Capitulo I

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🔥♠ A Aposta ♠🔥
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Capitulo 1
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Nova York, um mês atrás.
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Claire Stacy
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Estou em uma loja exclusiva com meu tio, ele está conversando com a
vendedora, olho distraidamente para a vitrine, vestidos lindíssimos de
gala, em seus manequins chamam a atenção, já tenho muitos parecidos com
aqueles, meu tio insiste em comprar um todas as vezes que vamos a um
cassino ou casa de jogos. Ele diz que nunca posso repetir a mesma roupa.
Não me importo, meu tio é uma pessoa boa, me cria desde que eu tinha 15
anos. Meus pais morreram em um acidente de carro e deixaram meu tio como
meu tutor. Ele sempre viveu bem, frequenta os melhores lugares, troca de
carro praticamente todos os meses. Porém, nós vivemos como ciganos, não
temos moradia fixa, estamos sempre mudando de cidade, bairro, até de
estado. Eu não frequentei a escola regular, meu tio fazia homeschooling
(ensino domiciliar) comigo, isto é, ele mesmo me dava às aulas. É um
homem inteligente e me ensinou muitas coisas, inclusive a falar espanhol.
Namorados, é algo que nunca tive, meu tio me proibia de ter um, segundo
ele, era perca de tempo. Ele sempre me dizia que um dia, quando eu vir a me
casar, seria com um homem de muitas posses. Ainda lembro suas palavras
“Uma moça bonita como você não merece menos que um milionário, não
poderei viver essa vida para sempre e você será o caminho para ter uma
velhice tranquila, por isso, sempre te guardarei e um dia que decidir parar,
encontrarei um bom partido para você.”
Amigos também não era algo que eu tinha muito, como nos mudávamos com
frequência, não conseguia travar uma amizade duradoura com ninguém.
Então, era apenas eu e meu tio.
Nunca soube como ele ganhava dinheiro, não o via saindo para trabalhar
todas as manhãs, no entanto, quase todas as noites ele saía, segundo ele,
estava garantindo o nosso ganha pão. Aos 15 anos, não entendia muito bem o
que ele fazia, mas na medida em que fui crescendo, percebi que era alguma
coisa relacionada a jogos.
Quando completei 18 anos, meu tio me levou pela primeira vez a um cassino,
ele me comprou um vestido lindíssimo, me mandou para um salão de beleza,
arrumaram os meus cabelos e fizerem uma maquiagem. Quando me olhei no
espelho, fiquei fascinada comigo mesma. Meu cabelo castanho claro estava
preso em um coque solto e sofisticado, algumas mechas estavam soltas,
modulando meu rosto de traços finos. Minha pele jovem parecia de seda, as
maçãs do rosto salientes, levemente ruborizadas pelo brush e uma boca de
lábios pequenos, encoberto com um batom vermelho me fazia parecer uma
bonequinha. Porém, o que mais chamava atenção em mim, eram meus
grandes olhos verdes, segundo meu tio, um dia um homem se perderia neles.
Aquela primeira vez, segundo meu tio, era apenas um teste, ele me fez sentar
em uma cadeira, próximo a ele, o vestido que ele havia me comprado, tinha
um decote generoso, uma boa parte dos meus pequenos seios ficaram a
mostra. Não estava me sentindo bem ali, mas não podia fazer nada, precisava
obedecer meu tio. Os homens com quem jogou aquela noite, não desviavam
os olhos de mim, um deles, mais ousado, chegou oferecer uma boa quantia
em dinheiro para passar uma noite comigo, lembro o que meu tio disse.
"Minha sobrinha não está à venda, ela me acompanha porque me trás sorte."
Naquela noite, meu tio ganhou uma boa quantia em dinheiro, e foi então que
descobri, de onde vinha sua renda. A partir daquele dia, ele começou a me
levar para os cassinos. De início eu só ficava do lado dele, mas com o tempo,
meu tio percebeu que poderia ganhar mais vantagem nos jogos se me usasse
para distrair os oponentes. Com isso, ele me ensinou vários sinais, para que
eu pudesse fazer discretamente, quando fingisse que estava servindo bebidas
ou simplesmente ficando do lado do jogador oposto. Assim, eu conseguia ver
suas cartas e sinalizava qual era o jogo do oponente. Nesse meio tempo, eu já
sabia que meu tio era um trapaceiro, ele nunca jogava honestamente, mas
depois que começou a me usar, se tornou imbatível.
Eu não gostava de fazer aquilo, não sentia que era honesto, mas meu tio
sempre me lembrava de que eu devia muito a ele, por sempre cuidar de mim e
que isso era o mínimo que eu poderia fazer para agradecê-lo. Então, não
protestava, fazia o que ele queria.
Voltei ao presente com a voz do meu tio me chamando.
— Acorda Claire.
— Desculpa tio, falou alguma coisa?
— Vai ao provador e experimenta esse vestido.
— Tio, para que outro vestido? Já tenho muitos.
— Hoje vamos para um cassino, quero-a linda. Não reclama, apenas faça o
que eu estou mandando.
— Okay tio!
Segui a vendedora até o provador. O vestido que meu tio escolheu era preto,
de couro curtíssimo. Entrei e o vesti, além do vestido ser curto, ainda era
justo, meus seios praticamente soltavam do corpete apertado. Saí do provador
desanimada, fui até onde meu tio estava e mostrei para ele.
— Perfeito!
Resolvi protestar.
— Tio, não acha que está muito apertado?
— Está magnífica minha linda sobrinha, o homem com quem vou jogar essa
noite é um velho banqueiro, quero que o distraia, preciso ganhar uma boa
quantia hoje.
Não disse mais nada, como sempre, meu tio tinha seus argumentos. Voltei
para o trocador e tirei o vestido, tornei a vestir meu jeans e camiseta. Meu tio
não se importava com o que eu vestia, contanto que na noite dos jogos, eu
usasse um vestido sexy, o que eu usasse ou deixasse de usar nos dias comuns
não era problema dele. Então, optava sempre por roupas discretas e
confortáveis.
Além do vestido, meu tio também comprou outro par de sapatos escarpim e
uma bolsa, ambos prateados.
Saímos da loja e eu perdi para meu tio me deixar passear no shopping. Ele
não gostou muito da ideia, mas insisti tanto que ele acabou deixando.
— Tudo bem Claire, você pode passear por uma hora, não mais do que isso.
Estou indo para o hotel, daqui à uma hora volto para te buscar.
— Obrigada, você é o melhor tio do mundo — o abracei e lhe dei um beijo
no rosto, ele riu e disse.
— Espero que faça um bom trabalho essa noite.
— Conte comigo, deixarei aquele velho banqueiro caidinho por mim — ri e
lhe dei uma piscadela.
— Assim espero minha mina de ouro.
Com isso, ele se afastou e eu segui para o lado oposto. Apesar do meu tio
restringir amigos e supostos namorados, ele não me proibia de sair, sempre
que queria ir ao cinema, shopping, museu ou biblioteca, ele permitia, desde
que a noite eu estivesse pronta para os jogos. No entanto, esses meus passeios
eram sempre solitários, não tinha amigas para compartilhar aqueles
momentos.
Andava distraidamente, com um sorvete de chocolate em uma mão e na outra
uma bolsa com livros, meu passatempo preferido. Decidi sentar em um
banco, peguei o celular e tirei algumas selfs, postei no meu instagram. Não
tenho amigos físicos, mas o que meu tio não sabe é que reúno em minha rede
social, um número expressivo de seguidores virtuais. Comecei apenas como
uma brincadeira, sempre postava fotos do meu dia a dia, como estava na
maioria das vezes, em lugares diferentes ao longo do país, as pessoas
começaram a se interessar pelas minhas postagens. Não interajo muito com
eles, porém, sempre que posto às fotos, recebo muitos comentários e
corações. Confesso que gosto disso, sinto que faço parte desse mundo.
Claro que inevitavelmente, recebia muitos directs de rapazes interessados em
mim, mas nunca respondia, não queria alimentar nenhuma esperança em
ninguém.
Dou um pulo quando sinto meu celular vibrar, olho a tela, é meu tio, atendo
rapidamente.
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— Já estou aqui fora te esperando.
— Tudo bem tio, já estou indo.
Desliguei o celular, peguei minha bolsa com os livros e segui para a saída.
Uma hora passou tão rápido, quase não fiz nada. Ao chegar à saída, meu tio
já estava impaciente.
— Vamos Claire, precisamos repassar os sinais.
— Eu já sei todos os sinais.
— Eu sei, mas temos que treinar para que não haja erros.
— Tá bom tio.
Segui para o carro, um Audi prateado, meu tio havia comprado aquele
veículo recentemente. Entrei no banco do carona e meu tio no volante.
— Fez o que?
— Nada demais, comprei alguns livros e tomei um sorvete.
— Conheceu alguém?
— Não!
— Hum!
Não disse mais nada, a única coisa que preocupava meu tio, era eu conhecer
pessoas, principalmente namorados. Sou uma moça jovem de 21 anos,
confesso que às vezes sinto necessidade de namorar, ter um relacionamento.
Sexo é algo que só conheço através da internet, sim, sou curiosa e às vezes
durante a noite, no escuro do meu quarto, assisto alguns pornôs. Acho
interessante, mas admito que não seja uma coisa que me atrai. Eu queria
sentir todas aquelas emoções de verdade, com alguém real, beijar, abraçar.
Mas isso é impossível, por enquanto tenho que ser a virgem intocada do meu
tio.
Chegamos ao hotel, meu tio deixou o carro no estacionamento e subimos. Ao
chegarmos ao quarto, meu tio já foi logo falando.
— Vamos lá Claire, repassar os sinais.
— Okay!
— As de copas?
— punho fechado.
— As de ouro?
— Mão aberta.
— As de espada?
— Polegar para cima.
— As de paus.
— Polegar para baixo.
Eu e meu tio, repassamos todos os sinais, cada carta do baralho, tinha um
sinal específico, assim, meu tio, sabendo as cartas do adversário, jogava as
suas cartas estrategicamente, o que resultava na derrota do opositor. Porém,
esse tipo de atividade, tem seus riscos, por isso que não fixamos em lugar
nenhum, meu tio era constantemente ameaçado e em alguns lugares, ele já foi
até desmascarado, não na hora, mas algumas horas depois, provavelmente por
análise de câmera. Já tivemos que sair do hotel no meio da madrugada,
fugindo dos jogadores furiosos.
Quando, meu tio me liberou, fui para meu quarto, ainda teria algumas horas,
antes de começar a me arrumar. Peguei um dos livros novos que havia
comprado, me joguei na cama e comecei a minha viagem através da
literatura. Acabei cochilando. Fui acordada pelo meu tio me chamando.
— Claire, está na hora de começar a se arrumar.
Levantei e segui direto para o banheiro. Liguei a ducha e enquanto esperava a
água esquentar, aproveitei para escovar os meus dentes, amarrei os cabelos e
coloquei uma touca plástica. Não iria lavar os cabelos hoje, já tinha lavado no
dia a anterior.
Após o banho, selecionei uma calcinha estilo fio dental, como o vestido que
meu tio escolheu era de couro colado, não podia usar uma calcinha muito
grande para não marcar.
Ao terminar de me vestir, me analisei no espelho, ajeitei os seios, o decote
era generoso, o aperto do bojo do vestido, deixava a fenda entre os seios bem
a mostra, dava a impressão que eu tinha bustos grandes.
A maquiagem sou eu mesma que faço, aprendi tudo quando meu tio pagou
um curso para mim de auto maquiagem, foi a única vez na minha vida que fiz
algum curso. Caprichei, marquei bem os contornos dos olhos, deixando-os
em destaque, na boca, coloquei um batom cor vinho.
Nos cabelos, apenas fiz o babyliss, deixando-os ondulados e soltos. Minha
cabeleira farta caia como cascata nos meus ombros e costas.
O toque final foram os acessórios, escolhi um conjunto de gargantilha e
brincos de brilhantes. Calcei os sapatos e peguei a bolsa. Pronto, agora estou
disfarçada de mulher fatal.
Antes de sair para o quarto, borrifei um pouco de perfume francês e fui ao
encontro do meu tio. Encontrei-o já arrumado me esperando. Assim que me
viu, levantou-se, ele também estava elegantíssimo em um smoking preto.
Ele me analisou de cima a baixo e com um sorriso disse.
— Você definitivamente é minha mina de ouro, sua beleza é estonteante.
Meu irmão fez um bom trabalho.
— Obrigada!
— Vamos! Hoje quero tirar daquele velho no mínimo $500 mil dólares.
— Tudo isso?
— Sim, vou apostar todo o nosso dinheiro, por isso não podemos errar.
Seguindo para o cassino, ao chegarmos, fomos conduzidos diretamente para
o local dos jogos de cartas. O senhor com quem meu tio irá jogar, já se
encontrava no local, sentado com duas lindas beldades em seu colo. O
homem não tinha uma aparência agradável, apesar de cheirar dinheiro e poder
a cada poro, era um daqueles velhos asquerosos, eu já estava acostumada a
lidar com esses tipos.
— Steve, estava te aguardando, dizem por aí que você é imbatível no pôquer,
quero comprovar isso.
— Sr. Duval, estou aqui a sua disposição.
Meu tio sentou-se à mesa, a frente do homem que me analisava com aqueles
olhos cheio de luxúria, meu estômago embrulhou.
— Quem é a beldade?
— Minha sobrinha, ela é meu guru da sorte.
— Ela faz serviço extra após o jogo?
— Não senhor, ela apenas serve algumas bebidas e o deixa relaxado durante
o jogo.
— Hum! Interessante.
— Podemos começar?
— É claro, estou ansioso para ver sua perfomance e principalmente para ser
servido pela sua linda sobrinha.
O jogo começou. De início a aposta foi de $10 mil dólares, eu segui para o
carrinho das bebidas, já sabia qual drink preparar para deixar os adversários
bem relaxados. As cartas já haviam sido distribuídas, me aproximei do velho
com a bebida na mão. Curvei-me em sua direção e praticamente jogando meu
decote na cara dele.
— Sua bebida senhor.
O homem olhava admirado para a curva dos meus seios, nesse momento,
olhei todas as cartas que estavam na mão dele. Ainda curvada, comecei a
fazer os sinais para o meu tio. O homem pegou a bebida e começou a beber
lentamente, eu fiquei de pé ao lado dele, conseguia ver todas as cartas.
Meu tio, como era de se esperar, ganhou a primeira, a segunda, a terceira e a
quarta rodada. Eu continuava servindo bebidas e me exibindo para o homem,
algumas vezes passava a mão em seus ombros, outras me virava de costas e
andava balançando os quadris de maneira sensual.
As apostas foram aumentando até que meu tio conseguiu seu objetivo, $500
mil dólares.
— Vou parar por aqui Sr. Duval, não quero deixá-lo pobre.
O homem deu uma gargalhada e disse.
— Uma última rodada, $2 milhões de dólares.
Meu coração disparou, era loucura meu tio arriscar os $500 mil, e se nós
perdêssemos, não teríamos $2 milhões para pagar. Olhei para meu tio com os
olhos arregalados, balancei a cabeça negativamente para ele, tentando avisa-
ló para não aceitar. Porém a ganância do meu tio falou mais alto, jogando
todas as nossas fichas, ele disse.
— Aceito!
A última rodada começou, eu, mesmo nervosa, fiz minha parte com maestria,
quando a última carta foi lançada, meu tio colocou na mesa dois As. O
homem levantou os braços, derrotado.
— Realmente você é imbatível.
— Obrigado Sr. Duval — meu tio falou com um sorriso de orelha a orelha.
Meu Deus! Estamos ricos! — pensei.
Meu tio começou a recolher as fichas, nesse momento o homem segurou no
braço dele.
— Espere um minuto.
Meu coração congelou.
“Meu Deus! Será que ele desconfiou?” — me perguntei.
— Ofereço mais um milhão pela garota, apenas uma noite — falou.
Respirei aliviada, ele só estava fazendo o que muitos já fizeram. Oferecer
dinheiro por mim.
— Minha sobrinha não está à venda senhor — meu tio falou firme.
— Tem certeza?
— Absoluta.
Com essa afirmação, meu tio recolheu as fichas e entregou para o pôquer
dealer, esse conferiu e o cassino pagou o valor de dois milhões. Depois o
senhor Duval repassaria o valor para eles.
Saímos do cassino e entramos no carro, meu tio ficou parado alguns minutos
ao volante, olhando o cheque, de repente ele deu um grito.
— Claire, estamos ricos, ricossssssss...
— Sim!!! — falei eufórica.
— Eu sabia que você me traria muita sorte.
Ele me deu um beijo no rosto. Seguimos para casa, meu tio estava muito feliz
e eu também, mas não me sentia bem com aquilo, o dinheiro não foi ganho
honestamente.
Chegamos em casa e segui direto para meu quarto, acabei pegando no sono
logo após minha higiene noturna.
Na manhã seguinte, acordei com a voz do meu tio falando alto ao celular.
— Eles só aceitam milionários, pois agora sou um, eu quero entrar nesse
clube, aplicarei o maior golpe da minha carreira, depois disso, vou parar.
Meu tio parou de falar e escutou o interlocutor do outro lado.
— Consiga os convites, embarcaremos no próximo voo.
Com isso ele encerrou a ligação, olhou em minha direção e disse.
— Prepare o casaco Claire, vamos para a Rússia.

A Aposta🔞Where stories live. Discover now