Bato na porta do quarto de minha irmã e escuto a voz de minha mãe falando para entrar. Faço uma leve reverência a rainha que não está com uma cara nada boa, ela me chama para mais perto, posso ver que minha irmã está mostrando um de seus insetos para minha mãe. Ninguém nunca prestava atenção no que minha irmã dizia, eu era a única que dava ouvidos a ela, Rhaenyra também tentava se aproximar dela mas minha mãe não deixava.
- Fiquei sabendo que foi vista com os bastardos de Rhaenyra, quantas vezes vou ter que dizer que é para você ficar longe deles!? - Minha mãe coloca sua mãe em meu queixo e apertava com força, dava pra ver o ódio em seus olhos.
- Mamãe está me machucando. - Minha mãe parece não escutar o que eu digo pois aperta mais forte ainda.
- O dragão verde está mostrando sua garras. - Helaena diz enquanto olha para seu bichinho em sua mão.
- Maenyra me obedeça pelo menos uma vez, isso não irá se repetir novamente, prometa a mim.
- Eu prometo mamãe. - Meus olhos começavam a se encher de lágrimas por conta da dor, minha mãe percebeu e soltou o meu queixo.
- Desculpe filha, passei um pouco dos limites. - Sentei ao lado de minha irmã analisando ela falar sobre os insetos. Logo um guarda entra no quarto com um Aemond todo sujo.
- Minha rainha, o príncipe foi achado caído no fosso. - Disse o guarda soltando Aemond.
- Obrigada Sor Bjorn, pode se retirar. - O guarda faz uma reverência e sai da sala, minha mãe vai em direção a Aemond com um feição de preocupação e de raiva. - Quantas vezes já te disse para parar com essa obsessão por dragões? Uma hora você vai acabar morrendo por causa disso Aemond!
- Eles riram de mim, todos eles! - Minha mãe faz uma cara de desentendida, ela não sabia o que tinha acontecido.
- Como assim riram de você Aemond? - Perguntou a rainha.
- Eles me deram um porco. - Meu irmão disse com uma voz de choro.
- Um o que? - Minha mãe pergunta confusa, Aemond iria contar a minha mãe o que aconteceu no fosso e ela saberia que eu ri dele também. Eu não tinha nada haver com isso, eu apenas ri da situação.
- Eles falaram que acharam um dragão para mim. - Maenyra estava torcendo que a culpa não caísse sobre ela, ela ao menos tinha participação nisso, ela apenas riu no momento.
- O último anel não tem pernas. - Helaena disse para mim, eu não conseguia entender o que ela quis dizer com aquilo.
- Você terá o seu dragão um dia filho. - Minha mãe disse com a voz firme.
- Ele terá que fechar um olho primeiro. - Queria tanto ter entendido essa frase de minha irmã, mas estava mais preocupada com o diálogo em minha frente.
- Eu sei disso. - Disse a rainha afirmando o que ela disse sobre meu irmão ter um dragão um dia.
- Todos eles riram, todos eles! - Minha mãe foi e abraçou meu irmão, por favor Aemond, não fale que eu ri também.
- Maenyra também riu? - Perguntou minha mãe a seu filho, eu olho para Aemond com um olhar de desespero.
Meus olhos pediam para que ele não falasse que eu ri, minha mãe já estava brava demais comigo pelo simples fato de andar com os filhos de minha irmã mais velha.
- Não, os únicos que riram foi Aegon e os filhos de Rhaenyra. - Minha mãe solta um leve sorriso de indignação.
- É claro que eles riram, pode deixar filho, mamãe dará um jeito nisso. - Minha mãe beija a cabeça de Aemond e sai do quarto de minha irmã.
Ficamos em um silêncio constrangedor, eu tava tentando achar palavras para agradecer meu irmão.
- Obrigado. - Digo de cabeça baixa, não queria olhar para ele.
- Eu sei que faria o mesmo por mim, só não faça de novo isso se não dá próxima vez eu falo para a mamãe que você estava envolvida nisso. - Abraço meu irmão e ficamos junto de nossa irmã.
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A montadora de Cannibal estava em seu quarto se banhando com a ajuda de seu Lady Stark, hoje ela iria ver o treino de seus irmãos e seus sobrinhos com o seu pai e como seu vestido e ela estavam sujos, ela decidiu tomar um banho e trocar de roupa.
- Teve sorte de Aemond não falar que você riu junto a eles, se fosse meu irmão, ele já teria dito assim que entrasse no quarto. - Disse Vicky enquanto lavava minhas costas.
- Aemond é o meu gêmeo, eu faria o mesmo por ele se tivesse sido eu naquela situação. - Sai da banheira e a Stark me ajuda a colocar um vestido verde esmeralda, eu amava a cor verde mas confesso que gostaria de usar um vestido vermelho, minha mãe nunca permitiu que eu usasse a cor vermelha e nem preta. Ela também não permitia que eu usasse a cor da casa Velaryon.
- Irá junto comigo? - Pergunto a Vicky enquanto ela faz uma trança em meu cabelo.
- Não princesa, tenho alguns afazeres agora a tarde.
- Os seus afazeres é fofocar com as cozinheiras do castelo e com as criadas. - Digo para Vicky que me olha incrédula.
- Claro, eu fico a tarde inteira fofocando com elas para depois falar pra você, e você também é uma fofoqueira, acha que eu não sei que fala as coisas para sua irmã Rhaenyra? - Eu apenas dou um sorrisinho. - Pronto, acabei Nyra.
- Obrigada Vicky, ficou lindo. - Dou um beijo em sua bochecha e sai de meus aposentos indo em direção ao campo de luta.
Quando cheguei pude ver meu pai já sentando em seu lugar, ao lado dele tinha uma cadeira, provavelmente para mim.
- Meu rei. - Faço uma reverência a ele. - Desculpe meu atraso, estava me arrumando papai.
- Tudo bem filha. Venha, sente-se. - Pude ver meus sobrinhos e meus irmãos se preparando para começar o treinamento, honestamente não sei por que eu não posso fazer o treinamento de espadachim também. Muitos dizem que por eu ser mulher, não posso carregar uma espada, mas eles esquecem que Visenya Targaryen foi uma brava guerreira e a melhor que já existiu. - No que pensa tanto minha querida filha?
- Papai, eu gostaria de fazer aulas de espadachim igual a meus irmãos. Eu sempre gostei de lutas mas a mamãe nunca deixou-me praticar tais aulas. - Eu poderia ser ótima com espadas igual Visenya.
- Eu sabia que esse dia chegaria, eu adoraria assistir seus treinos filha. Eu vou pedir para que Sor Criston Cole lhe treine, mas tem que me prometer que não vai contar a sua mãe? - Meu pai levanta o seu mindinho para ele saber que eu não contaria mesmo a minha mãe.
- Eu juro papai. - Junto o meu mindinho ao dele com um belo sorriso no rosto.
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• Coitado do pobre Aemond, ele só queria um dragão.
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