Já se passaram muitos anos desde que S/n e Tom se separaram no estacionamento do colégio.
S/n no mundo da fama que ela nunca quis ter. Tom no mundo que ele já imaginava estar.
Tanta coisa mudou, tantas pessoas vieram e foram embora. Tantas decepçõ...
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- Se quiser ficar para o café, já está pronto. - eu falei terminando de tirar as torradas e colocando em um prato.
- Não, estou atrasada. Deveria estar abrindo a loja faz uns 10 minutos. - Tina disse terminando de colocar suas botas e eu dei de ombros em resposta.
- Você não vai vender menos roupa se abrir um pouco mais tarde.
- Ei, o que tá acontecendo? Carência? - ela riu um pouco me fazendo desviar o olhar. - Nunca me pediu pra ficar no outro dia. O que ta acontecendo, Holland? Vai me pedir em casamento?
- Não, só estou dizendo... Tomar café da manhã não mata ninguém. - eu peguei uma torrada, dando uma mordida.
- Thomas, só porque a gente fica de vez em quando pra não ficar sozinho não quer dizer que temos que ter alguma conexão. - ela se levantou pegando sua bolsa no balcão.
- Eu sei, eu não tenho sentimentos por você e você não tem por mim, mas tomar café não machuca ninguém.
- Acho que você precisa sair mais com outras pessoas, ta carente de conversa. - ela riu me dando um tapinha nas costas, tal qual um "brother" e não uma pessoa que eu havia dormido na noite anterior. O que quase me fez rir da situação.
- Eu não estou carente de conversa, só... - eu peguei minha xicara de café tomando um gole pra disfarçar. - Não estou me conectando com ninguém ultimamente, as vezes tenho saudade do ensino médio, de ter amigos e... - eu parei, porque eu sabia que ela viria na minha mente.
- De ter sua namoradinha nerd que agora é famosinha. - Tina completou e eu desviei o olhar pra ela não perceber como aquilo me afetava. - De qualquer forma, não somos mais adolescentes e somos dois idiotas que ainda moram em Bristol, eu acho que você deve sair mais... Fica muito naquela mercenária com o Ian. Só pensa em trabalho e me chama quando quer alguma conexão, ta na hora de sair e conhecer outras pessoas, não acha?
- Eu estou muito bem sozinho, fiquei todos esses anos, não quero ninguém me enchendo o saco. - eu bufei e ela deu de ombros indo até a porta.
- Se você diz... Mas, uma hora eu não vou estar mais disponível, Holland. Meu objetivo ainda é encontrar o cara dos meus sonhos e casar, ter filhos... Não vou ficar nessa pra sempre. - ela piscou e me mandou um beijo de longe, me fazendo revirar os olhos depois dela fechar a porta.
Eu não estava me sentindo sozinho... Quer dizer, eu estava sozinho. Morava sozinho a mais de anos, depois que havia voltado da Irlanda, depois de ser internado e me recuperado. Eu estava bem, estava acostumado a ficar sozinho e cuidar da minha empresa com Ian.
Meu tio havia decidido fechar a carpintaria em Bristol, fazia uns quatro anos e decidiu me dar caso eu quisesse continuar e bem, obviamente eu aceitei. Chamei Ian para me ajudar e pronto. Transformamos o local em uma mercenária junto com carpintaria, chamada "2 bros". Eu sei, nome muito criativo, mas estava indo bem. Arrumávamos muita coisa pela cidade e as vezes até tínhamos demanda em Londres.
