Na manhã seguinte, Poncho dava ré com seu carro, quando escultou um grito, e um barulho, ele travou o carro e desceu correndo.
Poncho: Meu Deus! - falou ao ver o menino do aeroporto caído no chão, segurando um braço e chorando baixo.
Xxxx: MAMÁÁÁÁ - Poncho se arrepiou, com o som estridente daquela voz infantil. - ¿Qué hiciste ahora miguel? - A menina parou do lado do menino caído, e falou com as mãos na cintura olhando.
Poncho: Cadê sua mãe? - olhou os dois.
Xxxx: Oi me chamo Mia! Na verdade Maria, porém Papá me chamava assim - a menina disse sorrindo.
Xxxx: MÍAAAA.. - a mesma mulher do aeroporto.
Mia: Lá vem a Mamá.. - sorriu.
Mamá: Qué paso? - olhou eles.
Poncho: Eu dei ré, mas eu não vi ele. -disse desesperado.
Mamá: Miguel! Vamos! - levantou o menino.
Poncho: Vamos para o hospital! - olhou.
Mamá: Eu levo ele, e te mando a conta! - encarou ele.
Poncho: Oii? - encarou a mulher.
Mamá: Eu levo ele, e te mando a conta! - disse levando o menino, Poncho ficou desacreditado.
Mia: Não liga não, Miguel é quieto e nunca sabemos onde ele está, vive se metendo - ela sorriu, levantando a bicicleta do irmão. - Tchau! - correu com a bicicleta e pulou encima dela com tudo e saiu pedalando atrás da mulher e do menino, Poncho ainda olhava a cena incrédulo.
Alguns dias depois, era final de tarde, quando ele chegou do serviço e viu o menino que estava com uma tipóia, e a menina sentada no meio fio.
Poncho: Tá tudo bem? - ele disse ao sair do carro.
Mia: Miguel quer te falar algo. - ela disse olhando o irmão.
Miguel: Des...cu...pa - disse olhando para o chão.
Poncho: Eii tá tudo bem, eu não vi você, e pode ser que você também não tenha me visto - abaixou na altura do menino e colocou uma mão no ombro dele, ele olhou a extensão do braço de Poncho e sorriu, o abraçando, Mia que olhava a cena, levantou rapidamente assustada.
Mia: O que você tá fazendo? - olhou os dois.
Poncho: Eu.. - disse vendo o menino agarrado nele, sem entender.
Mia: O Miguel não abraça ninguém.. - olhou ele, logo o irmão soltou Poncho e saiu correndo seguido da irmã, Poncho sorriu vendo os dois correndo e entrou em casa.
Isa: O que foi aquilo? - olhou o marido.
Poncho: Esses dias eu dei ré, e atropelei o garoto, e hoje ele veio pedir desculpas talvez por não ter visto o carro - sorriu.
Isa: É bom você ter relação com crianças, quem sabe não decide reverter a vasectomia e tenhamos um filho. - sorriu.
Poncho: Não Isa esse assunto não! Eu fiz e não vou reverter, você casou sabendo dessa minha decisão. - disse subindo as escadas.
Isa: Adoção? - olhou ele.
Poncho: Talvez Isa! - disse sem olhar para ela.
Campanhia..
Mia: Oi! Ah oi moço tudo bem? - disse ao abrir a porta.
Poncho: Oi Mia, sua mãe está? - olhou ela.
Mia: Mamá! - gritou com a voz estridente, e logo a mulher se aproximou.
Mamá: Sim! - encarou Poncho.
Poncho: É que a senhora ficou de mandar a conta do hospital, e eu fiquei esperando, como não veio eu vim saber quanto deu, como vamos proceder com isso - disse para ela.
Xxxx: Você acha que vamos nos humilhar com uma conta de hospital? - uma voz feminina firme, mas com tom de ameaça, veio das escadas, era ela, Poncho tinha certeza, descalça, short jeans uma blusa de alça fina, os cabelos soltos e óculos.
Poncho: Anahí! - os dois se encararam.
Any: Mamá! Obrigada, eu converso com este senhor - a mulher entrou e Any deu passagem para ele, que entrou e os dois foram para dentro de uma porta do lado da entrada, um pequeno escritório.
Poncho: Por onde andou? Você tá diferente! - disse encarando ela.
Mia: Mãe! É injusto eu ter que ajudar mamá com Miguel, eu sou uma criança. - disse brava da porta.
Any: Filha, a mamãe está com visita, você pode...
Mia: Me desculpa! Mas mesmo assim é injusto. - fechou a porta e saiu, Any sorria olhando a porta.
Poncho: Você não abortou! - olhou ela.
Any: Sim! - ela cruzou os braços encostou na mesa e o encarou.
Poncho: Eles tem o que? Seis, sete anos? - falou ofegante.
Any: Isso! - ela disse tranquila.
Poncho: Então são meus... - foi interrompido.
Any: Eiii.. são seus nada! Eles são meus! Eu aceitei o fato de estar grávida aos 17 anos! - encarou ele.
Poncho: Anahí, eu acreditei que você havia tirado! - disse colado nela.
Any: E eu acreditei que você era bonzinho Alfonso! - sorriu.
Poncho: Eu quero reconhecer o DNA! - encarou ela.
Any: Para que? Confundir a cabeça das crianças? Chegar e falar oi eu sou o pai que deixou a mãe de vocês, por conta de umas fotos ridículas. - encarou ele brava.
Poncho: Você teria acreditado nas fotos. - debochou.
Any: Não Alfonso, sabendo quem era meu ex, e minha irmã, eu teria acreditado em você, quem me prometeu amor, carinho, cuidado e confiança! Você quer saber quanto ficou o hospital, certo? - virou e pegou um papel. - Aqui está, deposite! - entregou e ele pegou olhando o papel.
Poncho: Eu vou atrás dos meus direitos! Porque eu sei que tenho, e se eles forem meus eu vou exigir os meus direitos e o tempo perdido! - falou bravo, e sentiu a mão dela se aproximar e ele segurou no punho dela.
Any: Eu odeio você! - disse entre dentes.
Poncho: E eu mais ainda! - disse muito perto dela.