – levei as minhas - mãos até o rosto com vontade de sumir.

O que Enid estava fazendo na minha casa? Provavelmente nunca descobrirei a resposta, pois acho que não vou sair desse quarto nunca mais.

***

Desci as escadas meio receosa e fui até a cozinha, onde minha mãe conversava animadamente com Enid.

- Ah, finalmente! – as duas me olharam - Não tem nada a dizer para a Enid? - minha mãe me encarava com um olhar mortal e eu levei a mão até a nuca envergonhada.

- Me desculpa por aquilo, eu não sabia que você estava aqui.

- Quer dizer que você costuma andar só de calcinha em casa? - ela arqueou uma sobrancelha e eu soltei uma risada.

- De vez em quando.

- Mas não se preocupe, de agora em diante ela vai mudar alguns desses hábitos. - minha mãe sorriu para ela. - Filha, leve a mala dela para o quarto de hóspedes. - arregalei os olhos. Do que ela estava falando?

- Como assim, mãe?

Os pais da Enid foram para a Florida cuidar da avó dela que está muito doente, então ela vai ficar alguns dias com nós. - sorriu e eu engoli em seco.

Estava sem reação. Como assim a menina que eu tenho uma queda vai ficar uns dias na minha casa?

***

Eu sabia que os meus pais eram amigos dos pais de Enid, mas não sabia que eram tanto ao ponto de Enid vir passar alguns dias aqui.

Porque ela não ficou na casa da Yoko, sua melhor amiga? Não que eu esteja reclamando! Ou será que estou? Mas... Eu realmente não sei o que pensar. Socorro!

- Obrigada por me deixarem ficar aqui. - ela sorriu e eu abri a porta do quarto de hóspedes e coloquei a mala dela no chão. - Teria ficado na casa da Yoko, mas ela tem muitos irmãos pequenos e como sua mãe tinha oferecido, minha mãe achou uma boa ideia também. Espero que não se importe!

- I-Imagina! Fica à vontade. – ela sorriu novamente. - E-Eu vou estar no meu quarto se precisar. - pigarreei.

- Tudo bem, obrigada.

- Ah! E sobre o incidente da calcinha, eu prometo que não vai mais acontecer. Me desculpe! - Enid riu.

- Tudo bem. - saí meio sem reação, fechei a porta do quarto e me joguei na cama.

Preciso pensar!

***

Quando minha mãe nos chamou para jantar, eu estava completamente perdida em pensamentos, enquanto imaginava como seria minha vida nos dias em que Enid estivesse aqui.

Eu precisava achar um jeito de impressionar ela, então tinha que acabar com alguns dos meus hábitos estranhos. Ou seja, adeus encenação de filmes de ação na sala e shows de música enquanto limpo a casa. Tadinha da minha vassoura, vai perder o ótimo par dançarino que sou!

Cheguei na cozinha e vi que todos os lugares estavam ocupados, exceto o do lado de Enid, então sentei.

- Boa noite pai, boa noite Pusgley!

- E aí irmãzinha, como foi seu dia?

- Foi bom. - respondi meio indiferente enquanto pegava a comida. Se tem uma coisa que Pusgley não tem, é noção, então eu não podia dar muita corda pro meu irmão mais novo acabar com a reputação que eu não tinha na frente da garota que eu gosto.

- Ih, que bicho te mordeu?

- Nenhum, eu só estou meio cansada.

- Cansada de não fazer nada?

- Pra sua informação, eu faço muitas coisas, tá bom?! - ele riu.

- Tipo tirar poeira dos seus bonequinhos? - arregalei os olhos.

- São figuras de ação!

- Tem bracinhos, perninhas e são de plástico. São bonequinhos.

- Não! São...

- Chega vocês dois! - meu pai nos encarou sério - Não vão deixar nossa convidada assustada. Juro para você que somos normais, Enid. – ela riu e nós voltamos a comer em silêncio.

Ótimo, agora ela deve achar que eu sou a louca dos bonequinhos. Digo, figuras de ação. Droga Pusgley!

***

Escovei meus dentes, arrumei a cama e deitei, pronta para dormir. Mas logo levantei rapidamente e peguei meu celular, precisava contar para Xavier o que estava acontecendo.

Tinha até esquecido da existência do meu melhor amigo.

Eu: Xavier, você não faz ideia do que aconteceu hoje, a Enid me viu de calcinha

Xavier: Mas oq? Wednesday? Sua pervertida! Eu disse para falar com ela, não para ir tirando a roupa.

Eu: não foi bem assim, os pais dela foram viajar para a Florida pra cuidar da avó dela. Aí ela veio passar uns dias aqui, e eu desci as escadas só de blusa e calcinha quando a minha mãe me chamou. Não imaginei que ia encontrar a Enid parada na minha porta, acho q não to bem.

Xavier: Hahahahaha! Eu daria tudo pra ter visto essa cena!

Eu: Não ria da minha desgraça, me ajuda!

Xavier: Como? A única pessoa que pode te ajudar situação, é você mesma.

Eu: Então ferrou!

Just Friends - adaptação wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora