- Está mesmo me perguntando isso?

- Sim - abri um largo sorriso - só queria paga de responsável. O que quer fazer, princesa?

Então ela parou repentinamente, fiquei curioso com a expressão séria em seu rosto. Ela parecia estar pensando em algo com intensidade.

- princesa? - ela perguntou, olhando fixamente nos meus olhos.

- Diga princesa. Qual é o seu desejo? - respondi, intrigado pela solenidade de sua expressão.

Ela soltou um suspiro de antecipação e, com um brilho nos olhos, afirmou:

- Eu não sei...que tal fazermos um passeio improvisado? Só eu e você, rumo ao desconhecido

Essa ideia me pegou de surpresa, mas também me excitou. No final das contas, não importava para onde iríamos ou o que faríamos, estar com ela já era o bastante para mim

- Está me convidando para um encontro?- vi seu rosto tomar tons de rosa intensos, gostava de a ver corar, ver o que minhas simples palavras causavam nela

- Encontros não são assim - revirei os olhos, hábito que estava pegando dela

- Virou a especialista no assunto depois que saiu com Jonathan foi? - minha resposta foi um soco no ombro, fraco o suficiente para não me mover um centímetro de seu lado mas despertou minhas dores musculares novamente, me forcei a não soltar contra minha vontade um gemido de dor

- Desculpe, eu bati forte demais? - odiava o fato dela me ler tão bem, me conhecer tão bem a ponto deu não conseguir mascarar meu desconforto

- Sim, me beija pra sarar? - ela apenas riu, uma risada doce e despreocupada e então agarrou minha mão, entrelaçando nossos dedos e me puxou para voltar a andarmos. Começamos a explorar as ruas da cidade. Sem destino específico, íamos para onde a curiosidade nos levava. Entramos em lojas peculiares, nos perdemos em vielas desconhecidas, hora ou outra lhe roubava um beijo, entre esquinas e vielas.

Paramos em uma pequena praça, encontramos uma banda de rua tocando música ao vivo e insisti para vermos. A puxei para nos aproximarmos e sentar para escutar a melodia que era uma mistura de melancolia com toques alegres

- queria ser boa em algo - A brisa suave acariciava nossos rostos e o som das folhas das árvores era como uma música suave ao fundo, estava deitado em seu colo, seus dedos deslizavam pelo meu cabelo e por alguns segundos ela me pareceu perdida, como se tentasse desvendar os segredos do universo e por um instante se desse conta que não conseguiria

- e quem disse que não é? - ela deu de ombros, perdida em si mesma.
Foi quando eu, instintivamente, senti a necessidade de trazê-la de volta ao presente. Levantei-me e me coloquei em sua frente toscamente, bloqueando sua visão e a obrigando a prestar atenção em mim. Ela, surpresa, piscou os olhos algumas vezes até me encarar.

Com um sorriso desajeitado nos lábios, estendi a mão em sua direção. O movimento era como uma reverência, pedindo permissão para entrar em seu mundo interior. Ela, lentamente, desviou o olhar do vazio e percebeu minha presença.

- Amor, me concede uma dança? - sussurrei, inseguro por talvez levar um não como resposta. Corria o risco de parecer patético e a ansiedade me comia vivo por trás do meu sorriso idiota e sem jeito

Ela me encarou por um momento, seus olhos expressando uma mistura de surpresa e curiosidade. Por fim, um sorriso conquistou seu rosto e estendeu a mão para segurar a minha.

- Eu não sei dançar - respondeu, com a voz que parecia mais um pedido de desculpa do que uma afirmação.

- deixa que eu te guio - apertei sua mão com firmeza, transmitindo confiança em nossos movimentos. Com um sorriso encorajador, a puxei para mais perto de mim enquanto a música continuava a soar pelo ar tranquilo da praça - você é boa para mim, a única coisa boa que cheguei a ter na minha vida inteira e me orgulho disso

Meu Melhor Amigo Imaginário Where stories live. Discover now